Thursday, May 17, 2018
A espera dos que voltarão
Meu povo plantou suas tendas na areia
E estou acordado com a chuva
Sou filho de Ulisses aquele que esperou o correio do Norte
Um marinheiro me chamou, mas eu não parti
Atraquei o barco e subi ao cume de uma montanha
- Ó rocha sobre a qual meu pai orou
Para que fosse abrigo do rebelde
Eu não te venderia por diamantes
Eu não partirei
Eu não partirei
As vozes dos meus fendem o vento, sitiam as cidadelas
- Ó mãe, espera-nos no umbral
Nós voltaremos
Este tempo já não é como eles imaginam
O vento sopra segundo a vontade do navegante
E a corrente é vencida pela embarcação
Que cozinhaste para nós? Voltaremos
Roubaram as jarras de azeite Ó mãe, e os sacos de farinha
Traz as ervas dos pastos, traz
Temos fome
Os passos dos meus ressoam como o suspiro das rochas
Debaixo de uma mão férrea
E estou acordado com a chuva
Em vão perscruto o horizonte
Permanecerei na rocha... debaixo da rocha...
inquebrantável
Mahmoud Darwish
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1 comment:
Que texto delicioso!
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