Monday, December 13, 2010

Ainda Joaquim Pessoa

Dobrar na boca o frio da espora
Calcar o passo sobre lume
Abrir o pão a golpes de machado
Soltar pelo flanco os cavalos do espanto
Fazer do corpo um barco e navegar a pedra
Regressar devagar ao corpo morno
Beber um outro vinho pisado por um astro
Possuir o fogo ruivo sob a própria casa
numa chama de flechas ao redor.

Joaquim Pessoa

17 comments:

Leticia Gabian said...

Forte e belo, amiga-irmã!

Beijão

João P. said...

Maria:

Porra! estamos vivos e somos humanos!

Gostei mesmo!

Um destes dias faço-o meu

Beijo

João

Filoxera said...

Ainda ontem peguei nos 125 Poemas de Joaquim Pessoa e li alguns...
:-)
Beijos.

Meg said...

Maria,

Continuaremos a "gastar" os versos do Joaquim Pessoa... sem descanso.
Porque eles nos fazem falta, cada vez mais.

Beijo de cá.

Fernando Santos (Chana) said...

Olá Maria, belo poema...Espectacular....´
Cumprimentos

Manuel Veiga said...

e um belo poema, pois claro!
na dignidade maior da partilha.

beijos

A.S. said...

Uma delicia ler Joaquim Pessoa!...

Beijos, Maria!
AL

Fernando Samuel said...

A propósito: tenho que comprar o último livro dele.

Um beijo grande.

Cristina Caetano said...

Viver é isso...

Beijinhos, Maria

Justine said...

Ainda - e sempre!
Um beijo de até breve:))

mdsol said...

:)))

De Amor e de Terra said...

...tanta vez somos barco, como este, quando o mar da vida nos fere bem no fundo e às vezes, com sorte, nos devolve à praia.
Obgd. Amiga pela partilha.
Não sei porquê deixei de poder comentar e agora de novo consegui.
Bjs.
M.M.

Nilson Barcelli said...

Gosto da poesia do Joaquim Pessoa.
Este poema é forte e preciso...
Gosto do teu gosto, querida amiga sempre perto do mar.
Beijos.

Maria said...

Muito obrigada a todos que aqui passaram e lerem o Joaquim Pessoa.

Beijos.

Paula Barros said...

Li, senti forte. Mas gostaria de dizer mais.

beijo

Parapeito said...

sempre excelentes escolhas
gosto da força deste poema...Joaquim sempre resistente..
brisas doces para ti**

bettips said...

Um homem que (sei) é actual. Mas neste poema trás o sonho do homem primevo, o do fogo e do sonho futuro.
Bjs