1. O ORGULHO
Por vezes no poema
desperdiçamos tudo
e fica apenas
uma terrível faca de silêncio
um muro
uma sebe de sede que defende
a fome de ódio puro.
2. A AVAREZA
A palavra vã guardada
A esmola aliterante.
Eis a miséria doirada
da poesia altissonante.
3. A LUXÚRIA
Nós amamos a carne das palavras
sua humana e pastosa consistência
seu prepúcio sonoro sua erecta presença.
Com elas violentamos
o cerne do silêncio.
4. A IRA
Uma rosa de cólera
o poema
Uma antena de raiva.
Uma espoleta
na serena gaveta do poeta.
5. A GULA
Comemos vegetais e animais
Bebemos vinho.
Respiramos fundo.
Somos normais. Apenas
devoramos o mundo.
6. A INVEJA
Não sermos nós a voz
o tacto
o texto.
Darmos cinco sentidos
Para termos o sexto.
7. A PREGUIÇA
Este
lento Por vezes no poema
desperdiçamos tudo
e fica apenas
uma terrível faca de silêncio
um muro
uma sebe de sede que defende
a fome de ódio puro.
2. A AVAREZA
A palavra vã guardada
A esmola aliterante.
Eis a miséria doirada
da poesia altissonante.
3. A LUXÚRIA
Nós amamos a carne das palavras
sua humana e pastosa consistência
seu prepúcio sonoro sua erecta presença.
Com elas violentamos
o cerne do silêncio.
4. A IRA
Uma rosa de cólera
o poema
Uma antena de raiva.
Uma espoleta
na serena gaveta do poeta.
5. A GULA
Comemos vegetais e animais
Bebemos vinho.
Respiramos fundo.
Somos normais. Apenas
devoramos o mundo.
6. A INVEJA
Não sermos nós a voz
o tacto
o texto.
Darmos cinco sentidos
Para termos o sexto.
7. A PREGUIÇA
Este
talento
de vazarmos tristeza.
José Carlos Ary dos Santos, Obra Poética
1 comment:
Boa noite, Maria.
gostei muito de saber que voltaste a abrir
o teu blog. obrigado
voltaremos a "ver-nos" regularmente, assim espero.
beijo, amiga
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