Sunday, September 23, 2012
Memória de Pablo Neruda
Os teus pés
Quando não te posso contemplar
Contemplo os teus pés.
Teus pés de osso arqueado,
Teus pequenos pés duros,
Eu sei que te sustentam
E que teu doce peso
Sobre eles se ergue.
Tua cintura e teus seios,
A duplicada púrpura
Dos teus mamilos,
A caixa dos teus olhos
Que há pouco levantaram voo,
A larga boca de fruta,
Tua rubra cabeleira,
Pequena torre minha.
Mas se amo os teus pés
É só porque andaram
Sobre a terra e sobre
O vento e sobre a água,
Até me encontrarem.
(Pablo Neruda)
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6 comments:
É sempre um carinho ler Neruda.
Um abraço,
mário
Só Neruda, hoje, me faria
pôr os os olhos no chão
pés de firmeza...
belos.
beijos
o amor é mais ao menos assim.
grande Pablo.
beijinhos Maria
Uma ternura, grande Pablo!
Abracinhos - até sábado?
a base de tudo...
beijos Maria
Saudades Tuas
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