Friday, July 01, 2011
Tempo fluvial
Se eu definisse o tempo como um rio,
a comparação levar-me-ia a tirar-te
de dentro da sua água, e a inventar-te
uma casa. Poria uma escada encostada
à parede, e sentar-te-ias num dos seus
degraus, lendo o livro da vida. Dir-te-ia:
«Não te apresses: também a água deste
rio é vagarosa, como o tempo que os
teus dedos suspendem, antes de virar
cada página.» Passam as nuvens no céu;
nascem e morrem as flores do campo;
partem e regressam as aves; e tu lês
o livro, como se o tempo tivesse parado,
e o rio não corresse pelos teus olhos.
Nuno Júdice
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
14 comments:
que bonito tempo fluvial.
beijinho Maria
Adorei Maria.
Tão LINDO!!!
Beijos querida amiga!
Nem sempre o rio, como o tempo, corre assim tão docemente mas o poema é lindo, Maria!
Abraço
Das várias maneiras de ler um livro...
Um beijo grande.
doce forte, forte doce...
beijinhos
Elsa
Maria!
O tempo não existe nem dentro nem fora, são rostos que nadam na memória...
Gosto demais de Nuno Júdice, este poema que escolheste é belíssimo!
Um beijo
Amiga Maria.O rio sempre leva lembranças desejos,pode correr lento ou apressado,o certo é que nunca passa duas vezes.Não conheço muito a poesia deste poeta,mas gostei dos sentimentos contados aqui.
beijinho bfs
Que beleza!
Poeta que muito aprecio...e o livro deve ser lido devagar...muito devagar...o tempo não existe!
Beijos e bom fim-de-semana.
Manuela
(logo vi que o poema não era teu.... não sou apreciadora deste senhor mas cada um tem o seu gosto).
Vou tentar ser menos desleixada e mais assídua. Como hoje me disseram: escreve!
Este texto do NJúdice é fabuloso!...
Beijo Maria... e bom fim de semana!
AL
beijo, querida amiga
uma excelente partilha.
Muito bom, este texto.
E é assim, mesmo. Um livro é uma emigração interior. Necessária.
Beijos.
Boa malha!
Não conhecia.
Abreijo.
Post a Comment