Tuesday, September 11, 2012

Foi há 39 anos!


Para que nunca se esqueça



HOMENAGEM AO POVO DO CHILE

Foram não sei quantos mil
operários trabalhadores
mulheres ardinas pedreiros
jovens poetas cantores
camponeses e mineiros
foram não sei quantos mil
que tombaram pelo Chile
morrendo de corpo inteiro

Nas suas almas abertas
traziam o sol da esperança
e nas duas mãos desertas
uma pátria ainda criança

Gritavam Neruda Allende
davam vivas ao Partido
que é a chama que se acende
no Povo jamais vencido
– o Povo nunca se rende
mesmo quando morre unido

Foram não sei quantos mil
operários trabalhadores
mulheres ardinas pedreiros
jovens poetas cantores
camponeses e mineiros
foram não sei quantos mil
que tombaram pelo Chile
morrendo de corpo inteiro.

Alguns traziam no rosto
um ricto de fogo e dor
fogo vivo fogo posto
pelas mãos do opressor.
Outros traziam os olhos
rasos de silêncio e água
maré-viva de quem passa
Uma vida à beira-mágoa.

Foram não sei quantos mil
operários trabalhadores
mulheres ardinas pedreiros
jovens poetas cantores
camponeses e mineiros
foram não sei quantos mil
que tombaram pelo Chile
morrendo de corpo inteiro.

Mas não termina em si próprio
quem morre de pé. Vencido
é aquele que tentar
separar o povo unido.
Por isso os que ontem caíram
levantam de novo a voz.
Mortos são os que traíram
e vivos ficamos nós.

Foram não sei quantos mil
operários trabalhadores
mulheres ardinas pedreiros
jovens poetas cantores
camponeses e mineiros
foram não sei quantos mil
que nasceram para o Chile
morrendo de corpo inteiro.

 
José Carlos Ary dos Santos 






6 comments:

Rosa dos Ventos said...

Foram cerca de 50000 mil mortos...:-((
Este 11 de setembro também não pode nem deve ser esquecido!

Abraço

trepadeira said...

Lembrar para não deixar repetir.

Um abraço,
mário

Justine said...

Não vamos deixar que esqueçam os crimes antigos e os actuais...

samuel said...

Hacia la libertad!

bettips said...

SEMPRE lembrado, a sua lucidez, o grito humano duma América Latina em sangue.
O seu último discurso ---
O filme, onde avançavam os peões, um a um, nome a nome para a matança. Um cerco à democracia, não esquecer os que agora enchem a boca nela - é tudo igual, mais refinado.
Bjinho Maria

Pata Negra said...

11 de setembros há muitos! que não se esqueçam de nenhum! mesmo daqueles que são apenas dia de vindima! porque se o vinho faltar!...
Um abraço setembro