Tuesday, May 29, 2012

Distante

(foto da Andreia Mukanda roubada ao Pedro Branco)

Pouso o meu olhar no rio. Bebo-o como se tivesse muita sede. Deixo que me corra nas veias e passeio-me pelas ruas com o rio dentro.
Levo os meus passos pelas avenidas. As que quero rever e as que desejo descobrir. Deixo que os sons da cidade se confundam com a luz que me deixa quase cega.
Respiro este ar e guardo o cheiro para mim. É o que quero levar, o cheiro. Choro todas as lágrimas de sangue e deixo que os braços a meu lado me abracem. Nestes braços estão todos os vossos braços. E os vossos abraços.
E volto, com o rio a correr-me nas veias, com as ruas percorrendo-me o corpo, com a luz no meu olhar e o cheiro na minha boca. Receberei o beijo que guardarei para sempre.
E para sempre vos deixo, hoje, o meu abraço. Tão especial, hoje.

15 comments:

Rogério G.V. Pereira said...

Um abraço, também...
e trás esse cheiro, quando regressares.

BlueShell said...

Espero que seja apenas...um devaneio...não posso sequer pansar que vais embora: isso não.
Poeticamente, sim...fosocamente...preisamos de ti aqui....

beijo

trepadeira said...

Trá-lo contigo,para partilhar nesse abraço.

Um especial abraço,
mário

Filoxera said...

Há coisas que são para sempre, como os abraços, a ternura, a amizade.
Deixo-te um abraço, também.

Agulheta said...

Maria.O rio e alguma saudade em deixar o mesmo te levar,nunca podemos baixar os braços e tentar remar com força para o barco não encalhar no cais da desventura.Por aqui deves continuar,com a força e esperança que sempre tens em cada abraço amigo.
Deste lado fica um beijinho amigo sempre.

Luis Eme said...

triste, mas belo e sentido.

beijinhos Maria

Rogério Charraz said...

ABRAÇO-TE!

Paula Barros said...

Volto a repetir que adoro as suas palavras, a beleza poética.
abraço

João P. said...

Maria:

O rio... se eu tivesse capacidade para escrever esse texto, colocá-lo-ia com uma imagem do tejo...
Seria para guardar...

beijo e obrigado

João

Carlos Manuel Gonçalves said...

Maria, gosto de aportar aqui, quando o cheiro da ilha é poesia, navegando por entre ervas daninhas e espaços em branco, eternamente preenchidos, sentir este odor da maresia, do mar que amamos, na veia poética da tua inspiração... Nestes momentos, esqueço a revolução das vagas, a tempestade das ondas, as funduras dos gulags onde apodrecem espíritos não iluminados, esqueço doutrinas ideológicas que coarctam liberdades, lembro a poesia como ideologia...
Vou voltar sempre que o mote for poesia, como a beleza deste 'distante', com destinatário tão perto.
Um beijo, Maria.

Cristina Caetano said...

Fiquei emocionada, Maria...

Abraços com beijos

mfc said...

Tu és um rio lindo!

Depois de uns tempos de forçada ausência... cá estamos de novo!
Beijinhos.

Pata Negra said...

Que abraço bonito te saiu!
Toma lá outro, não tão bonito mas com igual força

viajantes said...

É lindo maria.
Abraço!!

BlueShell said...

Onde andas?

Te espero...
bShell