Para que nunca se esqueça
HOMENAGEM AO POVO DO CHILE
Foram não sei quantos mil
operários trabalhadores
mulheres ardinas pedreiros
jovens poetas cantores
camponeses e mineiros
foram não sei quantos mil
que tombaram pelo Chile
morrendo de corpo inteiro
Nas suas almas abertas
traziam o sol da esperança
e nas duas mãos desertas
uma pátria ainda criança
Gritavam Neruda Allende
davam vivas ao Partido
que é a chama que se acende
no Povo jamais vencido
– o Povo nunca se rende
mesmo quando morre unido
Foram não sei quantos mil
operários trabalhadores
mulheres ardinas pedreiros
jovens poetas cantores
camponeses e mineiros
foram não sei quantos mil
que tombaram pelo Chile
morrendo de corpo inteiro.
Alguns traziam no rosto
um ricto de fogo e dor
fogo vivo fogo posto
pelas mãos do opressor.
Outros traziam os olhos
rasos de silêncio e água
maré-viva de quem passa
Uma vida à beira-mágoa.
Foram não sei quantos mil
operários trabalhadores
mulheres ardinas pedreiros
jovens poetas cantores
camponeses e mineiros
foram não sei quantos mil
que tombaram pelo Chile
morrendo de corpo inteiro.
Mas não termina em si próprio
quem morre de pé. Vencido
é aquele que tentar
separar o povo unido.
Por isso os que ontem caíram
levantam de novo a voz.
Mortos são os que traíram
e vivos ficamos nós.
Foram não sei quantos mil
operários trabalhadores
mulheres ardinas pedreiros
jovens poetas cantores
camponeses e mineiros
foram não sei quantos mil
que nasceram para o Chile
morrendo de corpo inteiro.
José Carlos Ary dos Santos
7 comments:
É ele que lembro, puro e plano.
Não só ele, mas eles, os de corpo inteiro.
Bj
e o egipto, e portugal, faz quanto tempo?
onde estamos nós?
daqui a 40 anos alguém dirá alguma coisa?
Para que nunca se esqueçam os crimes sem punição!
Poema musicado e cantado pelo Fernando Tordo, integra o LP "feito cá p'ra nós" que me acompanhou na infância, que ainda adoro, e que um dia hei-de digitalizar... Muita força!
porque o fascismo existiu...
e os nossos heróis (mortos) caminham ao nosso lado...
beijo
A não deixar cair no esquecimento! Ary . Sempre .
Beijinhos e saudades :)
mariam
... hão-de ser
não sei quantos mil!...
Beijos!
AL
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