SONETO ESCRITO NA MORTE DE TODOS OS ANTIFASCISTAS ASSASSINADOS PELA PIDE
Vararam-te no corpo e não na força
e não importa o nome de quem eras
naquela tarde foste apenas corça
indefesa morrendo às mãos das feras.
Mas feras é demais. Apenas hienas
tão pútridas tão fétidas tão cães
que na sombra farejam as algemas
do nome agora morto que tu tens.
Morreste às mãos da tarde mas foi cedo.
Morreste porque não às mãos do medo
que a todos pôs calados e cativos.
Por essa tarde havemos de vingar-te
por essa morte havemos de cantar-te:
Para nós não há mortos. Só há vivos.
José Carlos Ary dos Santos
(7 de Dezembro de 1937 - 18 de Janeiro de 1984)
Monday, January 18, 2010
Porque Ary dos Santos nos faz falta...
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20 comments:
"Morreste porque não às mãos do medo
que a todos pôs calados e cativos."
Triste, muito triste ser refém do medo...
Um beijo
A força do Ary ... sempre vivo em nós!
Um beijo, amiga.
Faz tanta falta!
Abreijo.
Maria,
Que bom que estamos em uníssuno!
Quando vi o teu comentário estava ainda a fazer alterações, mas só a perfeiçoar, nada de significativo.
Nunca é demais recordar Ary e a força da sua poesia.
Beijos.
Há que os queira mortos e bem mortos, mas eles caminham ao nosso lado.
Abreijos e boa semana.
È sempre importante relembrar...
Beijos, Maria.
Pois, há quem tudo faça para apagar a história, para branquear os tempos de escuridão, a PIDE e os seus esbirros jamais serão esquecidos. As palavras do Ary não deixam.
Preservar a memória é preciso!
Beijos.
Bem haja Ary presente.
é bom refrescar a memória.
Adorei o poema!
Sendo eu uma pequena garota no tempo que só o nome de Ary dos Santos constituía uma ameaça para aqueles que o proferiam. Confesso que ao ler este poema, transportou-me para a minha infância. Para as reuniões tardias em casa dos meus pais se ouvia e falava de Ary, e de outros, e que eu na inocência dos meus cinco anos me questionava a razão porque os adultos murmuravam.
E hoje entendendo a razão daqueles murmúrios e os acontecimentos que se seguiram, sinto-me feliz e orgulhosa por ter feito parte dos mesmos.
Desculpe pelo comentário tão longo e pessoal, mas ao passar por aqui e ler este poema emocionei-me e voltei a ser menina.
Obrigado.
Ava
Agradeço a visita. Quis retribui-la lá no seu sítio, mas a caixa de comentários que tem não mepermite comentar. Só o consigo fazer em janela pop-up ou em folha inteira. Nunca na caixa abaixo dos posts...
ARY SEMPRE: A POESIA CONTINUA.
Um beijo grande.
Olá Maria, belo poema de Ary dos Santos...Excelente post....
Beijos
quem contra medos luta...tem de ter companheiros à altura.
não esquecer o que nos move, nem esquecer quem se move.
não menosprezar o mais pequeno desabafo, pois de pequenas coisas se fazem grandes homems e mulheres.
ary sempre.
abraço do vale
Gosto de cá vir, ler, pensar e aprender bem sabes!
Gosto que não deixes esquecer!... :)
Muito bom ler essa admiração que tens por Ary. Um homem de coragem, lutando também com um belo poema.
abraços
Maria. Falar de Ary,sempre será pouco. Muitos tentam apagar a história do mal,mas enquanto por aqui andarem pessoas que tem memória boa não esquecem.
Beijinho e boa semana Lisa
Muito bem lembrado! Eu acrescentaria, de todos os que lutam contra a Opressão seja ela qual fôr
Bjnhs
Querida Maria; muito bom vê-la por lá. Andei afastada durante o período em que meu pai esteve doente.
Belo soneto! A escolha foi perfeita!
Boa semana! Beijos
Ary,a força da palavra na razão do homem e do poeta!
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