Thursday, April 24, 2014
Liberdade
No verde dos campos te semeio
e de mim nasces como um rio
nas ruas te festejo e te premeio
no vermelho dos cravos te sorrio
No amarelo do sol que nos aquece
desenho um malmequer que não desfolho
e ao branco da lua que te esconde
atiro beijos que chegam aos teus olhos
No azul do mar em que me deito
oiço cantos de sereias sem idade
descanso-me na rocha, e é já refeito
que em todas as cores te conquisto, Liberdade!
Friday, April 18, 2014
Música para o fim-de-semana
Os Bravos
Eu fui à terra do bravo
Bravo meu bem
Para ver se embravecia
Cada vez fiquei mais manso
Bravo meu bem
Para a tua companhia
Eu fui à terra do bravo
Bravo meu bem
Com o meu vestido vermelho
O que eu vi de lá mais bravo
Bravo meu bem
Foi um mansinho coelho
As ondas do mar são brancas (x2)
Bravo meu bem
E no meio amarelas
Coitadinho de quem nasce
Bravo meu bem
P'ra morrer no meio delas
Saturday, April 12, 2014
Música para o fim-de-semana
"Ao alcance das mãos"
Letra e música: Samuel
Na minha vida
há um espaço vazio
Tão cheio de ti
Na minha voz
há um canto de luta
Que é feito p'ra ti
No meu poema
há uma nota suspensa
Um acorde rasgado
vibrando nas cordas
Despertas de sol e surpresa
Por ser já manhã
e estares junto de mim
Meu amor
De ser sem saber
Irmão
Dos teus olhos
parados nos meus
Tão molhados e firmes
Como estes teus dedos
suados e finos
Que aperto tremendo
entre as minhas mãos
Que não se pense
que estou decidido
A mudar de canções
Estamos na mira
das bocas famintas
Dos mesmos canhões
Que já aqui nos feriram
Mas que não matámos
E hoje só esperam
uma sentinela
Que durma no posto de luta
E os deixe lançar-nos ao chão
Meu amor
De ser e ficar
Irmão
Dos teus olhos
parados nos meus
Que vigiam a noite
Sorriem quando chega o dia
E vêem o futuro a chegar
ao alcance das mãos
Há uma flauta chilena
Que grita em cada canção
Há um balanço de samba ferido
Em cada barracão
Há uma trompete
Um batuque africano de guerra
Uma luta tão velha
Que arde a impaciência
de ver disparada
Esta arma invencível
que temos na mão
Meu amor
De ser por dever
Irmão
Dos teus olhos
parados nos meus
Que iluminam a noite
Amanhecem num grito
de amor e de luta
Que voam fronteiras
e rompem prisões
Dos teus olhos
parados nos meus
Tão molhados e firmes
Como estes teus dedos
suados e finos
Que aperto tremendo
entre as minhas mãos
Dos teus olhos
parados nos meus
Que vigiam a noite
Sorriem quando chega o dia
E vêem o futuro a chegar
ao alcance das mãos.
Wednesday, April 09, 2014
Memória de Adriano
Nas tuas mãos tomaste uma guitarra.
Copo de vinho de alegria sã
Sangria de suor e de cigarra
que à noite canta a festa da manhã.
Foste sempre o cantor que não se agarra
O que à Terra chamou amante e irmã
Mas também português que investe e marra
Voz de alaúde e rosto de maçã.
O teu coração de oiro veio do Douro
num barco de vindimas de cantigas
tão generoso como a liberdade.
Resta de ti a ilha de um Tesouro
A jóia com as pedras mais antigas.
Não é saudade, não! É amizade.
(Ary dos Santos)
Subscribe to:
Posts (Atom)