Mar Ribatejo, maré cheia
O meu cavalo deslumbrou se
E galopando pela areia
Bebeu o mar salgado e doce.
A maré viva nos esteiros
Água chorada a vida inteira
De homens que foram pioneiros.
Luz numa praça de aventura
Luzes no traje de um toureiro
Garcia Lorca que procura
Ver numa arena o seu tinteiro.
Mundo de passes e faenas
E de lugares de sombra e sol
Os dois sectores que há nos poemas
Vivos na prosa do Redol.
Tira o barrete põe o colete
De homem p'ra homem enfrenta o toiro
Ensina o verde ao teu ginete
Que o verde é esperança
Que o verde é oiro.
Tira o barrete põe o colete
Pega de caras o teu destino
Tira do verde todo o verdete
Homem inteiro, verde campino.
Ary dos Santos
No comments:
Post a Comment