Monday, June 04, 2012

ILHA




Deitada és uma ilha E raramente
surgem ilhas no mar tão alongadas
com tão prometedoras enseadas
um só bosque no meio florescente
promontórios a pique e de repente
na luz de duas gémeas madrugadas
o fulgor das colinas acordadas
o pasmo da planície adolescente
Deitada és uma ilha Que percorro
descobrindo-lhe as zonas mais sombrias
Mas nem sabes se grito por socorro
ou se te mostro só que me inebrias
Amiga amor amante amada eu morro
da vida que me dás todos os dias


David Mourão-Ferreira

(pausa na pausa. aqui estou...)

21 comments:

Rosa dos Ventos said...

Belo poema sobre uma ilha-mulher ou uma mulher na ilha! :-))

Abraço

trepadeira said...

Parece dedicado à Natália.
E a todas as mulheres da ilha,dessa. ou de outra.

Um abraço,
mário

Elvira Carvalho said...

Não conhecia este poema. E é lindo.
Um abraço e tudo de bom

Vítor Fernandes said...

Linda foto.

Hanaé Pais said...

Muito Lindo e as mulheres são ilhas.
E que nenhum homem tenha dúvidas.
È naquele navegar e na terra quente ardente que eles sentem o seu pulsar.(o da ilha naturalmente...)

Agulheta said...

Boa escolha amiga Maria onde as palavras de David Mourão Ferreira nos encanta neste mar que é um pouco a ilha de cada uma de nós.
Beijos e boas "ferias" se for o casao

Rogério G.V. Pereira said...

É, também, deste poema
o teu odor?

Deitada és uma ilha?

João P. said...

Maria:

Que belas metáforas! eu apesar de amar a natureza e me perder com a beleza dos jacarandás, prefiro que o poema seja dirigido à mulher! a todas as mulheres!

Beijo

João

Manuel Veiga said...

partes como "Ilha deitada..."

beijo

viajantes said...

belíssimo maria.
um beijinho.
elsa

mfc said...

Uma descoberta diária a leitura atenta de David Mourão Ferreira!
Para mim ele é de um erotismo absolutamente terno...

Beijinhos,

Mar Arável said...

Bela memória
partilhada

Luis Eme said...

apetecia-me estar ai...

beijinho Maria

Pata Negra said...

É por eu gostar das mulheres ilha que nunca me rio para as caixas do continente.
Um abraço de ex-marinheiro (fiquei na ilha)

OUTONO said...

...leio mais uma beleza, com saudade...

Unknown said...

O LAZER É ÓPTIMO, O PIOR É QUANDO FALTA O SUBSÍDIO DE FÉRIAS.
Um programa recente da SIC Notícias disse mentiras sobre o caso «Equador», que tem frases inteiras copiadas de «Cette nuit la liberté».
MST é um «moralista» anti-Esquerda, refiro-me à Esquerda de facto e não à esquerda troikista.
A Censura anda muito activa nos comentários dos blogs. Espero que deixe passar este comentário.
Em www.anticolonial21.blogspot.com está a verdade inconveniente sobre a cópia de partes de «Cette nuit la liberté» por Miguel Sousa Tavares para o livro «Equador».

mar said...

Gosto muito deste poema. diz-me muito... lembra-me uma fase da minah vida. a tua fotografia eterniza qualquer sentimento...


beijos Maria
A_T

Duarte said...

Um canto à vida, sentido. Belo.
Abraços

Filoxera said...

Voltas à ilha, uma e outra vez. Como eu regresso à poesia de David Mourão Ferreira :-)
Um abraço terno.

Justine said...

Continuas então a explorar a ilha...
Aproveita bem!
Abracinhos
(grande poema de amor, como quase todos os de DM-F)

joão marinheiro said...

Bom dia Maria, bom dia porque estou finalmente do outro lado do mar ao sul...
Um dia quem sabe regresso à nossa Ilha de memórias, e quem sabe se ainda não perdi o jeito e não esqueci os sitios, sim vou apanhar percebos...
abraço com um oceano pelo meio.