Tuesday, September 23, 2008

Ceguei


Ceguei
De tanto te amar e tanto te querer
Ceguei
De te olhar todos os dias e não te ver
Ceguei
De ter o teu cheiro em mim e não te sentir
Ceguei
E tu emudeceste
Porque falo contigo e não me respondes
Porque te beijo e não sentes nada
Porque te estendo a mão e nem sequer a vês
Cegaste…

39 comments:

Anonymous said...

pois olha que eu estou cego, por outras razões, por tanta "coisa" que vejo à minha volta.

Abreijo

lisse said...

...tanta coisa que os outros não ouvem, nem veem...
abraço, forte como sempre...

Leticia Gabian said...

Maroca,
Esta é mais uma daquelas vezes em que me deixas sem palavras.
Mas, bem sabes tudo aquilo que agora não te digo.

Beijo grande, no teu coração imenso de tanto amar

Cristina Caetano said...

Não existe nada que doa mais do que essa indiferança. Foste fundo na ferida, Maria.

Beijinhos

mariam [Maria Martins] said...

maria, este poema/canção é demais! intenso e realista nos sentires!

às vezes, ainda é possível fazer um volteio... assim haja dupla vontade!

um grande sorriso :)

mariam

Fernando Vasconcelos said...

Lindo poema Maria. Aqui vai uma resposta de Prevert (tradução livre minha) ...

Pequeno Almoço

Deitou o café
na chávena
Deitou o leite
na chávena
Deitou o açúcar
no café com leite
e com a colher pequena
mexeu
bebeu o café com leite
e pousou a chávena
sem me falar
Acendeu
um cigarro
Fez círculos
com o fumo
pôs as cinzas
no cinzeiro
levantou-se
sem me olhar
sem me olhar
sem me falar
Colocou
o chapéu na cabeça
Vestiu a gabardine
porque chovia
E saiu
para a chuva
sem uma palavra
sem um olhar
E eu deitei a cabeça
nas minhas mãos
e chorei

Ana said...

Duas formas de cegueira. Uma forma única de o dizer. Um poema que emociona.
Parabéns, Maria, e um beijo.

BlueVelvet said...

A Maria, no seu melhor, voltou.
Não tenho palavras, além de dizer que está lindo, que adorei e que chorei.
Ficamos assim.
Beijinhos e veludinhos azuis

Maria Carvalhosa said...

Demolidor, querida Maria. É a palavra que me ocorre... ainda estou enm estado de choque!
Beijos ternos e saudosos.

Lúcia Laborda said...

Com certeza, minha amiga! cego e insensível! Lindo e real! Boa semana! Beijos

António Inglês said...

Olá Maria

Cá estou eu para te trazer um grande abraço de amizade e tanta saudade.
Falas de cegueira.... pois minha amiga por vezes andamos rodeados de tanta gente e tão sózinhos... o mundo anda cego e parece que o acompanhamos...
Pressinto que quiseste ir bem mais longe...
Olha que o pior cego é aquele que se recusa a ver...
Um grande abraço que te leva um beijinho bem embrulhado...
Queria dizer-te mais coisas mas isto por aqui anda um pouco às avessas e a disposição tem-me faltado. Tento seguir em frente mas fico com a sensação de que não faço mais que fugas para a frente...
Veremos o que isto vai dar.
António

Carol said...

Maria ...

Simplesmente lindo ... I'm speachless ... pela forma intensa como descreves esta cegueira, que parece que nos dias de hoje afecta tantos e tantas ...

Adorei :)

Uma beijoca grande

Anonymous said...

PHONIX!!!
Maria!

Sempre gostei de te ler. Mas este Poema deixou-me assim arrepiadinha...

beijinhos eu estou aqui.

de
qtgm

Carminda Pinho said...

Só consigo dizer...que gostei muito, Maria.

Beijos

Carla said...

...é cego o amor...e tantas vezes nos deixa sem palavras
gostei muito
beijos

mfc said...

Os sentimentos não são moldáveis... mas quando se amoldam, então é o sétimo céu!

pin gente said...

hoje não digo nada, mari
deixo só um beijo

Fernando Samuel said...

Olha que o teu «ceguei» é muito bonito, muito bonito, mesmo.

Um beijo grande.

temporaria_mente insana said...

olá maria,

eu tbem ceguei... depois de ler e até emudeci.

por isso saio, caladinha.

beijo

~ Marina ~ said...

Eis os resquícios do que outrora foi uma história de amor. Sempre difíceis de serem aceitos sem que se sinta dor.

Estamos na primavera, por isso, além da rosa que trouxeste do Calidoscópio, deixo-te um buquê com flores do campo, as minhas preferidas.

Beijos pra ti!

Unknown said...

Um beijinho, Maria.
Eduardo

Sunshine said...

Muito bonito o teu poema.
Este silêncio é o pior dos silêncios.
Beijinhos com raios de Sol

Anonymous said...

Maria
"o amor é fogo, que arde sem se ver"
Olha que goste meeeesssmo!
Bjos

Elvira Carvalho said...

Quanta tristeza num simples poema. Tristeza sem lágrimas. Cega, e seca. Mas dorida.
Um abraço

As palavras que te digo said...

Magnifico post Maria.Beijinhos Maria.Salomé

Filoxera said...

E para quê deixar instalar-se esta cegueira, não é?...
Beijos, amiga.

Orlando Gonçalves said...

Cada vez querem que andemos mais cegos e não vejamos. "Mas há sempre alguêm que resiste... há sempre alguêm que diz não"
E tu resistes. Como sempre lindo.

Pitanga Doce said...

São fases, Maria? Todo o romance as tem.

Olha, gostei demais de ver aqui transcrito o poema que me acompanhou no Liceu no meu livro de frances. Déjeuner Du Matin, na tradução de Fernando Vasconcelos.

Il a mis le café
dans la tasse
Il a mis le lait
dans la tasse de café
....................
....................
Et il est parti
Sous la pluie
Sans une parole
Sans me regarder
Et moi j'ai pris
Ma tête dans ma main
Et j'ai pleuré.



Noooossa! Há quanto tempo não ouço (vejo, escrevo) isto!!!! Obrigada, Fernando!

lisse said...

Estou a pensar abandonar em definitivo as caixas de comentarios.
Por todo o tempo de "encontros"... de respeito e identificação, quiz dar conhecimento.
Se por algum motivo achar razão em guardar o meu contacto sabe como encontrá-lo.
Felicidades para o seu blog e para todas as lutas.
O abraço forte e carinhoso de sempre

Ana said...

Olha Maria, aqui fica mais uma versão do outro poema, aqui tão citado.
Foi a melhor que encontrei.

http://br.youtube.com/watch?v=IaCSaXEKhpk

Beijinho

O teu é o desencanto cantado.
Belíssimo.

FERNANDINHA & POEMAS said...

Olá minha querida Amiga Maria, quanta tristeza neste teu belo poema... Tristeza cega que não vê, mas tem as marcas no coração!
Tristeza cega que não vê, mas tem as lágrimas que não se veem!
Tristeza cega que não vê, mas tem na alma a pureza de um ser, que não se vê mais!...
Uma boa noite querida Amiga e muitos beijinhos do meu coração,
Fernandinha

BF said...

Lindo Maria...
Por vezes cegamos ... e voltamos a ver. É assim amar.

Beijinho
BF

Lúcia said...

Este poema parece uma onda; que vem vindo, vem vindo...até a última bolha de espuma que fica na areia. Lindísssimo, Maria!
Beijinhos

SILÊNCIO CULPADO said...

Maria
Nós cegamos quando amamos. O amor morre quando percebemos que afinal o outro não é perfeito. Mas que vale essa cegueira face à grandiosidade do amor que a alimenta?

Beijos

Maria P. said...

Hoje não tenho palavras para as tuas palavras...

Beijinho, Maria*

Manuel Veiga said...

beijo.

belo e delicada sensibilidade poética.

gostei muito

Maria said...

A todos que passaram por aqui hoje o meu muito obrigada..
Foi muito bom ler-vos...

Beijos

Claudia said...

Gosto tanto deste poema do Neruda, assim como gosto tanto de Vinicius... Mas algo me diz, que tu já sabes!!!

Beijo, para dar alegria!

O Sibarita said...

Ceguei não fia! kkkkkkk

Tô de zoios bem abertos para o além mar! kkkkkkkkk

Será meu Senhor do Bonfim? Moça, se alegre viu? Não gosto da senhora assim não! Oxente...

Só lhe digo uma coisa você não cai assim não! A Rainha do Mar não não deixa, acredite!

Eu tão preocupado com a criatura que passei email, liguei para minha cumadi.

Maria, levante a cabeça e siga em frente...

bjs
O Sibarita