Penetras-me todos os dias, sempre que te apetece. Deixas que eu me encha de ti, naturalmente. Namoras-me e saboreias-me da mesma forma e ao mesmo tempo que te namoro e te saboreio. As crianças a brincarem com a nossa espuma.
A corrente leva-me sempre para ti, e traz-te de volta. Mas é de noite que nos amamos melhor. Com as estrelas como manto. Às vezes a lua, cúmplice dos nossos beijos e abraços. Enquanto as crianças sonham com castelos de areia e sorriem.
Nas minhas margens costumam chapinhar os mais pequenos e deixo que os barquinhos se passeiem imaginando viagens que não fazem. Mas estes dias foram de tempestades e amores proibidos, e as margens que em mim deixaste são enormes. Cavaste um fosso entre mim e o que resta da praia, que continuas a lamber. As minhas margens são agora enormes. Como podem as crianças voltar a brincar no meu regaço?
Refaz-me, uma e outra vez, com a doçura com que sempre o fizeste. Preciso do teu abraço, forte. E das gargalhadas das crianças...
Tuesday, December 19, 2023
Refaz-me
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