ROTEIRO
Parar. Parar não paro.
Esquecer. Esquecer não esqueço.
Se carácter custa caro
pago o preço.
Pago embora seja raro.
Mas homem não tem avesso
e o peso da pedra eu comparo
à força do arremesso.
Um rio, só se for claro.
Correr, sim, mas sem tropeço.
Mas se tropeçar não paro
- não paro nem mereço.
E que ninguém me dê amparo
nem me pergunte se padeço.
Não sou nem serei avaro
- se carácter custa caro
pago o preço.
Sidónio Muralha
(«Que Saudades do Mar» - 1971)
Tuesday, March 16, 2010
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26 comments:
Excelente poema do Sidónio, tenho um livro dele, mas não me lembrava deste poema!...
Beijocas,
Manuela
Não conhecia.
Acho que se paga um preço demasiado alto pela integridade de carácter: devia ser homenagem!
Bjinho
Há coisas que não têm preço.
Abreijos.
Olá... vivi muitos anos em Angola
Cosulte o meu blog: www.queriaserselvagem.blogspot.com
Um Abraço
Confesso a minha ignorância sobre o autor deste poema. Mas adorei a força das suas palavras.
O carácter não devia ter preço, mas infelizmente hoje em dia, parece não ter valor nenhum.
Um beijo, Ava.
a força de caracter podia ficar cara. houve quem pagasse com a vida. a esses e aos outros, que se têm mantido inquebrantáveis, as minhas homenagens.
Olá!
Não conhecia...mas adorei :=)))
Beijocas
Ante tudo a dignidade, ainda que seja caro o preço a pagar.
Gosto da rima!
Abrazos
Qualquer preço pago, pela imbecilidade, é demasiado.
Beijos.
Sei o preço de ter carácter. E por ele paguei caro!!!
Custou-me um emprego de anos...a mágoa ainda a tenho, mas não me arrependo!
Muito bonito o poema de Sidónio Muralha.
Querida Maria um beijo enorme de carinho em ti!!!
Margusta
Um valor inestimável...o meu não está à venda!!!!!!
Poema...verdade!!!!!
Beijo
É bom saber que ainda há gente disposta a pagar o preço, nesta feira de enganos em que vivemos.
Beijinho, Maria.
Nas asas do vento, trouxe-te um poema:
"As palavras
São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas...."
Eugénio de Andrade
Adorei visitar-te e de reencontrar este teu belo espaço.
Parabéns amiga
Bj
Luis
Nas asas do vento, trouxe-te um poema:
"As palavras
São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas...."
Eugénio de Andrade
Adorei visitar-te e de reencontrar este teu belo espaço.
Parabéns amiga
Bj
Luis
E não é que ABRIL já está, de novo, à porta!!!
:)
E assim vamos fazendo chegar a mais gente a poesia de Sidónio Muralha...
Um beijo grande.
penso tal e qual.
também pago o preço.
beijos Maria
Maria. E Abril é logo ali,daqui a dias!Gosto dos poemas do Sidónio,este não poderia faltar.Se deveria ler muito acerca deste mês,que foi tão importante e anda adormecido por alguns.
Beijinho
Lisa
Há muito tempo que não lia nada do Sidónio Muralha. Foi um dos primeiros poetas antifascistas militantes cuja obra conheci. Cheguei a copiar à mão poemas que "não podiam ser lidos". Dele e de outros. Foi bom recordá-lo aqui e agora (expressão que nunca poderá ser, para mim, um chavão). Lembrar a poesia, mas também a integridade e a coerência daqueles que pagaram o preço. E, com Ferrat, que também não esqueci, lembrar os que "voaram". Os que se encontram nas estrelas que o rapaz investigado por Molero aprendeu a ver.
Não costumo alargar-me nos comentários, mas este blog justifica-o. Vai direitinho para a minha lista de favoritos.
Também pago o preço, e com gosto.
Beijinhos, Maria.
Maria:
Obrigado pela partilha
Beijo
João
Ainda não conhecia
Estava aqui sem saber
Agora, pela Maria
Já fiquei a conhecer!
:)))
Passei e deixo as saudações amigas
O preço é elevado, mas quem quer paga.
Eu quero.
Beijos.
"Pago embora seja raro.
"Mas homem não tem avesso
e o peso da pedra eu comparo
à força do arremesso."
Ah! Como entendo Sidonio Muralha...
Um beijo
PS:Consegui conciliar meu tempo e estou retornando agora.
Muito obrigada por terem passado por aqui.
Beijos a todos.
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