És ventre de uma flor por nascer e de toda a esperança por florir certeza inquietação amor e fome És ventre de flores cravos de Abril de ventos que norteiam as marés de risos choros e águas de beber És ventre do jardim que nos aquece rio que renasce em cada fonte És ventre de uma flor que amanhece És ventre de uma flor Abril em Maio e de todos os sonhos por cumprir...
Porém se por alguém não foi ninguém cantou e disse flor canção amigo a si o deve. A si e mais a quem floriu cresceu cantou lutou consigo. Homem que vive só não vive bem morto que morre só é negativo morrer é separar-se de ninguém e contudo com todos ficar vivo.
Nado-vivo da morte. É isso. É isso. Uma espécie de forno de bigorna de corpo imorredoiro que transforma em fusão o metal do compromisso: Forjar o conteúdo pela forma: marrar até morrer. E dar por isso. (Ary dos Santos)
Já perdoei erros quase imperdoáveis, tentei substituir pessoas insubstituíveis e esquecer pessoas inesquecíveis.
Já fiz coisas por impulso, já me decepcionei com pessoas quando nunca pensei me decepcionar, mas também decepcionei alguém.
Já abracei pra proteger, já dei risada quando não podia, fiz amigos eternos, amei e fui amado, mas também já fui rejeitado, fui amado e não amei.
Já gritei e pulei de tanta felicidade, já vivi de amor e fiz juras eternas, “quebrei a cara muitas vezes”!
Já chorei ouvindo música e vendo fotos, já liguei só para escutar uma voz, me apaixonei por um sorriso, já pensei que fosse morrer de tanta saudade e tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo).
Mas vivi, e ainda vivo! Não passo pela vida… E você também não deveria passar! Viva! Bom mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve e a vida é “muito” pra ser insignificante.
Charles Chaplin (16 de Abril de 1889 — 25 de Dezembro de 1977) (este post é exactamente igual ao que coloquei aqui no ano passado, mas não quero, nem posso, deixar passar esta data em branco...)
This is the early evening edition of the news. The recent fight in the house of representatives was over the open housing section of the civil rights bill. Brought traditional enemies together but it left the defenders of the measure without the votes of their strongest supporters. President Johnson originally proposed an outright ban covering discrimination by everyone for every type of housing but it had no chance from the start and everyone in congress knew it. A compromise was painfully worked out in the house judiciary committee. In Los Angeles today comedian Lenny Bruce died of what was believed to be an overdose of narcotics. Bruce was 42 years old. Dr. Martin Luther King says he does not intend to cancel plans for an open housing march sunday into the Chicago suburb of Cicero. Cook county sheriff Richard Ogleby asked King to call off the march and the police in Cicero said they would ask the national guard to be called out if it is held. King, now in Atlanta, Georgia, plans to return to Chicago tuesday. In Chicago Richard Speck, accused murderer of nine student nurses, was brought before a grand jury today for indictment. The nurses were found stabbed an strangled in their Chicago apartment. In Washington the atmosphere was tense today as a special subcommittee of the house committee on un-american activities continued its probe into anti-Vietnam war protests. Demonstrators were forcibly evicted from the hearings when they began chanting anti-war slogans. Former vice-president Richard Nixon says that unless there is a substantial increase in the present war effort in Vietnam, the U.S. should look forward to five more years of war. In a speech before the convention of the veterans of foreign wars in New York, Nixon also said opposition to the war in this country is the greatest single weapon working against the U.S. That's the 7 o'clock edition of the news, Goodnight.
Silent night Holy night All is calm All is bright Round yon virgin mother and child Holy infant so tender and mild Sleep in heavenly peace, sleep in heavenly peace.
A tua boca. A tua boca. Oh, também a tua boca. Um túnel para a minha noite. Um poço para a minha sede.
Os fios dormentes de água que a tua língua solta num grito cor de rosa e a minha língua sorve e canta e os meus dentes mordem derramando a seiva da tua primavera sem palavras o poema inquieto e livre que a tua boca oferece à minha boca.
As loucas bebedeiras de ternura por essa viagem até ao sangue. Os beijos como fogueiras. As línguas como rosas.
Não importa a cor da onda. Deixa que ela te lamba os pés. Deixa que suba um pouco mais, para refrescar o teu corpo quente. Faz-te rio, outra vez. E mergulha dentro do meu olhar. Para que o teu corpo mantenha sempre, dentro de ti, o cheiro. Desta manta de espuma…
Nasci no vale escuro brinquei entre latas Pulei ao alão andei à pedrada Escorreguei no muro, caí no jará Ganhei ao pião a jogar à bola.
Perdi a sacola mais o que trazia A fugir ao guarda que nos perseguia Mas que bem sabia faltarmos à escola Mas que bem sabia faltarmos à escola.
Já rapaz crescido sequer fui ouvido Já rapaz crescido sequer fui ouvido Só meu pai o quis e entrei p'ra aprendiz Só meu pai o quis e entrei p'ra aprendiz.
Para uma oficina minha negra sina Ofício gritado estalo safanão Era um pau mandado nas mãos do patrão, Era um pau mandado nas mãos do patrão.
Lembrança dos jogos que tanto gostava Deu-me p'ra pensar que jogo era aquele Que jogo era aquele que só um jogava, Que jogo era aquele que só um jogava.
E no outro dia logo que o patrão Levantou a mão para a bofetada Peguei no martelo entrei na jogada, Peguei no martelo entrei na jogada.
Mudei de oficina subi de aprendiz Dobrei uma esquina minha vida fiz Na escola nocturna meti-me a estudar, Na escola nocturna meti-me a estudar.
Tenho namorada vamos namorar Tenho amigos certos trabalhamos lutamos Pelas coisas da vida que queremos viver, Pelas coisas da vida que queremos viver.
Hoje não me apetece escrever. Tenho nada para contar ou dizer e tenho cansaço que sobra. Caiu um cinzento em mim que me tolhe o pensamento e os dedos. Por isso as palavras não saem. Um cinzento estranho quase chumbo que há muito não sentia. É por isso que hoje não me apetece escrever. E no entanto preciso tanto de te falar de deixar sair pela boca as palavras que não queres ouvir as palavras que já deviam ter sido ditas no tempo certo. Mas também não sei quando é o tempo certo para te falar porque tu és hábil a fugir a assuntos ou temas que não te agradam. Daí o meu cansaço que sobra. E por isso hoje não me apetece escrever.
Saber o Momento que é uma Vida na eternidade do Tempo. Saber do corpo que me espera e me abra em flor. Saber do amor renovado a cada noite. E do vento que me sopra no cabelo. Saber que o mar está ali e o cheiro a sargaço vem ter comigo. Saber que a vida se pode transformar num vulcão. E que o fogo se acende a cada abraço por dar. E que a saudade fica sempre por matar. Saber que o que sinto não se pode explicar. E que o meu coração apenas sabe amar. Saber...
Não ficarei tão só no campo da arte, e, ânimo firme, sobranceiro e forte, tudo farei por ti para exaltar-te, serenamente, alheio à própria sorte.
Para que eu possa um dia contemplar-te dominadora, em férvido transporte, direi que és bela e pura em toda parte, por maior risco em que essa audácia importe.
Queira-te eu tanto, e de tal modo em suma, que não exista força humana alguma que esta paixão embriagadora dome.
E que eu por ti, se torturado for, possa feliz, indiferente à dor, morrer sorrindo a murmurar teu nome
Carlos Marighella (Salvador, 5 de dezembro de 1911 – São Paulo, 4 de novembro de 1969)
as pontas dos meus dedos suaves sobre a pele das tuas ancas e o meu sussurro atrás do teu corpo nu, sopra-te no ouvido a palavra absolutamente necessária. daqui