Thursday, November 03, 2011
Porque me apetece Joaquim Pessoa
Amor Combate
Meu amor que eu não sei. Amor que eu canto. Amor que eu digo.
Teus braços são a flor do aloendro.
Meu amor por quem parto. Por quem fico. Por quem vivo.
Teus olhos são da cor do sofrimento.
Amor-país.
Quero cantar-te. Como quem diz:
O nosso amor é sangue. É seiva. É sol. É Primavera.
Amor intenso. amor imenso. amor instante.
O nosso amor é uma arma. É uma espera.
O nosso amor é um cavalo alucinante.
O nosso amor é pássaro voando. Mas à toa.
Rasgando o céu azul-coragem de Lisboa.
Amor partindo. Amor sorrindo. Amor doendo.
O nosso amor é como a flor do aloendro.
Deixa-me soltar estas palavras amarradas
para escrever com sangue o nome que inventei.
Romper. Ganhar a voz duma assentada.
Dizer de ti as coisas que eu não sei.
Amor. Amor. Amor. Amor de tudo ou nada.
Amor-verdade. Amor-cidade.
Amor-combate. Amor-abril.
Este amor de liberdade.
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9 comments:
A chegar de uma tertúlia sobre música contenporânea,com a mente preparada para um amor de combate.
Um abraço,
mário
Ai, Maria, que me deixaste siderada.
Isso é que é cantar com a alma toda.
O poema voltou a ser uma arma e Joaquim Pessoa é um dos necessários na frente do combate.
Adorei este momento e podemos bem cantá-lo dia 24 de Novembro...
Beijos para ti.
Branca
Lisboa tem neste momento uma cor de azul-cinzento, à conta da poluição. Mas concordo com o resto.
Belo canto de amor!
Girassóis nos seus dias. Beijos.
"Deixa-me soltar estas palavras amarradas
para escrever com sangue o nome que inventei."
Não é impunemente que se tem "Pessoa" como apelido
Belo de ler
Belo de ouvir
Lindo de sentido
Querida, estou em falta, venho leio, e não consigo comentar, e fico de voltar e volto tarde, leio, e cansada estou para comentar.
Beijo
Que belo! Que bem sabe ler JP!
Obrigada pelos teus apetites:)))))
E porque te apetece muito bem... e porque é um grande grande Poeta!
Só te apetecem coisas boas.
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