Monday, October 29, 2012

A casa



Deixaste-me num dia de outono quase inverno. Sem avisares e sem que pudesse prever. A casa fortaleza ficou igual um tempo. Igual por fora e gelada por dentro.

Os dias passaram e tudo mudou. Da casa restam as paredes, ainda altivas, mas no chão só existem pedras. Entre as pedras o teu coração.

Mais tarde percebi que a casa eras tu. E apressei-me a ir buscar, entre as pedras, o teu coração, que voltei a colocar no meu peito. Para te aquecer.

Foi então que saíste de mim e voaste...

10 comments:

trepadeira said...

Sempre tão lindo.

Um abraço,
mário

Rogério G.V. Pereira said...

Devias terminar com palavras felizes
Voar é bom desígnio, para quem sai de nós...

Agulheta said...

Querida amiga.Sempre lindas as palavras simples, mas que ficam na alma de quem as lê.
Beijinho

Filoxera said...

Ainda não sei comentar este post, embora já o tenha lido algumas vezes.
Saliento a beleza das frases, a força da escrita, e formulo um desejo relativo a esse voo...
Abraço-te.

Elvira Carvalho said...

Gostava de ter engenho e arte para dizer mais alguma coisa que não seja um texto muito bonito.
Um abraço

O Puma said...

Até sempre

Manuel Veiga said...

são tristes as casas abandonadas...

mas depois do Inverno vem sempre a Primavera para as colorir...

beijo

BlueShell said...

Terá saído?

é que dentro ede nós permanecem os que amamos...para sempre!

Com um beijo de ternura...e admiração
BShell(Isabel)

Maria said...

Muito obrigada por terem passado aqui.
Bom fim-de-semana a todos.

Beijos.

Justine said...

Belo e triste, belo e comovente, belo e poético.
Abracinho apertado