(foto "roubada à Gi...")
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantado
E seguindo a canção...
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...
Pelos campos a fome
Em grandes plantações
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão...
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...
Há soldados armados
Amados ou não
Quase todos perdidos
De armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição:
De morrer pela pátria
E viver sem razão...
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Somos todos soldados
Armados ou não
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não...
Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição...
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...
(Geraldo Vandré)
Esta canção ficou em segundo lugar no Festival Internacional da Canção de 1968.
Depois disso, sua execução foi proibida no Brasil durante anos, pela ditadura militar.
O sucesso de uma canção que era cantada nas ruas e que incitava o povo à resistência levou os militares a proibí-la, usando como pretexto a "ofensa" à instituição contida nos versos "Há soldados armados, amados ou não / Quase todos perdidos de armas na mão / Nos quartéis lhes ensinam antigas lições / de morrer pela pátria e viver sem razão".
A primeira artista a interpretar "Caminhando" depois da censura foi Simone, em 1979, conquistando enorme sucesso de crítica e público.
Beijos a todos........
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36 comments:
olá maria
venho desejar-te, um feliz natal e um optimo ano novo.
deve ser a minha ultima visita antes do natal e não queria deixar passar esta oportunidade.
___________
__________
"Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer"...
__________
Ves, eu sempre pensei e agi assim, por outras palavras e à minha maneira, com o que tinha à mão, para "fazer a hora"...
Mtos beijos
depois da censura.
somos todos iguais. mas uns mais iguais que outros.
beijos querida maria
Maria,
Resolvidos todos os problemas
recuperei endereço anterior
arecalcitrante.blogspot.com
Um abraço
Esta música tem... qualquer coisa!
Sempre mexeu comigo.
Obrigado pela lembrança.
A canção do Vandré é como um hino pessoal, e com muitas cumplicidades. Sabe sempre bem lê-la/ouvi-la.
Obrigada Maria, e que o próximo ano seja de "quem sabe faz a hora, não espera acontecer".
Olá Maria,
adorei esteu texto.
Gostei das "Flores ...de Natal" e das recordações que isso me trouxe.
Ouvi esta canção pela 1º vez, era bem criança na Festa do Avante, logo após o 25 de Abril.
Ficou-me para sempre na memória.
Infelizmente, as esperanças que todos tínhamos, do meu ponto de vista, desapareceram.
Beijinhos
Gosto muito dessa música como tb gosto de flores.
Parabéns pelas palavras
Jacinta Dantas
Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
______________________________
______________________________
na Tua mão.
as flores.
que tens espalhado pelo Piano.
obrigada M.
com um ramos de beijos.
"(...)
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição..."
Li, e logo comecei a cantá-la!...cantei-a muitas vezes ainda criança já algo crescida, logo após o 25 de Abril que senti e vivi através do meu pai e dos seus ideais e porque andava num externato que passou a escola publica em 75, após uma enorme revolução (lá dentro), encabeçada por militares de Abril.
Ficou-me no ouvido... eu que era dos mais pequenos...RGA e lá íamos nós todos felizes por podermos discutir os problemas, por sermos "livre"!...
...por cantarmos a canção!...
Beijinhos
Passei para desjar um Feliz Natal, uma bela passagem de ano e um Bom Ano de 2008.
Que as palavras, não se fiquem só por si, que gerem acções sempre....
Liberda, crescimento e evolução... Sempre!
Maria a canção é linda, mas mais que palavras temos e devemos mostrar aquilo que queremos, com acções! Sabes o meu avô, aquele que ainda hoje amo tanto, foi dos primeiros homens que lutaram pela liberdade em Portugal, ele nasceu em 1910. Mas não estagnou, por isso o amo tanto! Quando tinha 80 anos, mudou algumas dos suas convicções, tendo a coragem de o admitir. O mundo não para, o tempo não para! O que eu penso hoje, posso não pensar amanhã. Este homem que eu amo, era inteligente e flexivel e lutou sempre pela libertada, mas adaptou-se às necessidades das pessoas e do pais.
Eu sou assim, livre, mas não estática! :)))
Beijos linda e muitos miminhos meus.
:) Não vivenciei esses tempos de Brasil, embora tenha vivido no tempo da ditadura militar, passados uns anos, foram mais ligth, embora a censura continuasse, e sempre tive essa música na cabeça bem antes de Simone regravá-la. É uma música que mexe comigo até hoje, me emocionando muito.
Obrigada, Maria!
Feliz Natal e um maravilhoso 2008!
Beijinhos!
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...
É mesmo isto!
Um beijo Maria....
Maria, apesar de ser Natal, ou se calhar por ser Natal, olhandoà nossa volta, apetece publicar essas
coisas que guardamos, memórias de um tempo que nos deixou marcas.
Porque a injustiça e a miséria está aí, pela mão de gente que se dia socialista.
Agora que já consegui recuperar o meu blogue, aqui estou para pôr a leituta em dia.
Beijinhos
Gostei deste teu falar...de flores
Um beijinho enorme para ti*
As ditaduras tudo destroem, a sua irradiação seria uma boa prenda para a humanidade, Viva a liberdadde
Saudações amigas com votos de bom Natal
Amigos.com
Fala-se muito em virtual ultimamente
Mas o que é essa tal virtualidade
Será que é o não ver pessoalmente
Não será o virtual, realidade?
Há ternura, encanto e alegria
Nos versos que nos chegam pelo ecrã
Tantos alegram meus dias
Enchem de luz minhas manhãs
Uns acalentam minha alma
Dizendo: não fique triste
São palavras que me acalmam
Quando meus dias são tristes
Amigos.com são tão reais
Eu os sinto, como a vida a pulsar
São flôres, companheiros leais
que enfeitam esse meu caminhar
Ps: Tudo de bom que vc me fizer, faz minha vida ficar mais bela
Pra ti, um carinho sincero e meus votos de BOAS FESTAS!
Beijo na alma
Beijo para ti de preferência sem arma
faltava um ano para eu nascer...
e o fruto proíbido é o mais apetecido... grande Luta.
Beijo meu
maria:
cheguei aqui pelo blog da meg.
e você é solidária.a música do
vandré é isso.
um abraço.
romério rômulo
(ouro preto , mg ,brasil)
É uma canção forte, daquelas que assustam os fracos que conquistam os poderes pela força...
abraço Maria
Nãi há machado que corte a raiz ao pensamento
beijinhos
luna
Entre ter começado a cantar e acontecer o 25 de Abril ainda passou o tempo suficiente para eu ter incluido várias vezes esta grande cantiga no reportório... era sempre um momento "intenso".
Uma noite, não posso precisar onde, numa sessão mano-a-mano com o Mário Viegas, cantei-a imediatamente a seguir ao "seu" Operário em Construção" (Vinícius de Moraes) e a coisa descontrolou-se um pouco...
Foi uma excitação para uns, um grande "cagaço" para outros, mas ficámos todos mais vivos!
Obrigado pela memória!
Lindo, Maria o poema que postaste !!!
Bom Natal e Bom Ano Novo !!!
Beijo p ti,
Magnifica escolha!
Gostei muito!
Um beijo
Jorge
http://vagabundices.wordpress.com/
...permanecem, sim.
E aqui se fazia a guerra até 74!!!
Como diz Samuel, também a cantar. Bjs Maria
Não conheço a canção, mas gostei muito da letra!
Feliz Natal, Maria!
Beijinhos*
Manuela
Muito obrigada, do fundo de mim, a todos que passaram por aqui. Obrigada, mesmo!
Também a mim esta canção me traz muitas memórias… E eu também não espero acontecer… sou dos que “fazem a hora”…
blue velvet – terá sido em 1980, no Alto da ajuda, cantada ela própria Simone. No palco com ela estavam Chico Buarque e edu Lobo, e Viniciús de Moraes tinha ido embora na véspera….
… e a esperança sozinha não faz nada, é a LUTA diária que nos há-de levar aonde nós queremos!!!!
samuel – Obrigada pela memória de Mário Viegas e da Construção…
… Posso apontar o final de 1972 para o “cagaço”?
(tenho uma idéia, mas esta cabeça já não é o que era…)
Que esta época possa abrir um pouco mais os nossos corações e darmos
um pouco mais do tanto que temos…
Beijos a todos… e OBRIGADA, mais uma vez…
Ô dona moça qual é o seu problema? kkkkk Você quer se lenhar, é fia? kkkkk
Oi essa música/protesto do Geraldo Vandré foi o simbolo da resistência aqui no Brasil nos tempos negros da repressão, só ficou em segundo lugar no Festival por que os militares exigiram isso, na realidade, para nós brasileiros ela é foi primeiro lugar sim!
Eu, que era estudante e fui para as ruas sei muito bem o que foi essa música para nós, era injeção de ânimo a cada baixa que tinhamos com prisões e assasinatos...
Ai Maria! Se tu soubesses... O seu amigo aqui... Aiaiaiai! Deixa quieto! kkkkk
Ei, minha Cumadi?
Não diz não os outros caminhos de Salvador né minha nega? Tá bom... kkkk
bjs
O Sibarita
o sibarita
Já lhe disse que adoro vosmecê?
Beijos
Belo poema.Obrigada por partilhares.
Um Natal Feliz
uma canção emblemática aqui, uma canção que permanece no imaginário e na realidade. e tê-la sempre presente é essencial, pois há várias formas de opressão. belo e emocionante texto. abraços.
E Simone... e canção
Ambas GRANDES!!!
E Tu ainda MAIOR por nos a relembrares:))))
Beijo!!!
(*)
Lembro-me deste tema mas interpretado pelo João Gilberto...
Saudações do Marreta.
Que saudades que
eu tinha desta canção!
Não foi só no Brasil. Por cá ela animopu muito as festas (clandestinas algumas) e os ânimos da malta na luta antifacista
beijo
rascunhos
fernando rozano
um momento
marreta
antónio melenas
Foi, e ainda é, uma canção de resistência. Ouvi cantá-la durante anos. A vez que mais gostei foi cantada para um público de mais de 100 mil pessoas, na Festa do Avante, no Alto da Ajuda, pela Simone (com o Chico e o Edu Lobo em palco), no dia em que Vinicius de Morais morreu (ou no dia a seguir, por aí..)
Obrigada por terem passado.
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