Monday, December 06, 2010

Encontra-me


Encontra-me na volta do tempo
enroscada pelo frio e pelo vento
a chuva a bater-me por dentro
e eu à tua espera, para o momento

Encontra-me uma vez que seja
na espuma da onda que se beija
na boca ardente que se deseja
e na memória, para que se veja

Encontra-me só mais uma vez
na volta do tempo que se desfez
no abraço que se deu mais uma vez
e na despedida, que em nós se fez

Encontra-me por fim em cada dia
na noite no vento que assobia
na rocha
no mar em que perdia
toda a saudade que em nós cabia.

Encontra-me...

18 comments:

salvoconduto said...

Impossível encontrar seja quem for. O fim de semana esteve envolto em denso nevoeiro, Sá carneiro para aqui, Sá Carneiro para acolá. Ia jurar que o tinha visto até a espreitar aqui na minha janela. Depois de aguçar o olhar verifiquei que era apenas um romeiro em busca de D. Sebastião.

João P. said...

Eh lá...

A minha poesia foi-se toda ao ler o comentário acima... :-))

Quer dizer... de facto não teve graça nenhuma este fds

Beijo

João

Licínia Quitério said...

Bonito, Maria, muito bonito. Um beijo.

Chousa da Alcandra said...

Sempre pedimos que nos encontren; mais ás veces mesmo semella que nos agochamos, dificultando o encontro.
Fermosa tecedura a deste texto.
Beijos dende este lado da raia

Rosa dos Ventos said...

Não foi um fim-de-semana agradável mas ler a tua poesia pacifica um pouco o ambiente pesado!

Abraço

Nilson Barcelli said...

Querida amiga Maria, o teu poema é magnífico.
E dá para ser cantado... fosse eu músico e quem te encontrava era eu...
Boa semana, beijos.

Fernando Samuel said...

Belo encontro marcado...

Um beijo grande.

Manuela Freitas said...

Olá querida Maria,
Muito inspirado este desejo de encontro e que o encontro aconteça!..
Beijinhos,
Manuela

C Valente said...

Em vez de esperar que outros nos encontrem, será preferivel o próprio procura e encontrar.
Saudações amigas

Anonymous said...

Como tu sabes eu adoro as Tuas palavras... o poema é lindissimo, como alguém disse, li algures, não me procures encontra-me...

Vou já começar hoje! uns procuram-se outros encontram-se mas sem stress Maria eu vou dar conta do recado! ou não fosse uma Mulher do Norte!!! nada contra as alfacinhas é claro! até adoro saladas :))

beijos
A_T

OUTONO said...

Palavras encontradas...na soleira do teu criar...

Amiga...como é bom vir aqui...neste recanto!

Beijinho!

vieira calado said...

Bonito,

esbelto,

sonante,

o seu poema!

Bjs

Justine said...

Os teus poemas de amor fazem-me voar alto e longe...muitas vezes com uma suave mágoa a picar-me por dentro!

Cristina Caetano said...

Preciso que me encontrem, ando meio desorientada. :)

Beijinhos, Maria

Graça said...

Lindo. Adorei.

Beijos.

ausenda hilário said...

E eu encontro-te no tempo certo do poema!Sempre!

Um beijo

Paula Barros said...

Maria, é um soneto, não é?

Lindo. Um belo chamado, envolvente, carinhoso, ternurento, apaixonado...lindo, lindo.

beijo

Filoxera said...

Falando em soneto, Maria, ocorreu-me isto, quando vos li:

procura-me nas marés da vida
na busca poética de quem quer
atrever-se numa emoção incontida
descobrindo que há tudo para viver

encontra-me no silêncio da canção
que ecoa, num sorriso convertida
no vento que sopra, na inquietação
em que navegas, numa rota proibida

abraça-me nessa onda suave e lenta
de quem a toda a hora se reinventa
pela paixão de velejar em águas quentes

Que, quando me abraças, o abandono
a que me dou é deleitoso qual sono
dos amantes saciados, sorridentes

Um beijo.