Tuesday, March 09, 2021

O homenzinho de Boliqueime

O homenzinho de Boliqueime é cavernoso. Come bolo-rei mastigando de boca aberta, deixando cair migalhas por todos os lados. E não, não é para dar aos pardais. É porque é mal educado. O homenzinho de Boliqueime é baixo. Não pelo que pode medir em centímetros, mas pelos comportamentos que teve ao longo de toda a sua vida política que, aliás, nunca devia ter existido. Que ficasse lá no gabinete do BdP onde, dizem, era um excelente técnico. Deduzo que sabia fazer contas de somar e sabia a taboada, sem ter de recorrer à máquina de calcular. O homenzinho de Boliqueime nunca soube exercer os cargos para que foi eleito. Mas também não é único, porque no partido dele há muita gente que não sabe o que é servir a causa pública, antes sabem servir-se da causa pública em proveito próprio. Estou farta de escrever sobre o homenzinho de Boliqueime, mas tenho ainda de dizer que ao longo dos anos não aprendeu nada sobre etiqueta, protocolo e, sobretudo, educação. Confirmou-o hoje quando saiu da AR sem cumprimentar o PR que tinha acabado de tomar posse. Falta ainda dizer que o homenzinho de Boliqueime cheira mal da boca.

Saturday, March 06, 2021

100 anos de PCP


 Em 100 anos de vida, 48 foram vividos no fascismo. Tempo de resistência e luta.

Os seus militantes foram perseguidos, presos, torturados, mortos. Sofreram a deportação e o exílio. António Maria Cardoso, Aljube, Caxias, Peniche, Tarrafal, locais de tortura e de assassinato de militantes comunistas. Foram muitos. E todos resistiram até ao fim. 

Todos têm um rosto e um nome. E um Partido. E merecem ser recordados.

Abílio de Sousa Marques, Agostinho de Silva Fineza, Albino António de Oliveira Carvalho, Alfredo Caldeira, Alfredo da Assunção Diniz "Alex", Alfredo Dias Lima, Américo Gomes, Antenor da Costa Cruz, António Bandeira Cabrita, António Ferreira Soares, António Graciano Adângio, António Guerra, António Guedes de Oliveira e Silva, António de Jesus Branco, António Lopes de Almeida, António Mano Fernandes, António Militão Bessa Ribeiro, António Assunção Tavares, António Vicente, Armando Ramos, Armindo Almeida, Augusto Almeida Martins, Augusto da Costa, Augusto Duarte Reis, Aurélio Dias, Bento António Gonçalves, Cândido Alves Barja, Cândido Martins dos Santos Capilé, Carlos Alberto Rodrigues Pato, Carlos Norberto de Oliveira, Casimiro Júlio Ferreira, Catarina Eufémia, Damásio Martins Pereira, Domingos Pereira, Domingos Silva, Elvira Mendonça, Ernesto José Ribeiro, Estêvão Giro, Fernando Alcobia, Francisca Maria Colaço, Francisco Cruz, Francisco Ferreira Marquês, Franciscoo José Esteves, Francisco José Pereira, Francisco do Nascimento Esteves, Francisco do Nascimento Gomes, Germano Vidigal, Gervásio Costa, Henrique Vale Domingos Fernandes, Hermínio de Oliveira Simões, Jacinto Estêvão de Carvalho, Jacinto de Melo Faria Vilaça, Jaime da Fonseca e Sousa, João Ferreira de Abreu, João Lopes Dinis, Joaquim de Carvalho, Joaquim Lemos de Oliveira, Joaquim Lopes Martins, Joaquim Marreiros, Jorge da Silva Pinheiro, José Adelino dos Santos, José António Patuleia, José Dias Coelho, José Duarte, José Lopes da Silva, José Machado e Melo, José Marcelino, José Moreira, José Ruas Ferreira, José dos Santos Rocha, Júlio dos Santos Pinto, Luís António Firmino, Manuel Esteves de Carvalho, Manuel Francisco da Silva, Manuel João, Manuel Mário Ramos, Manuel Pestana Garcês, Manuel Fiúza da Silva Júnior, Manuel Simão Júnior, Manuel Tavares, Manuel Vieira Tomé, Óscar Fernando Gaspar, Paulo José Dias, Rafael Tobias Pinto da Silva, Raul Alves, Rui Ricardo da Silva, Salvador da Cruz, Venceslau Ferreira Ramos, Vítor Agostinho Pedroso Leitão.

Por Abril - Éramos cinquenta mil

Éramos cinquenta mil
a desfilar por Abril
- ali, na rua,
a afirmar o que se ouviu:
«agora ninguém mais cerra
as portas que Abril abriu»

Éramos cinquenta mil
a desfilar por Abril
- ali, na rua,
cada um mostrando,
bem à vista,
o cartão de militante comunista.

Éramos cinquenta mil
a desfilar por Abril
- ali, na rua,
a explicar
o sentido e os porquês
de sermos
o Partido Comunista Português.

Éramos cinquenta mil
a desfilar por Abril
- ali, na rua,
a garantir
que a luta continua.  


Fernando Samuel
1.3.2008