Nas tuas mãos tomaste uma guitarra
copo de vinho de alegria sã
sangria de suor e de cigarra
que à noite canta a festa de amanhã.
Foste sempre o cantor que não se agarra
o que à terra chamou amante e irmã
mas também português que investe e marra
voz de alaúde rosto de maçã.
O teu coração de ouro veio do Douro
num barco de vindimas de cantigas
tão generoso como a liberdade.
Resta de ti a ilha dum tesouro
a jóia com as pedras mais antigas.
Não é saudade, não! É amizade.
Ary dos Santos
(há 39 anos também era sábado, e chovia)
Saturday, October 16, 2021
Memória de Adriano
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