Wednesday, September 21, 2011

Soneto 1



Um espanto a tua boca entreaberta,
aveludada, doce, suplicante.
A minha língua sorve-a à descoberta.
Entreabres as pernas nesse instante

e outra boca se abre incendiada
onde perco os meus dedos a tremer.
Desço a boca até morder a luz molhada
por entre os teus gemidos de prazer

e beijo a alma no teu corpo
que se excita mais cada segundo
a cada movimento, a cada sorvo.

E o desejo entre nós é tão profundo
que penetrando em ti parece pouco
o tempo todo que já tem o mundo.


Joaquim Pessoa
in Sonetos Eróticos & Irónicos & Sarcásticos & Satíricos
& de Amor & Desamor & de Bem e de Maldizer

12 comments:

Rogério G.V. Pereira said...

Joaquim Pessoa
Doutro Pessoa tem o apelido
Em génio, é pouco menos
Mas em erotismo, é bem mais expressivo

Boa surpresa

Teresa Durães said...

já há muito que não lia Joaquim Pessoa

trepadeira said...

É um também erótico prazer reler Joaquim Pessoa.

Um abraço,
mário

samuel said...

Grande Joaquim!

Abreijo.

Sofá Amarelo said...

E pouco é o tempo reservado a cada segundo...

Elvira Carvalho said...

Apetece-me perguntar? Por onde andei que não conheci este poeta?
Um abraço

Rafeiro Perfumado said...

Bem pensado, com a boca apenas entreaberta só entram as moscas pequeninas.

Luis Eme said...

grande soneto, com várias leituras, mas sempre forte e quente.

beijinho Maria

Parapeito said...

Só podia ser Joaquim Pessoa
Brisas doces***

Agulheta said...

Poema sensual e forte,não conhecia estes poema de Joaquim Pessoa! Mas de uma beleza sem fim.
Beijinho Maria

Manuel Veiga said...

(re)visito com frequência o poeta Joaquim Pessoa, cuja lirica admiro. muito.

beijos

mfc said...

O amor é absolutamente incendiário...