É o cinzento dos dias e a humidade no corpo que nos faz ficar assim. O frio que não escolhe e nos encolhe. A distância que de repente fica mais distante ainda, a uma lonjura difícil de chegar. O mar que deixou de ser azul e nestes dias se pinta de castanho. As ondas que se atiram contra nós em vez de rebentarem suavemente... em espuma de mel.
São dias de fome. E de sede.
São noites de silêncio em que nos ouvimos em gritos calados. São as palavras a rebentarem o peito e a ficarem aprisionadas nos dedos. É o sim e o não sem sabermos porquê.
Abro uma garrafa de tinto antigo, deixo-o aquecer até aos 17 graus. Já cheira a pão quente. O doce de abóbora ainda está morno. Falta o requeijão de Seia. E faltas tu.
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