Intervenção de José Casanova,
membro do Comité Central e director do Avante!
A mais fraternal e humana Festa do País
São muitas as razões para termos orgulho, um grande orgulho, no nosso Partido. Uma dessas razões é a Festa do Avante! – esta Festa que, desde 1976, passou a ser a menina-dos-olhos do «nosso grande colectivo partidário».
A Festa é o Partido e o Partido está na Festa – e este ano de forma muito especial, já que o tema central da nossa Festa é o Centenário do nascimento do camarada Álvaro Cunhal. Na verdade, toda esta bela cidade da Atalaia é percorrida pela memória dos seus 75 anos de militância revolucionária, traduzidos na construção de uma notável obra teórica e literária e numa entrega ímpar à construção, ao reforço e à defesa do nosso Partido Comunista Português.
Nessa longínqua primeira Festa do Avante!, que construímos na antiga FIL, o camarada Álvaro Cunhal iniciou a sua intervenção no comício de encerramento dizendo: «Esta festa do nosso glorioso Avante!, do nosso glorioso Partido, é a maior, a mais extraordinária, a mais entusiástica, a mais fraternal e humana jamais realizada no nosso País.» De então para cá, 37 anos passados, a Festa do Avante! foi sempre, e cada vez mais, este espaço imenso, extraordinário, entusiástico, de alegria, de liberdade, de fraternidade.
E é assim porque esta é a Festa do PCP, a Festa do Partido da classe operária e de todos os trabalhadores que tem como objectivo supremo a construção de uma sociedade sem exploradores nem explorados; a Festa do nosso grande colectivo partidário, que a constrói e lhe dá vida durante estes três dias inolvidáveis, com o seu trabalho voluntário, militante e solidário, com a sua dedicação, a sua criatividade, a sua militância revolucionária – tudo isto conferindo à Festa uma característica singular: como toda a gente sabe, nenhum outro partido nacional é capaz de realizar uma festa com esta dimensão, com esta beleza, com este conteúdo.
Fraternais saudações
Está aqui muito trabalho, muito trabalho envolvendo muita gente, muita entrega, muito esforço – e há, por isso, muitas saudações a fazer. Por isso, saúdo, em primeiro lugar, os construtores da nossa Festa: os milhares de camaradas e amigos que, em jornadas de trabalho voluntário, ergueram esta bela cidade; e os que a fizeram funcionar durante três dias, num ambiente de convívio, amizade e camaradagem só possível de encontrar em quem transporta consigo um ideal de liberdade, de justiça social, de paz, de solidariedade.
Saudações, igualmente, para todos os visitantes da Festa – militantes do PCP e da JCP, membros de outras forças políticas, designadamente dos nossos aliados na CDU, cidadãos apartidários – os que aqui vieram mais uma vez e os que pela primeira vez nos visitaram, enchendo este espaço e animando-o com a sua presença – e donde se destaca a sempre crescente participação de jovens, a dar mais força e mais futuro à Festa e a permitir-nos dizer que a Festa do Avante! é, cada vez mais, a Festa da Juventude.
A todos desejamos que vão daqui satisfeitos e que voltem para o ano.
Aqui fica também uma saudação e um agradecimento às diversas entidades públicas e privadas que, com o seu apoio, contribuíram para o bom funcionamento da Festa, começando desta vez pelas corporações de bombeiros: a Federação Distrital de Bombeiros, os Bombeiros Mistos do Concelho do Seixal, os Bombeiros Mistos da Amora, os Bombeiros Voluntários de Cacilhas, Trafaria, Sesimbra, Sul e Sueste e Salvação Pública do Barreiro – e estendemos esta saudação a todos os bombeiros que, arriscando as suas vidas e, infelizmente, perdendo-as, até, em vários casos, têm vindo a dar combate corajoso à vaga de incêndios que alastra pelo País.
Saudamos e agradecemos o apoio que nos deram a Fertagus e Sul Fertagus, Transportes Sul do Tejo, Venamar e Amarsul. As centenas de associações, colectividades e federações desportivas. O Núcleo de Física da Instituto Superior Técnico, o Circo Matemático da Associação Ludus. A Guarda Nacional Republicana e a Polícia de Segurança Pública. As juntas de freguesia de Amora, Corroios, Fernão Ferro e Laranjeiro, entre muitas outras. A Câmara Municipal de Lisboa e câmaras municipais da Península de Setúbal – e de forma particular a Câmara Municipal do Seixal. Uma saudação amiga também, para a População da Amora e para os vizinhos da Festa.
Finalmente, uma saudação especial – muito fraterna e muito solidária – para os nossos convidados estrangeiros, camaradas e companheiros de luta que, em representação de partidos comunistas e outras organizações progressistas, nos trouxeram, com a sua solidariedade internacionalista, notícias das lutas travadas pelos seus militantes e pelos seus povos – camaradas e companheiros de luta vindos de: Alemanha, Angola, Bélgica, Brasil, Cabo Verde, Chile, Colômbia, China, Chipre, Coreia, Cuba, Dinamarca, El Salvador, Equador, Espanha, EUA, França, Grã-Bretanha, Grécia, Guatemala, Guiné-Bissau, Holanda, Irão, Irlanda, Itália, Japão, Letónia, Marrocos, Moçambique, Palestina, Peru, Rússia, Sahará Ocidental, Timor Leste, Turquia, Venezuela e Vietname.
A todos estes camaradas e companheiros de luta – e aos muitos que, não podendo estar presentes, nos enviaram saudações – manifestamos a solidariedade dos comunistas portugueses com as lutas que travam nos seus países.
Muitas lutas para travar
1990 foi o ano da realização da primeira Festa do Avante! aqui na Atalaia. Vivíamos, então, um tempo difícil em que, a pretexto dos trágicos acontecimentos a ocorrer nos países socialistas, o nosso Partido era alvo de uma das mais ferozes ofensivas de sempre: diziam uns que o PCP estava em vias de extinção ou que já tinha morrido; diziam outros que ao PCP só restava a opção de deixar de ser comunista…
E enquanto uns e outros cumpriam a sua tarefa de cangalheiros frustrados, o PCP comprava o terreno da Atalaia, graças a uma campanha de fundos à escala nacional, construía aqui a Festa do Avante!, e proclamava cheio de força e determinação: «Assumimos com orgulho a natureza e a identidade do PCP.»
E, no comício de encerramento dessa Festa, o camarada Álvaro Cunhal dizia: «Este ano, para todos nós, a Festa do Avante! tem um sabor novo e contém em si um motivo da nossa alegria. É que a Atalaia é nossa (…) este maravilhoso local será terra firme e certa para a Festa do Avante!».
E assim foi de então para cá: «terra firme e certa para a Festa do Avante!», que continuou a afirmar-se, de forma crescente, como «demonstração do valor irradiante da criatividade, da mensagem cultural, cívica e política, do ambiente e convívio fraterno e humano, da ligação às massas e da influência de massas do Partido Comunista Português».
E não podia ser de outra forma, sendo esta a Festa de um colectivo partidário que é o digno herdeiro das gerações de comunistas que ao longo de décadas construíram este nosso Partido Comunista Português. Um colectivo partidário inspirado no mais belo e humano de todos os ideais; o ideal comunista. Um colectivo partidário que tem como referências maiores do seu projecto e da sua acção, a obra, os ensinamentos e o exemplo de Marx, Engels, Lénine e Álvaro Cunhal. Um colectivo partidário sempre aberto aos muitos e muitos homens, mulheres e jovens que, identificados com os valores e os ideais de Abril, connosco convivem, todos os anos, na Festa do Avante!, e connosco participam na luta pela defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo e do País.
Porque, como afirmou o camarada Álvaro Cunhal na sua última intervenção aqui no Palco 25 de Abril, em 1996: «A Festa do Avante! é nossa, dos comunistas. Mas, a todos os que, não sendo comunistas, querem um futuro melhor para o povo português e a pátria portuguesa, aqui dizemos: a Festa do Avante! é também vossa, porque é a festa da liberdade em que Abril está presente, a festa da confraternização e da confiança no futuro.»
A Festa deste ano foi, como sempre acontece, um espaço de luta e um momento de preparação para novas lutas. E ainda bem que assim foi, porque face à gravidade da situação em que a política das troikas mergulhou o País, temos muito que lutar no futuro imediato – um futuro que começa já amanhã.
Porque amanhã, a luta continua. Então, até amanhã, camaradas.
Setembro 2013
membro do Comité Central e director do Avante!
A mais fraternal e humana Festa do País
São muitas as razões para termos orgulho, um grande orgulho, no nosso Partido. Uma dessas razões é a Festa do Avante! – esta Festa que, desde 1976, passou a ser a menina-dos-olhos do «nosso grande colectivo partidário».
A Festa é o Partido e o Partido está na Festa – e este ano de forma muito especial, já que o tema central da nossa Festa é o Centenário do nascimento do camarada Álvaro Cunhal. Na verdade, toda esta bela cidade da Atalaia é percorrida pela memória dos seus 75 anos de militância revolucionária, traduzidos na construção de uma notável obra teórica e literária e numa entrega ímpar à construção, ao reforço e à defesa do nosso Partido Comunista Português.
Nessa longínqua primeira Festa do Avante!, que construímos na antiga FIL, o camarada Álvaro Cunhal iniciou a sua intervenção no comício de encerramento dizendo: «Esta festa do nosso glorioso Avante!, do nosso glorioso Partido, é a maior, a mais extraordinária, a mais entusiástica, a mais fraternal e humana jamais realizada no nosso País.» De então para cá, 37 anos passados, a Festa do Avante! foi sempre, e cada vez mais, este espaço imenso, extraordinário, entusiástico, de alegria, de liberdade, de fraternidade.
E é assim porque esta é a Festa do PCP, a Festa do Partido da classe operária e de todos os trabalhadores que tem como objectivo supremo a construção de uma sociedade sem exploradores nem explorados; a Festa do nosso grande colectivo partidário, que a constrói e lhe dá vida durante estes três dias inolvidáveis, com o seu trabalho voluntário, militante e solidário, com a sua dedicação, a sua criatividade, a sua militância revolucionária – tudo isto conferindo à Festa uma característica singular: como toda a gente sabe, nenhum outro partido nacional é capaz de realizar uma festa com esta dimensão, com esta beleza, com este conteúdo.
Fraternais saudações
Está aqui muito trabalho, muito trabalho envolvendo muita gente, muita entrega, muito esforço – e há, por isso, muitas saudações a fazer. Por isso, saúdo, em primeiro lugar, os construtores da nossa Festa: os milhares de camaradas e amigos que, em jornadas de trabalho voluntário, ergueram esta bela cidade; e os que a fizeram funcionar durante três dias, num ambiente de convívio, amizade e camaradagem só possível de encontrar em quem transporta consigo um ideal de liberdade, de justiça social, de paz, de solidariedade.
Saudações, igualmente, para todos os visitantes da Festa – militantes do PCP e da JCP, membros de outras forças políticas, designadamente dos nossos aliados na CDU, cidadãos apartidários – os que aqui vieram mais uma vez e os que pela primeira vez nos visitaram, enchendo este espaço e animando-o com a sua presença – e donde se destaca a sempre crescente participação de jovens, a dar mais força e mais futuro à Festa e a permitir-nos dizer que a Festa do Avante! é, cada vez mais, a Festa da Juventude.
A todos desejamos que vão daqui satisfeitos e que voltem para o ano.
Aqui fica também uma saudação e um agradecimento às diversas entidades públicas e privadas que, com o seu apoio, contribuíram para o bom funcionamento da Festa, começando desta vez pelas corporações de bombeiros: a Federação Distrital de Bombeiros, os Bombeiros Mistos do Concelho do Seixal, os Bombeiros Mistos da Amora, os Bombeiros Voluntários de Cacilhas, Trafaria, Sesimbra, Sul e Sueste e Salvação Pública do Barreiro – e estendemos esta saudação a todos os bombeiros que, arriscando as suas vidas e, infelizmente, perdendo-as, até, em vários casos, têm vindo a dar combate corajoso à vaga de incêndios que alastra pelo País.
Saudamos e agradecemos o apoio que nos deram a Fertagus e Sul Fertagus, Transportes Sul do Tejo, Venamar e Amarsul. As centenas de associações, colectividades e federações desportivas. O Núcleo de Física da Instituto Superior Técnico, o Circo Matemático da Associação Ludus. A Guarda Nacional Republicana e a Polícia de Segurança Pública. As juntas de freguesia de Amora, Corroios, Fernão Ferro e Laranjeiro, entre muitas outras. A Câmara Municipal de Lisboa e câmaras municipais da Península de Setúbal – e de forma particular a Câmara Municipal do Seixal. Uma saudação amiga também, para a População da Amora e para os vizinhos da Festa.
Finalmente, uma saudação especial – muito fraterna e muito solidária – para os nossos convidados estrangeiros, camaradas e companheiros de luta que, em representação de partidos comunistas e outras organizações progressistas, nos trouxeram, com a sua solidariedade internacionalista, notícias das lutas travadas pelos seus militantes e pelos seus povos – camaradas e companheiros de luta vindos de: Alemanha, Angola, Bélgica, Brasil, Cabo Verde, Chile, Colômbia, China, Chipre, Coreia, Cuba, Dinamarca, El Salvador, Equador, Espanha, EUA, França, Grã-Bretanha, Grécia, Guatemala, Guiné-Bissau, Holanda, Irão, Irlanda, Itália, Japão, Letónia, Marrocos, Moçambique, Palestina, Peru, Rússia, Sahará Ocidental, Timor Leste, Turquia, Venezuela e Vietname.
A todos estes camaradas e companheiros de luta – e aos muitos que, não podendo estar presentes, nos enviaram saudações – manifestamos a solidariedade dos comunistas portugueses com as lutas que travam nos seus países.
Muitas lutas para travar
1990 foi o ano da realização da primeira Festa do Avante! aqui na Atalaia. Vivíamos, então, um tempo difícil em que, a pretexto dos trágicos acontecimentos a ocorrer nos países socialistas, o nosso Partido era alvo de uma das mais ferozes ofensivas de sempre: diziam uns que o PCP estava em vias de extinção ou que já tinha morrido; diziam outros que ao PCP só restava a opção de deixar de ser comunista…
E enquanto uns e outros cumpriam a sua tarefa de cangalheiros frustrados, o PCP comprava o terreno da Atalaia, graças a uma campanha de fundos à escala nacional, construía aqui a Festa do Avante!, e proclamava cheio de força e determinação: «Assumimos com orgulho a natureza e a identidade do PCP.»
E, no comício de encerramento dessa Festa, o camarada Álvaro Cunhal dizia: «Este ano, para todos nós, a Festa do Avante! tem um sabor novo e contém em si um motivo da nossa alegria. É que a Atalaia é nossa (…) este maravilhoso local será terra firme e certa para a Festa do Avante!».
E assim foi de então para cá: «terra firme e certa para a Festa do Avante!», que continuou a afirmar-se, de forma crescente, como «demonstração do valor irradiante da criatividade, da mensagem cultural, cívica e política, do ambiente e convívio fraterno e humano, da ligação às massas e da influência de massas do Partido Comunista Português».
E não podia ser de outra forma, sendo esta a Festa de um colectivo partidário que é o digno herdeiro das gerações de comunistas que ao longo de décadas construíram este nosso Partido Comunista Português. Um colectivo partidário inspirado no mais belo e humano de todos os ideais; o ideal comunista. Um colectivo partidário que tem como referências maiores do seu projecto e da sua acção, a obra, os ensinamentos e o exemplo de Marx, Engels, Lénine e Álvaro Cunhal. Um colectivo partidário sempre aberto aos muitos e muitos homens, mulheres e jovens que, identificados com os valores e os ideais de Abril, connosco convivem, todos os anos, na Festa do Avante!, e connosco participam na luta pela defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo e do País.
Porque, como afirmou o camarada Álvaro Cunhal na sua última intervenção aqui no Palco 25 de Abril, em 1996: «A Festa do Avante! é nossa, dos comunistas. Mas, a todos os que, não sendo comunistas, querem um futuro melhor para o povo português e a pátria portuguesa, aqui dizemos: a Festa do Avante! é também vossa, porque é a festa da liberdade em que Abril está presente, a festa da confraternização e da confiança no futuro.»
A Festa deste ano foi, como sempre acontece, um espaço de luta e um momento de preparação para novas lutas. E ainda bem que assim foi, porque face à gravidade da situação em que a política das troikas mergulhou o País, temos muito que lutar no futuro imediato – um futuro que começa já amanhã.
Porque amanhã, a luta continua. Então, até amanhã, camaradas.
Setembro 2013
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