Thursday, September 30, 2010
Wednesday, September 29, 2010
Monday, September 27, 2010
Não me chames, eu vou já...
Queria ter palavras para ti, mas não tenho. Não hoje.
Sentes o meu cheiro? Respiro-te por cada poro da minha pele, que tu vestiste. Eu sou duas peles, a minha e a tua. E o tempo corre e a tua pele ainda está em mim. Fica. És só meu porque te engoli, e agora dormes em mim e canto-te todas as noites canções de ninar. Até que adormeces abraçado a mim. Cá dentro.
Às vezes passeamos à beira mar e ris com as ondas que te refrescam os pés que só eu vejo. Apanhas conchas e fazes-me um colar de amor que nos une ainda mais. Como se este mais fosse possível, porque já é tudo. Viverás enquanto eu viver, porque o amor só acaba quando eu deixar de existir... e da saudade que te tenho não sei a medida...
Não me chames, eu vou já...
(eu vou ali. depois volto, logo logo)
Saturday, September 25, 2010
Música para o fim-de-semana
Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu...
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino prá lá ...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a roseira prá lá...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
A roda da saia mulata
Não quer mais rodar não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou...
A gente toma a iniciativa
Viola na rua a cantar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a viola prá lá...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
O samba, a viola, a roseira
Que um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou...
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a saudade prá lá ...
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
(pedindo desculpa pela qualidade do video...)
Thursday, September 23, 2010
A Noite na Ilha
Dormi contigo a noite inteira junto do mar, na ilha.
Selvagem e doce eras entre o prazer e o sono,
entre o fogo e a água.
Talvez bem tarde nossos
sonos se uniram na altura e no fundo,
em cima como ramos que um mesmo vento move,
embaixo como raízes vermelhas que se tocam.
Talvez teu sono se separou do meu e pelo mar escuro
me procurava como antes, quando nem existias,
quando sem te enxergar naveguei a teu lado
e teus olhos buscavam o que agora - pão,
vinho, amor e cólera - te dou, cheias as mãos,
porque tu és a taça que só esperava
os dons da minha vida.
Dormi junto contigo a noite inteira,
enquanto a escura terra gira com vivos e com mortos,
de repente desperto e no meio da sombra meu braço
rodeava tua cintura.
Nem a noite nem o sonho puderam separar-nos.
Dormi contigo, amor, despertei, e tua boca
saída de teu sono me deu o sabor da terra,
de água-marinha, de algas, de tua íntima vida,
e recebi teu beijo molhado pela aurora
como se me chegasse do mar que nos rodeia.
(Pablo Neruda)
(12 de Julho de 1904 - 23 de Setembro de 1973)
Wednesday, September 22, 2010
Vento e poesia
Quando eu souber da cor do vento
e o vir passar na minha rua
pedir-lhe-ei que entre, com tempo
e cubro-o com a manta que é tua
Quando eu souber do sabor do vento
guardá-lo-ei fechado no coração
para que possas saborear, com tempo
e fazer-lhe um poema, talvez uma canção
Quando eu souber do canto do vento
seja na montanha, no campo ou no mar
escrevê-lo-ei na areia, a tempo
de vir uma onda rebelde e o apagar.
Para que tu possas descobrir, um dia,
que o vento, se quiser, também é poesia.
Monday, September 20, 2010
O teu sorriso
Porque não me dás o teu sorriso?
Sunday, September 19, 2010
Saturday, September 18, 2010
Encontro no Porto
O Poeta e o Músico encontram-se. No corpo. No olhar. Na voz. No silêncio. Nas palavras que de dentro vão desaguar nos corações. Um rio em leito de sonhar e em leito de correr. Até ao mar. Nas mãos que procuram o abraço. No Pedro e no Zé Manel…
Dia 18 de Setembro, 23.00 horas.
Se estiver no Porto, ou perto do Porto, não perca...
Monday, September 13, 2010
ILHA
surgem ilhas no mar tão alongadas
com tão prometedoras enseadas
um só bosque no meio florescente
promontórios a pique e de repente
na luz de duas gémeas madrugadas
o fulgor das colinas acordadas
o pasmo da planície adolescente
Deitada és uma ilha Que percorro
descobrindo-lhe as zonas mais sombrias
Mas nem sabes se grito por socorro
ou se te mostro só que me inebrias
Amiga amor amante amada eu morro
da vida que me dás todos os dias
David Mourão-Ferreira
(vou ali e depois volto. logo)
Sunday, September 12, 2010
Saturday, September 11, 2010
Memória do 11 de Setembro, há 37 anos
HOMENAGEM AO POVO DO CHILE
Foram não sei quantos mil
operários trabalhadores
mulheres ardinas pedreiros
jovens poetas cantores
camponeses e mineiros
foram não sei quantos mil
que tombaram pelo Chile
morrendo de corpo inteiro
Nas suas almas abertas
traziam o sol da esperança
e nas duas mãos desertas
uma pátria ainda criança
Gritavam Neruda Allende
davam vivas ao Partido
que é a chama que se acende
no Povo jamais vencido
– o Povo nunca se rende
mesmo quando morre unido
Foram não sei quantos mil
operários trabalhadores
mulheres ardinas pedreiros
jovens poetas cantores
camponeses e mineiros
foram não sei quantos mil
que tombaram pelo Chile
morrendo de corpo inteiro.
Alguns traziam no rosto
um ricto de fogo e dor
fogo vivo fogo posto
pelas mãos do opressor.
Outros traziam os olhos
rasos de silêncio e água
maré-viva de quem passa
Uma vida à beira-mágoa.
Foram não sei quantos mil
operários trabalhadores
mulheres ardinas pedreiros
jovens poetas cantores
camponeses e mineiros
foram não sei quantos mil
que tombaram pelo Chile
morrendo de corpo inteiro.
Mas não termina em si próprio
quem morre de pé. Vencido
é aquele que tentar
separar o povo unido.
Por isso os que ontem caíram
levantam de novo a voz.
Mortos são os que traíram
e vivos ficamos nós.
Foram não sei quantos mil
operários trabalhadores
mulheres ardinas pedreiros
jovens poetas cantores
camponeses e mineiros
foram não sei quantos mil
que nasceram para o Chile
morrendo de corpo inteiro.
José Carlos Ary dos Santos
Thursday, September 09, 2010
A palhada
Dizia eu que se dirigiram para o centro lá para os lados de terras 'abençoadas por deus e bonitas por natureza' mas a beleza quem a faz são as pessoas e por isso aquela terra é bonita porque vivem lá os Amigos.
Chegámos desta vez não fomos os últimos porque quem veio no fim foram os das empadas e se as empadas não viessem era um sarilho então vou dizer que havia pãozinho verdadeiro na mesa o queijo que veio do centro interior já sabem de que queijo falo patés muito especiais mas com queijo é por onde me fico e pelas empadas.
O que é o almoço olhem vamos almoçar um prato típico aqui da região disse a dona da casa e eu a pensar que iria comer morcela de arroz e afinal era palhada o que é palhada perguntava-se pelo ar é um prato típico daqui bem sentámo-nos à mesa e as empadas foram um ver te se avias e o queijo e o pão e os patés por fim veio a palhada que acompanhava bacalhau assado e desfiado ou carne de porco do alguidar ou em vinha de alhos (quis tirar as dúvidas com a dona da casa que não me atendeu e depois com Sal mas fiquei com mais...).
Então o que é a palhada quero lá saber se é para comer por mim ficava pelas empadas mas a palhada faz-se com batata cozida esmigalhada com garfo e alface cortada em juliana amolecida nas batatas quentes ou será que é cozida sei lá mas é bom!
E a conversa corria e as gargantas secavam toma lá mais um copo qual é o vinho que queres não interessa é todo bom então prova este e no final vieram os doces dois deles tinham chegado do norte e havia arroz doce e sei lá o que mais porque depois das empadas e de provar a palhada já só quero café.
E a tarde decorreu em amena cavaqueira com umas idas a um lago grande que havia por lá pois o dia estava quente e sabia bem molhar os pés o rei da casa não apareceu mais uma vez aliás sua alteza desaparece quando há visitas que ele não conhece é o que dizem.
O fim do dia aproximava-se e cada um tinha de regressar a casa então não vão sem comer uma ameixa olhem só o cesto de ameixas que a minha vizinha trouxe sei lá se eram ameixas era fruta da terra e cheirosa eu só quero uma empada e depois vamos.
E viemos. E trouxemos empadas para congelar. Que é só deixar descongelar e dar um toque no micro-ondas e ficam como que acabadas de fazer. A propósito ainda tenho ali duas que vou descongelar e comer porque a noite de hoje vai ser longa...
Tuesday, September 07, 2010
Acabado de ler no Cravo de Abril
EU PAGO PARA VER
Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, anunciou discurso no Parlamento Europeu.
E anunciou mais: fez saber que «vai utilizar pela primeira vez o modelo americano do discurso do Estado da Nação» - que é aquele discurso que o Presidente dos EUA profere todos os anos, perante as duas câmaras do Congresso e no qual apresenta as linhas mestras da sua política para os 12 meses seguintes.
Temos, assim, Barroso em bicos de pés, disfarçado de presidente dos estados unidos da Europa, na modalidade voz do dono, naturalmente acrescida do lusitaníssimo Porreiro, pá!...
E tamanho é o entusiasmo do homenzinho com o discurso anunciado - e com a suposta superior qualidade do dito - que deu ordens para que todos os deputados o vão ouvir.
Mais: exigiu a todos os deputados que picassem o ponto, para confirmar presença.
Mais ainda: ameaçou multar os deputados que não o fossem ouvir - anunciando, até, o valor da multa: 150 euros.
É claro que o presidente Barroso foi obrigado a desistir das exigências e a recuar nas medidas punitivas anunciadas: já não há ponto picado nem multas...
Mas fica o registo da predisposição do homenzinho, do que ele é capaz de fazer se o deixarem.
Portanto, cuidado com ele!
Não esqueçamos que o animal foi premiado com o cargo de Presidente da Comissão Europeia pelos serviços prestados no decorrer da reunião do bando dos quatro, onde foi decidida a invasão e ocupação do Iraque - invasão e ocupação que, concretizada, se saldou pela destruição do país e pelo assassinato de centenas de milhares de homens, mulheres e crianças inocentes.
E o facto de, na Cimeira dos Açores, o homenzinho apenas ter feito de porteiro e de criado de serviço às bebidas, não diminui em nada as suas responsabilidades no crime contra a humanidade que ali foi decidido e, posteriormente, cometido.
Tal como Bush, Blair e Aznar, o presidente da Comissão Europeia é um criminoso.
Que um dia será julgado. E condenado.
E nesse dia, não será necessário cobrar multas a quem não for assistir ao julgamento...
Eu pago para ver...
Retirado daqui
Monday, September 06, 2010
Um teste rápido para a alcoolemia...
Friday, September 03, 2010
Um respirar diferente, na Festa!
Wednesday, September 01, 2010
Perdida nas horas e no tempo
Sentada na areia fico a olhar o mar
Deixando que no rosto me sopre o vento
Ao fundo um barco, sei-te a navegar
E fico perdida nas horas e no tempo
Navega o barco sem rumo e sem rota
E sentada fico, de cabelo ao vento
Chega a noite e a esta hora morta
Estou perdida nas horas e no tempo
Regressas de manhã com o nascer do sol
No barco empurrado pela vaga e pelo vento
Foram-se as estrelas que me serviram de lençol
Porque me perdi nas horas e no tempo.