Thursday, May 06, 2010

Vento


Sei da embriaguez forte dos abraços
E dos beijos e gemidos lançados ao vento
Em noites por dormir contando os passos
Que nos faltam para chegar, num cante lento
Sei da voz silenciosa em grito doce
E do olhar raso de água, forte e profundo
Às vezes cantando assim como se fosse
A última vez que cantasse para o mundo
Sei de ti, poeta vagabundo deste rio
Semente que renasce sempre a tempo
Raíz de ti flor e fruto breve, e sorrio
Quando te vejo de braços abertos ao vento...

27 comments:

Cristina Caetano said...

Eu também sorrio por braços abertos. :)

Beijinhos, Maria

João Paulo Proença said...

Maria:

É sempre tão bom terminar o dia com uma visita ao teu blogue!

beijo

João

Akhen said...

Maria

Lindo, expressivo e de uma ternura que nos faz ver todas as figuras desenhadas pelo poema.

Paz e Luz no teu caminho

greentea said...

Em noites por dormir contando os passos
Que nos faltam para chegar, num cante lento
Sei da voz silenciosa em grito doce
E do olhar raso de água, forte e profundo

sei, nem todos sabemos
das noites por dormir contando os passos

Anonymous said...

Maria!

Senti o sopro deste vento...lindo!


Deixa que as coisas falem sem filtro – com a voz do olhar...
Olhar. Olhar apenas: o rio a correr para o (a)mar.

Deixo-te meu beijo!

M(im) said...

Como se duas almas pudessem ser uma partida ao meio e deitada à vida...
Beijo

salvoconduto said...

É desse vento que é preciso, o vento da mudança, mas a soprar com muita força.

Abreijo.

Ava said...

Que belo e doce sorriso, ao sabor do vento e no aconchego do abraço...
Mais um maravilhoso momento da Maria, mulher de M...

Um beijo com cheiro a planície, Ava.

zmsantos said...

E morrer, se tiver que ser, de braços abertos, num cante lento. No aconchego do sorriso da tua ilha.

Beijos.

Rosa dos Ventos said...

Lindo este abrir de braços e abraços!

Abraço

Pedro Branco said...

Não sei se sei caminhar pelo fogo do vento.
Que de tantos passos me morrem as mãos.
Uma dor, um saudade, um tormento.
Sempre e sempre às voltas por mim, sem cessar.
Não sei se sei caminhar...

Não sei se sei da embriaguez das saudades.
Que de tantos gritos feitos lágrimas me doem na pele quente.
Um toque, um sonho, um desassossegar este em que ardes.
Sempre e sempre a cada verso que se desfez.
Não sei se sei da embriaguez...

Não sei se sei deste tremor por entre as margens de mim.
Que de tantos silêncios o meu corpo se revolta e cai.
Um salto, uma flor, quem sabe um jardim.
Sempre e sempre por dentro mesmo quando vai.
Não sei se sei deste tremor...

May 06, 2010 2:25 PM

clic said...

Imagino um abraço do tamanho do mundo... :)

Manuela Freitas said...

Sei que o vento sempre me trás até aqui e que levo palavras para ficar a divagar!...
Beijinhos,
Manuela

A.S. said...

Nas tuas palavras
enlaça-se um suspiro de seda
tecendo um casulo de amor...


Beijos... Maria!
AL

PreDatado said...

olha o que a tua poesia me faz:

Sei como te ler me inebria
Como ao espírito ávido, luz incendeia
Que pelas trevas assim jamais vagueia
Encalha e fica envolto nesta poesia.

Filoxera said...

Sei da sombra das noites passadas
E do lençol que ainda as cobre
Sei do sabor da tua boca ao longo
Do meu corpo, agora tão pobre…
Sei que ainda me moras no peito
Na memória presente do nosso momento
Sei que me corres sempre nas veias
E que voo contigo no vento
Sei da força do teu abraço
Da cumplicidade do grito calado
Sei do nosso sorriso secreto
Da fuga, do silêncio partilhado


:-)
Beijos.

Pitanga Doce said...

Sei do que foi e já não é
Sei do cansaço de esperar...

mdsol said...

Gosto muito da ideia de sorrir de braços abertos.
Lindas palavras.

:)))

Fernando Samuel said...

Isto é, continuas em grande forma.

Um beijo grande.

Agulheta said...

Lindo as palavras ao encontro do abraço,ao sabor dos que nos tocam no fundo do ser.
Beijinho bfs
Lisa

simplesmenteeu said...

"Sei de ti"...
semente crescida nas noites longas, em que as solidões se varrem e o entendimento cresce.
"Sei de ti",
no abraço pendurado na lembrança...
no cheiro a chá e pão quente que nos ensinou a falar em silêncio...
"Sei de ti"... quando a emoção me tolda o olhar e te sinto ali tão perto... a recortar o muro onde me escondo...

Abraço infinitamente...
grande e grato

Ana Oliveira said...

Saber é quase chegar..

Obrigada Maria.

Um beijo

GR said...

É sempre bom ler os teus poemas.

BJS

GR

Maria said...

Muito obrigada por terem passado por aqui.
Bom fim-de-semana a todos.

Beijos.

rascunhos said...

É um prazer passar por aqui e ler-te. Sempre !

bj

Ana said...

Só um poeta mesmo para abrir os braços ao vento!
Eu resguardo-me das rajadas...

Lindo, lindo, LINDO!

Beijinho

Duarte said...

Por aqui o vento soprou
forte, e limpou
as árvores de folhas,
agora mais nuas,
com os braços erguidos
ao vento e a pedir
um novo equinócio
que faça brotar as folhas,
e os enroupe!

Abraços de vida