Saturday, September 11, 2010

Memória do 11 de Setembro, há 37 anos



HOMENAGEM AO POVO DO CHILE

Foram não sei quantos mil
operários trabalhadores
mulheres ardinas pedreiros
jovens poetas cantores
camponeses e mineiros
foram não sei quantos mil
que tombaram pelo Chile
morrendo de corpo inteiro

Nas suas almas abertas
traziam o sol da esperança
e nas duas mãos desertas
uma pátria ainda criança

Gritavam Neruda Allende
davam vivas ao Partido
que é a chama que se acende
no Povo jamais vencido
– o Povo nunca se rende
mesmo quando morre unido

Foram não sei quantos mil
operários trabalhadores
mulheres ardinas pedreiros
jovens poetas cantores
camponeses e mineiros
foram não sei quantos mil
que tombaram pelo Chile
morrendo de corpo inteiro.

Alguns traziam no rosto
um ricto de fogo e dor
fogo vivo fogo posto
pelas mãos do opressor.
Outros traziam os olhos
rasos de silêncio e água
maré-viva de quem passa
Uma vida à beira-mágoa.

Foram não sei quantos mil
operários trabalhadores
mulheres ardinas pedreiros
jovens poetas cantores
camponeses e mineiros
foram não sei quantos mil
que tombaram pelo Chile
morrendo de corpo inteiro.

Mas não termina em si próprio
quem morre de pé. Vencido
é aquele que tentar
separar o povo unido.
Por isso os que ontem caíram
levantam de novo a voz.
Mortos são os que traíram
e vivos ficamos nós.

Foram não sei quantos mil
operários trabalhadores
mulheres ardinas pedreiros
jovens poetas cantores
camponeses e mineiros
foram não sei quantos mil
que nasceram para o Chile
morrendo de corpo inteiro.

José Carlos Ary dos Santos

19 comments:

svasconcelos said...

Grande memória , Maria! Relembrar para que a história não se repita!
Um beijo

svasconcelos said...

vou partilhar o vídeo.:)

João P. said...

Maria:

Esse 11 de Setembro é que não deve ser esquecido (o outro, quanto a mim, até foi permitido...) o que dá que pensar

beijo

João



Obrigado pelo poema do Ary - já há muito tempo que o não lia

Maria P. said...

Subscrevo o comentário do João P.

Beijinho, minha Maria*

Justine said...

Este é o 11 de Setembro para manter vivo!
Obrigada

AnaMar (pseudónimo) said...

Para sempre manter vivas as memórias para que a HISTÓRIA não se repita...seja qual for o ciclo do vento que nos encharca o olhar de sangue inocente.
Um beijo e muito de mim.

Manuel Veiga said...

"bravissima" Maria.

que não (nos) apaguem a memória!

beijos

Anonymous said...

Maria:
Excelente post! Bem lembrado!

Passei para agradecer tuas palavras ,carinho sempre !
Não gosto de Despedidas,meu blog hoje termina.
Estou com projetos em minha profissão me exigindo e não consigo fazer nada pela metade.

Deixo-te um beijo bem carinhoso!

Maria said...

Angela

E apagaste o blog!!!!!!!
Mas eu vou postando por aqui os teus poemas, quando me apetecer...

Beijo enorme e tudo de bom para ti!

Anonymous said...

ora bem!... pensei que já ninguém se lembrava do 11 de setembro....

GR said...

Este é o verdadeiro 11 de Setembro!

O Chile e os seus mártires, nunca será esquecidos.

Bjs,

GR

Fernando Samuel said...

Este é o 11 de Setembro que os média tentam apagar da nossa memória. Obrigado pelo belo poema do Zé Carlos.

Um beijo grande.

vovó said...

deste 11 de Setembro, poucos se lembram!... que não se deixe branquear a História!

que ambos, sejam recordados.

beijocasssss
vovómaria

vovó said...

deste 11 de Setembro, poucos se lembram!... que não se deixe branquear a História!

que ambos, sejam recordados.

beijocasssss
vovómaria

vovó said...

deste 11 de Setembro, poucos se lembram!... que não se deixe branquear a História!

que ambos, sejam recordados.

beijocasssss
vovómaria

Maria said...

Olá tri(s)vovó... :)))

Beijocas

Maria said...

Este é o outro 11 de Setembro que a comunicação social ignora. Mas nós temos memória!

Obrigada a todos que passaram aqui.
Beijos.

Manuela Freitas said...

Excelentes poema do Ary e canção do Victor Jara, para relembrar uma acontecimento bastante sangrento.
Bjs,
Manuela

maré said...

é bom não esquecer a verdade da história.

quem a renega compromete o futuro.

e há tanto tempo que não ouvia estes "combatentes".

beijo