Friday, October 30, 2009
Música para o fim-de-semana
Encosta-te a mim,
nós já vivemos cem mil anos
encosta-te a mim,
talvez eu esteja a exagerar
encosta-te a mim,
dá cabo dos teus desenganos
não queiras ver quem eu não sou,
deixa-me chegar.
Chegado da guerra,
fiz tudo p´ra sobreviver em nome da terra,
no fundo p´ra te merecer
recebe-me bem,
não desencantes os meus passos
faz de mim o teu herói,
não quero adormecer.
Tudo o que eu vi,
estou a partilhar contigo
o que não vivi, hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim.
Encosta-te a mim,
desatinamos tantas vezes
vizinha de mim, deixa ser meu o teu quintal
recebe esta pomba que não está armadilhada
foi comprada, foi roubada, seja como for.
Eu venho do nada porque arrasei o que não quis
em nome da estrada onde só quero ser feliz
enrosca-te a mim, vai desarmar a flor queimada
vai beijar o homem-bomba, quero adormecer.
Tudo o que eu vi,
estou a partilhar contigo o que não vivi,
um dia hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim
Encosta-te a mim
Encosta-te a mim
Quero-te bem.
Encosta-te a mim.
Wednesday, October 28, 2009
Vôo
Mesmo de asas cortadas os pássaros podem voar. É uma questão de tempo e aprendizagem. Pássaro que é pássaro nunca deixa de saber voar. Mesmo que se perca. Mesmo que fique retido pelo cinzento da chuva. Os raios de sol hão-de surgir e o pássaro poderá secar as suas penas e sacudir as suas asas. E, sem espanto, tranquilamente, levantará vôo...
Monday, October 26, 2009
Divides-me
Divides-me
entre escrever e ficar quieta
divides-me
entre um sorriso e uma lágrima
sou foz de todas as lágrimas
de todos os teus sorrisos
que contornam as tuas margens
todos os rios correm para mim
e se todos os sonhos correm para os rios
a mim chegarão, que sou foz
divides-me
porque entre o desistir e o investir na luta
quem não sabe o que fazer sou eu
dividias-me, agora já não me divides
porque a luta é, será sempre, o meu caminho...
entre escrever e ficar quieta
divides-me
entre um sorriso e uma lágrima
sou foz de todas as lágrimas
de todos os teus sorrisos
que contornam as tuas margens
todos os rios correm para mim
e se todos os sonhos correm para os rios
a mim chegarão, que sou foz
divides-me
porque entre o desistir e o investir na luta
quem não sabe o que fazer sou eu
dividias-me, agora já não me divides
porque a luta é, será sempre, o meu caminho...
Saturday, October 24, 2009
Música para o fim-de-semana
Na ri na , oh na ri na
Na ri na , nu ta brinca só iá iá
Eh mocinhos, eh ca nhôs flan nada
Oxi pelu menus mi`n kre brinka só iá iá, eh iá iá
Mosinhos di Praia Baxu, eh eh ka nhos fla nada
Oh oh ka nhos buli`n, mi`n kre brinka so iá iá, oh iá iá
A bo mosinhu di Praia Baxu, eh eh si bu da`n
Oh oh si bu da`n, n`ta brinka só iá iá
A bo Bitori di Praia Baxu, eh eh ku bu kaxola
Oh oh ka da pa nada, nu ta brinka só iá iá
Mosinhus ka nhos fla nada, eh eh Codé di Dona
Oh oh ku si gaitona, nu ta brinca só iá iá, oh iá iá
A bo mosinhu, mosinhu Praia, eh eh Praia é sabi
Eh eh Praia é prigo, bu ta brinca só iá iá
Na ri na , oh na ri na
Na ri na , nu ta brinca só iá iá
Friday, October 23, 2009
... e não consigo...
Entraste devagarinho dentro de mim. E eu deixei.
Inundaste-me com a alegria de um menino. E eu sorri.
Dançámos todas as danças que havia para inventar. Estremeci
e o teu coração bateu forte, apressado.
No vai e vem das marés andámos por caminhos proibidos. E tu sabias.
Demos as mãos com a ternura do amor primeiro. O nosso.
Pintámos esse amor com o vermelho da paixão. Vivido.
Das palavras que nos dissemos só uma ficou acordada. Falo da saudade.
Todas as outras adormeceram no tempo no dia na hora que não escolhemos.
Vejo os teus olhos que me sorriem e tu não me vês.
Dou-te um abraço apertado que tu não sentes.
Beijo-te o corpo sem te tocar e amo-te!
Mantenho o teu cheiro, que guardo com todos os sentidos.
Vives rente ao meu coração que ainda bate descompassado, por ti.
Agora sou eu que quero sair de dentro de mim.
Estilhaçar-me em mil pedaços.
… e não consigo…
Wednesday, October 21, 2009
Palavras con.sentidas
Já entrei aqui nem sei quantas vezes.
Já me esgueirei por uma nesga para ninguém me ver sair...
Não tenho palavras para ti, hoje. Apenas um NÓ que me aperta e aperta e aperta...
Tento desfazê-lo e nem o que tu sabes me deixa...
Sei (acho que sei) o que sentes. Queria ter-te aqui, agora. E não tenho!
Queria dar-te colo, queria dar-te a mão, e apenas o NÓ que me asfixia...
Amo-te! Tu sabes quanto.
Quero-te! Tu sabes como.
E este NÓ que me dói na garganta...
Chovo, porque sei que choves.
Chovo, pela impotência em aliviar a tua dor.
Chovo por ti. Chovo porque sim.
Puta de vida!
Deixa-me embalar-te hoje. Canto-te a Estrela d'Alva. Ouves?
Dorme. Adormece. Com o meu dedo a fazer redondo na tua testa. Sentes?
Já me esgueirei por uma nesga para ninguém me ver sair...
Não tenho palavras para ti, hoje. Apenas um NÓ que me aperta e aperta e aperta...
Tento desfazê-lo e nem o que tu sabes me deixa...
Sei (acho que sei) o que sentes. Queria ter-te aqui, agora. E não tenho!
Queria dar-te colo, queria dar-te a mão, e apenas o NÓ que me asfixia...
Amo-te! Tu sabes quanto.
Quero-te! Tu sabes como.
E este NÓ que me dói na garganta...
Chovo, porque sei que choves.
Chovo, pela impotência em aliviar a tua dor.
Chovo por ti. Chovo porque sim.
Puta de vida!
Deixa-me embalar-te hoje. Canto-te a Estrela d'Alva. Ouves?
Dorme. Adormece. Com o meu dedo a fazer redondo na tua testa. Sentes?
Monday, October 19, 2009
Friday, October 16, 2009
Música para o fim-de-semana
Deixo-vos estas três cantigas, de três dos maiores, antevendo os concertos de Lisboa e Porto, onde vou estar...
... e uma cantiga do José Mário Branco que me enternece, vá lá saber-se porquê...
Quando Eu For Grande
(Carta aos Meus Netos)
Quando eu for grande quero ser
Um bichinho pequenino
P´ra me poder aquecer
Na mão de qualquer menino
Quando eu for grande quero ser
Mais pequeno que uma noz
P´ra tudo o que eu sou caber
Na mão de qualquer de vós
Quando eu for grande quero ser
Uma laje de granito
Tudo em mim se pode erguer
Quando me pisam não grito
Quando eu for grande quero ser
Uma pedra do asfalto
O que lá estou a fazer
Só se nota quando falto
Quando eu for grande quero ser
Ponte de uma a outra margem
Para unir sem escolher
E servir só de passagem
Quando eu for grande quero ser
Como o rio dessa ponte
Nunca parar de correr
Sem nunca esquecer a fonte
Quando eu for grande quero ser
Um bichinho pequenino
Quando eu for grande quero ser
Mais pequeno que uma noz
Quando eu for grande quero ser
Uma laje de granito
Quando eu for grande quero ser
Uma pedra do asfalto
Quando eu for grande...
Quando eu for grande...
Quando eu for grande quero ter
O tamanho que não tenho
P´ra nunca deixar de ser
Do meu exacto tamanho
Wednesday, October 14, 2009
Deixo-vos com José Gomes Ferreira
Homens: na noite do desânimo
levanto a minha voz
para pregar o ódio.
Um ódio total e violento
a todos os narcóticos
que adormecem a realidade
com neblinas de música.
Ódio às lágrimas mal choradas diante dos poentes,
à alegria das crianças mortas que teimam em rir nos olhos dos velhos,
às noites de insónia por causa de uma mulher,
às flores que iluminam os mortos de alma,
ao álcool da arte-pura-para-esquecer,
aos versos por dentro das palavras,
aos versos com túneis acesos por dentro das palavras,
aos pássaros a cantarem os perfumes das árvores secas,
às valsas com voos de tule
- e até ao sol
que diminui o mundo
em indiferença de continuar.
Ódio ao mar a modelar deuses
nos nossos corpos feios de tanto se julgarem belos.
Ódio à primavera
- essa mulher voadora
que entra pelas janelas
com asas azuis
para que a nossa dor
pareça preguiça de existir.
Ódio às serenatas que o luar faz do céu à terra,
às pétalas nos cabelos dos fantasmas ao vento,
às mãos-dadas nas sendas brancas dos idílios,
à pele de frio doce dos amantes,
aos colos das mães a embalarem futuro,
às crianças com céus do tamanho dos olhos,
às cartas de paixão a prometerem suicídios (para beijos mais fundos),
às insinuações de paraíso nas vozes de pedir esmola,
às escadas de corda nos olhos das noivas das trapeiras,
às danças a perfumarem de sexo a derrota,
às ninfas disfarçadas em canteiros de jardins,
e aos recantos foscos
onde escondemos a Verdade
em galerias de evasão
- só para que os nossos olhos continuem límpidos
a ignorarem todos os negrumes
com escadas até ao centro da terra.
Ódio ao disfarce, às máscaras, ao «falemos noutra coisa»,
aos desvios, às fontes dos claustros, ao «vamos logo ao cinema»,
aos problemas de xadrez, aos dramas de ciúme, às infantas do fogo das lareiras,
e aos que não têm a coragem
de estacar, pálidos,
com unhas na carne
a olhar de frente,
sem arrancar os olhos,
os caminhos dos mortos sagrados
até aos horizontes onde os homens se ofuscam das manhãs virgens.
Ódio a todas as fugas, a todos os véus,
a todas as aceitações, a todas as morfinas,
a todas as mãos ocas das prostitutas,
a todas as mulheres nuas em coxins de afagos,
para nos obrigarem a esquecer...
Mas eu não quero esquecer, ouviram?
Não quero esquecer!
Quero lembrar-me sempre, sempre e sempre
deste minuto de abismo,
para transmiti-lo de alma em alma,
de treva em treva,
de corvo em corvo,
de escarpa em escarpa,
de esqueleto em esqueleto,
de forca em forca,
até ao Ranger do Grande Dia
para a Salvação do Mundo
sem anjos
nem demónios
- mas só homens e Terra.
José Gomes Ferreira
(vou ali. depois volto.)
levanto a minha voz
para pregar o ódio.
Um ódio total e violento
a todos os narcóticos
que adormecem a realidade
com neblinas de música.
Ódio às lágrimas mal choradas diante dos poentes,
à alegria das crianças mortas que teimam em rir nos olhos dos velhos,
às noites de insónia por causa de uma mulher,
às flores que iluminam os mortos de alma,
ao álcool da arte-pura-para-esquecer,
aos versos por dentro das palavras,
aos versos com túneis acesos por dentro das palavras,
aos pássaros a cantarem os perfumes das árvores secas,
às valsas com voos de tule
- e até ao sol
que diminui o mundo
em indiferença de continuar.
Ódio ao mar a modelar deuses
nos nossos corpos feios de tanto se julgarem belos.
Ódio à primavera
- essa mulher voadora
que entra pelas janelas
com asas azuis
para que a nossa dor
pareça preguiça de existir.
Ódio às serenatas que o luar faz do céu à terra,
às pétalas nos cabelos dos fantasmas ao vento,
às mãos-dadas nas sendas brancas dos idílios,
à pele de frio doce dos amantes,
aos colos das mães a embalarem futuro,
às crianças com céus do tamanho dos olhos,
às cartas de paixão a prometerem suicídios (para beijos mais fundos),
às insinuações de paraíso nas vozes de pedir esmola,
às escadas de corda nos olhos das noivas das trapeiras,
às danças a perfumarem de sexo a derrota,
às ninfas disfarçadas em canteiros de jardins,
e aos recantos foscos
onde escondemos a Verdade
em galerias de evasão
- só para que os nossos olhos continuem límpidos
a ignorarem todos os negrumes
com escadas até ao centro da terra.
Ódio ao disfarce, às máscaras, ao «falemos noutra coisa»,
aos desvios, às fontes dos claustros, ao «vamos logo ao cinema»,
aos problemas de xadrez, aos dramas de ciúme, às infantas do fogo das lareiras,
e aos que não têm a coragem
de estacar, pálidos,
com unhas na carne
a olhar de frente,
sem arrancar os olhos,
os caminhos dos mortos sagrados
até aos horizontes onde os homens se ofuscam das manhãs virgens.
Ódio a todas as fugas, a todos os véus,
a todas as aceitações, a todas as morfinas,
a todas as mãos ocas das prostitutas,
a todas as mulheres nuas em coxins de afagos,
para nos obrigarem a esquecer...
Mas eu não quero esquecer, ouviram?
Não quero esquecer!
Quero lembrar-me sempre, sempre e sempre
deste minuto de abismo,
para transmiti-lo de alma em alma,
de treva em treva,
de corvo em corvo,
de escarpa em escarpa,
de esqueleto em esqueleto,
de forca em forca,
até ao Ranger do Grande Dia
para a Salvação do Mundo
sem anjos
nem demónios
- mas só homens e Terra.
José Gomes Ferreira
(vou ali. depois volto.)
Tuesday, October 13, 2009
Sunday, October 11, 2009
Abraço
Recebi um abraço apertado da VELAS
O abraço vem acompanhado de um desafio que consiste em responder a três perguntas, a saber:
1 - Quem mais gostas de abraçar no presente?
Esta é fácil: TODOS os meus AMIGOS.
2 - Quem nunca abraçarias?
Também não é difícil. Penso que quem me conhece sabe quem eu NUNCA abraçaria...
3 - Quem davas tudo para poder abraçar?
Pois, esta é mais complicada. Acho que TODOS que já partiram e a quem dei poucos abraços (dão-se sempre poucos abraços). TODAS as crianças que passam fome e sofrem no Mundo.
Fico-me por aqui, deixando abraços a quem aqui vier.
Este desafio deveria ser passado a 30 Amigos. Como de costume não nomeio ninguém, abraço todos e peço que levem daqui os abraços para os vossos blogues.
Obrigada, Velas. Um beijo e um abraço apertadinho para ti.
O abraço vem acompanhado de um desafio que consiste em responder a três perguntas, a saber:
1 - Quem mais gostas de abraçar no presente?
Esta é fácil: TODOS os meus AMIGOS.
2 - Quem nunca abraçarias?
Também não é difícil. Penso que quem me conhece sabe quem eu NUNCA abraçaria...
3 - Quem davas tudo para poder abraçar?
Pois, esta é mais complicada. Acho que TODOS que já partiram e a quem dei poucos abraços (dão-se sempre poucos abraços). TODAS as crianças que passam fome e sofrem no Mundo.
Fico-me por aqui, deixando abraços a quem aqui vier.
Este desafio deveria ser passado a 30 Amigos. Como de costume não nomeio ninguém, abraço todos e peço que levem daqui os abraços para os vossos blogues.
Obrigada, Velas. Um beijo e um abraço apertadinho para ti.
Saturday, October 10, 2009
Para ti
Canto para ti esta canção
Feita de flores de jasmim
Se a fechares no teu coração
Guarda o cheiro para mim
Rosa vermelha cor da paixão
Que eu colhi do teu jardim
Deixa-a voar numa ilusão
Mas guarda o cheiro para mim
A água da fonte é fresca e pura
E corre sempre a teus pés
E no caminho se te procura
Faz-se rio outra vez
Vida pintada em verdes trigais
Terra sangrenta sem ter fim
Dás o teu fruto a todos, iguais
Mas guarda o cheiro para mim
A água da fonte é fresca e pura
E corre sempre a teus pés
E no caminho se te procura
Faz-se rio outra vez
Semente raíz flor e fruto
Ciclo de vida feito assim
Ventre sofrido rasgado enxuto
Mas guarda o cheiro para mim
(não imaginava que fosse tão rápido. Ainda bem que foi...
Abraço-te, tanto!)
Friday, October 09, 2009
Música para o fim-de-semana
De chrysanthèmes en chrysanthèmes
Nos amitiés sont en partance
De chrysanthèmes en chrysanthèmes
La mort potence nos dulcinées
De chrysanthèmes en chrysanthèmes
Les autres fleurs font ce qu'elles peuvent
De chrysanthèmes en chrysanthèmes
Les hommes pleurent les femmes pleuvent
J'arrive j'arrive
Mais qu'est-ce que j'aurais bien aimé
Encore une fois traîner mes os
Jusqu'au soleil jusqu'à l'été
Jusqu'à demain jusqu'au printemps
J'arrive, j'arrive
Mais qu'est-ce que j'aurais bien aimé
Encore une fois voir si le fleuve
Est encore fleuve voir si le port
Est encore port m'y voir encore
J'arrive j'arrive
Mais pourquoi moi pourquoi maintenant
Pourquoi déjà et où aller
J'arrive bien sûr, j'arrive
N'ai-je jamais rien fait d'autre qu'arriver
De chrysanthèmes en chrysanthèmes
A chaque fois plus solitaire
De chrysanthèmes en chrysanthèmes
A chaque fois surnuméraire
J'arrive j'arrive
Mais qu'est-ce que j'aurais bien aimé
Encore une fois prendre un amour
Comme on prend le train pour plus être seul
Pour être ailleurs pour être bien
J'arrive j'arrive
Mais qu'est-ce que j'aurais bien aimé
Encore une fois remplir d'étoiles
Un corps qui tremble et tomber mort
Brûlé d'amour le cœur en cendres
J'arrive j'arrive
C'est même pas toi qui est en avance
C'est déjà moi qui suis en retard
J'arrive, bien sûr j'arrive
N'ai-je jamais rien fait d'autre qu'arriver
(especialmente para os Amigos que gostam de Brel tanto quanto eu)
Sunday, October 04, 2009
Porque me apetece Joaquim Pessoa
Amor militante
Regaço. Flor. Abraço. Movimento.
Lua de seiva. Vinho. Arco. Seta.
Palavra nua. Força. Forca. Vento.
Anel de lava. Passo. Início. Meta.
Retrato e acto. Cacto. Água. Poço.
Laço que eu faço. Braço que arremessa.
Nome de caça. Casa. Sangue e osso.
Amor que sempre acaba. E recomeça.
Amor que sempre faço. Porque é isso
que faz falta fazer. Amor amante.
Amor que é um compasso. Um compromisso.
Amor que é toda a vida ou um instante
em que se vive e morre de olhar fixo
e coração ao alto. Militante.
Joaquim Pessoa
(vou ali. depois volto. logo.)
Regaço. Flor. Abraço. Movimento.
Lua de seiva. Vinho. Arco. Seta.
Palavra nua. Força. Forca. Vento.
Anel de lava. Passo. Início. Meta.
Retrato e acto. Cacto. Água. Poço.
Laço que eu faço. Braço que arremessa.
Nome de caça. Casa. Sangue e osso.
Amor que sempre acaba. E recomeça.
Amor que sempre faço. Porque é isso
que faz falta fazer. Amor amante.
Amor que é um compasso. Um compromisso.
Amor que é toda a vida ou um instante
em que se vive e morre de olhar fixo
e coração ao alto. Militante.
Joaquim Pessoa
(vou ali. depois volto. logo.)
Friday, October 02, 2009
Música para o fim-de-semana
Aos nossos filhos
Perdoem a cara amarrada
Perdoem a falta de abraço
Perdoem a falta de espaço
Os dias eram assim
Perdoem por tantos perigos
Perdoem a falta de abrigo
Perdoem a falta de amigos
Os dias eram assim
Perdoem a falta de folhas
Perdoem a falta de ar
Perdoem a falta de escolha
Os dias eram assim
E quando passarem a limpo
E quando cortarem os laços
E quando soltarem os cintos
Façam a festa por mim
Quando lavarem a mágoa
Quando lavarem a alma
Quando lavarem a água
Lavem os olhos por mim
Quando brotarem as flores
Quando crescerem as matas
Quando colherem os frutos
Digam o gosto pra mim
(Ivan Lins)
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