Thursday, September 28, 2017

Não me chames, eu vou já...


Queria ter palavras para ti, mas não tenho. Não hoje.

Sentes o meu cheiro? Respiro-te por cada poro da minha pele, que tu vestiste. Eu sou duas peles, a minha e a tua. E o tempo corre e a tua pele ainda está em mim. Fica. És só meu porque te engoli, e agora dormes em mim e canto-te todas as noites canções de ninar. Até que adormeces abraçado a mim. Cá dentro.

Às vezes passeamos à beira mar e ris com as ondas que te refrescam os pés que só eu vejo. Apanhas conchas e fazes-me um colar de amor que nos une ainda mais. Como se este mais fosse possível, porque já é tudo. Viverás enquanto eu viver, porque o amor só acaba quando eu deixar de existir... e da saudade que te tenho não sei a medida...

Não me chames, eu vou já...

2 comments:

Helena Neves said...

Tão bonito, Maria. Deixaste-me de lágrimas nos olhos. Vai, mas por favor, não vás já, fica mais tempo - o máximo de tempo possível - connosco. Um grande abraço apertado!

Pata Negra said...

Ó Maria: estes textos comentam-se? ou são só para beber? mastigar? ler? entender? compartilhar? sentir-se também? entender-te? entender-mo-nos? descobri-mo-nos? e então, também por estes textos, sermos amigos!
um abraço e boa praia