Wednesday, September 01, 2010

Perdida nas horas e no tempo


Sentada na areia fico a olhar o mar
Deixando que no rosto me sopre o vento
Ao fundo um barco, sei-te a navegar
E fico perdida nas horas e no tempo

Navega o barco sem rumo e sem rota
E sentada fico, de cabelo ao vento
Chega a noite e a esta hora morta
Estou perdida nas horas e no tempo

Regressas de manhã com o nascer do sol
No barco empurrado pela vaga e pelo vento
Foram-se as estrelas que me serviram de lençol
Porque me perdi nas horas e no tempo.

18 comments:

Pedro Branco said...

A manhã leva-me no silêncio da saudade
Mesmo quando gritas cada pedaço da tua dor
Sou marinheiro sem futuro, talvez sem idade
Que te vigia seja onde for
.
Fiques na praia chorando
Ou de mão aberta à cidade
Deixo tudo a meu gosto, a meu mando
A manhã leva-me no silêncio da saudade
.
Cantes o mundo que nunca pára
Ou chores o sangue de cada amor
Sei-te ferida bonita e rara
Mesmo quando gritas cada pedaço da tua dor
.
Laves o passado dentro de ti
Ou acendas o fogo da eternidade
Nunca deixarei de estar aqui
Sou marinheiro sem futuro, talvez sem idade
.
Por isso, maré forte desta união
Muito mais que um dia, um jardim ou uma cor
Existo nesta rouca respiração
Que te vigia seja onde for

Maria said...

E agora fiquei a chover, Pedro...
Mas também te sorrio neste poema, com mote!
Abençoada inspiração a tua!

Beijo-te.

Fernando Samuel said...

Quem se perde assim... encontra-se sempre...

Um beijo grande.

Paula Barros said...

Maria, achei lindo esse lençol de estrelas...imaginei.

Não sei qual mar é este, mais estou na contagem regressiva para chegar em Portugal, e vou ver algum mar, tenho certeza. Dia 16 de setembro vou conhecer esse lindo País, de pessoa inteligentes e acolhedoras.

abraço.

De Amor e de Terra said...

Apesar de toda a nossa actividade e da liberdade obtida através de tantas lutas e sofrimentos, continuamos, tal como as mulheres de antanho, a ficar na praia à espera, através dos tempos!

Bjs. minha querida Maria; amei!

M.M.

trepadeira said...

Chiu ..............
Não acordem quem assim se perde,nas horas e no tempo,a dormir num lençol de estrelas.
Um abraço,
mário

Filoxera said...

Onde é que eu já li este poema?
:-)))
Beijos.

Manuel Veiga said...

como as antigas Mulheres de Atenas - na espera!

gostei muito.

beijos

Sunshine said...

Depois da noite sem estrelas, vem uma manhã e com ela a certeza do regresso...
Lindo1
beijinhos com raios de sol

Anonymous said...

O tempo não existe,
nem dentro nem fora.
São nomes que nadam na memória:
são rostos, são risos , são prantos,
são as horas felizes...

Gostei imenso!
Um beijo

margusta said...

Adoro ler-te em palavras tuas Querida Maria!...

Tenho andado meio desaparecida dos blogs e mais pelo FC , mas venho muitas vezes aqui com o silêncio...

Um Abraço cheio de carinho para ti!....

Baila sem peso said...

Vais encontrar-te deixa lá...
procura nesse teu mar de sal
em que cada gotinha é um cristal
de certeza que estás cá...
perdida para alguém te achar!:)

Meu beijo de carinho

Cristina Caetano said...

É tão bom quando nos perdemos sabendo onde podemos nos encontrar.

Beijinhos, Maria.

anamar said...

Viva Maria...
pouco a pouco vou retomando leituras, como sempre, sintomáticas... e belas a stuas palavras ou as de quem escolhes...
Até um dia destes..
Abraço

Ricardo Silva Reis said...

Quem dera escrever assim...
Quem dera ser marinheiro
Para esperarem por mim
O tempo dum mar inteiro.

Beijinhos Poetisa!
Ricardo

Rosa dos Ventos said...

Não te perdeste, não!
Encontras-te e o barco regressa todos os dias!

Abraço

Joaquim do Carmo said...

Sempre em boa companhia: perdendo as horas e o tempo sob lençóis de estrelas - que bom, esse tempo sem tempo! - ou ganhando o dia ao nascer do sol!
Beijinho

Maria said...

Muito obrigada por terem passado aqui.

Bom fim-de-semana e beijos a todos.