Monday, March 01, 2010
O cinzento dos dias...
É o cinzento dos dias e a humidade no corpo que nos faz ficar assim. O frio que não escolhe e nos encolhe. A distância que de repente fica mais distante ainda, a uma lonjura difícil de chegar. O mar que deixou de ser azul e nestes dias se pinta de castanho. As ondas que se atiram contra nós em vez de rebentarem suavemente... em espuma de mel.
São dias de fome. E de sede.
São noites de silêncio em que nos ouvimos em gritos calados. São as palavras a rebentarem o peito e a ficarem aprisionadas nos dedos. É o sim e o não sem sabermos porquê.
Abro uma garrafa de tinto antigo, deixo-o aquecer até aos 17 graus. Já cheira a pão quente. O doce de abóbora ainda está morno. Falta o requeijão de Seia. E faltas tu.
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33 comments:
é tão lindo maria... povoado de cheiros e sentidos.
beijinho
Falta sempre alguém...
Beijinho, minha Maria*
Prosa com sabor poético. Gostei!
Assim como te tudo isso que mencionas... sabores da minha terra, com cheirinho a saudade...
Um forte abraço
Maria:
E falta tanta coisa. E falta o Sol.
Ainda bem que há mais gente que pensa como eu...
Beijo
João
Maria!
Lindo poema!
Cada um de nós é um coração sozinho
cada um de nós perenemente
é um no espelho a se mirar, sabendo
que mesmo se no leito desse vidro cinza
um outro olhar nos busca e outro amor
quer derramar-se em nós, os limites
entre o frio cristal e a alma ardente são para sempre, e para sempre a amante solidão nos chama e abraça neste inverno rigoroso.
Um beijo
Tu não fales assim que ainda me dá um treco. Requeijão, pão quente e vinho tinto? E agora, que é que eu faço?
Abreijos.
Até dois dias atrás não faltava nada. Agora falta tudo. Tudo mesmo.
beijos Maria e aqui chove.
há sempre vazios.
uns acontecem , outros estão enraízados.
esse tinto é bom? era capaz de beber um copo :)
abraço do vale
A perfeição talvez não exista... mas deve procurar-se.
Abreijo.
Maria,
A dor da ausência é a dor maior.
O resto aguenta-se... com amor.
Beijo daqui...
(com tanto trabalho e com tão pouco tempo, Maria!)
Alegremo-nos por horas...
Hoje não chove...
E, dia de requeijão, não é todos os dias...
O resto, está quase perfeito...
Boa semana também para ti.
beijinho
:))
...
Maria,
o meu abraço em ti e nas tuas palavras.
beijo.
Hoje o sol deu aqui um arzinho
graça de falta que tem feito no caminho...
e cheirei aqui, esse pão quentinho...
Tem uma boa semana
deixo-te meu beijinho
ainda enroladinho
num lento despertar...
Vai devagarinho...
mas que vá...é já tentar!:)
O frio tem dessas coisas... dá fome, principalmente do outro.
E minha cidade sentiu inveja da tua... chove aquela chuvinha manhosa que não pára e está frio. Acredite! É tempo de tirar o casaquinho de malha do armário.
Beijocas
Belo texto.
Um beijo grande.
Falta sempre qualquer coisa ou alguém à perfeição os dias!
Um beijo
Ana
pq será q em dias assim a dôr da ausência é sempre mais forte.
Um beijo para ti, Maria.
....
gosto deste céu!
Olá Maria, belo texto...Espectacular....
Beijos
Ai, ai, miguita!...:)
Falta sempre qualquer coisa mas, o requijão com doce de abóbora também não é fácil conseguir.
Bjs
Falta alguém, falta algo...
É sempre assim :-(
Um beijo.
a dispensa pode estar cheia e mesmo assim, sentimos tanto a falta de...
beijinho Maria
Falta-nos sempre alguém que não devia ter partido tão cedo, Maria...
E sobra tanta coisa desgradável, triste, decepcionante que nos amargura a existência e não nos deixa dormir à noite nem sorrir de dia!...
Abraço
Nota:
Se puderes passa de novo pelo meu Ventanias...
Preciso de uma informação.
O tu.
O requeijão por acaso comprei.
Parece que ao nos encolhermos nos colhemos. Colhemos a alma, a nata,
ingreme de nós.
Um beijo -igual.
A cor triste dos dias amainda pelo delicioso sabor e odores caseiros.
Mas lá vamos enganando os sentidos com o que temos: se não há sol olhamos a chuva, se não há doce come-se apenas o pão, se estamos sozinhos temos esperança que não seja sempre assim...e vamos caminhando!
Excelente texto, amiga!
Gosto do que escreves. Gosto de como escreves.
A vida nem sempre é justa.
Obrigada pela tua visita. Deixarei flores, também para ti!
Olá Maria,
Gosto muito do que escreves, porque enches as tuas palavras com afectos, que transferes com uma magia especial!...
A falta também fica a ressoar no pensamento...
Beijinhos carinhosos,~
Manuela
São dias cinzentos. De um cinzento vazio.
Belo texto, querida amiga, ainda que um pouco melancólico. E gostei muito.
Um beijo.
Muito obrigada a todos por terem passado aqui.
Beijos.
Maria, só brincando um pouco. E poderia ser eu para comer esse pão quente com requeijão? rsrs Ai, me deu vontade. Doce de abóbora nunca comi, mas sendo doce, já deu vontade.
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Há dias que a saudade é maior, que tudo fica distante, que cheiros nos transportam...e deixam uma sensação enorme de vazio.
Gosto muito quando você escreve. Tem sempre muito sentimento, muita emoção.
abraço
A humanização completa que te leva a quase igualar a falta de requeijão à falta de alguém. Porque é o todo que dá sentido à nossa experiência.
:)))
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