Thursday, May 20, 2010

Vento

Sem saber de ti caminhei toda a noite
Perdida de mim sem a noção do tempo
Andarilha vagabunda à chuva como açoite
Mas abro a minha cama para que se deite o vento
Sem saber de ti caminhei pelas escarpas
Ouvindo o mar como se fosse um lamento
De longe chegava-me um som de harpas
E abro a minha cama para que se deite o vento
Sem saber de ti regressei aos meus medos
Perdida dos abraços dos beijos e do tempo
Refaço-me teço-me escapo-me dos teus dedos
Porque abro a minha cama para que se deite o vento.

30 comments:

salvoconduto said...

Olha que agora dava-me jeito nem que fosse uma brisasinha, por aqui o termómetro upa, upa...

Abreijos.

João Paulo Proença said...

Maria:

Sem saber de ti...

excelente mote e belo texto (como sempre)É sempre um gosto adormecer aqui

Beijo

João

Cristina Caetano said...

Maria... fiquei sem palavras.

Beijinhos.

Leticia Gabian said...

Lindo lindo lindo lindo!!!!

Beijo grande, AICeT!

viajantes said...

é tão lindo Maria!!!!
aquece o coração...
beijinho

Baila sem peso said...

Deitas-te contigo o vento
enfeitaste teu poema com maresia de lamento...
reparaste como rimaste?
E mesmo quando não
ficou lindo, com paixão!
É só deixar fluir o ser...
e eis que se derrete o coração!

(viste debaixo do lençol?
às vezes esconde-se e não encontramos o que procuramos) :)

beijo

M(im) said...

E que feliz vento esse, o que te aconchegar sobre as cobertas...
Lindo
Beijo

A.S. said...

Maria...


O teu corpo nu
acendendo o firmamento,
é a cama perfeita
onde se deita o vento...


Beijo_te!
AL

Fernando Samuel said...

«Abro a minha cama para que se deite o vento»: é bonito!

Um beijo grande.

Anonymous said...

e o vento agora sabia bem...
está um calor por aqui!

adoro-te.
um grande beijinho meu

Luis Eme said...

lindo poema...

beijinho Maria

clic said...

"Para que se deite o vento"
Como se fosse possível
Não pára nem um momento
Este garoto é incrível

:)

mdsol said...

Tu escreves coisas muito bonitas.

:))))

Paula Barros said...

Maria, quando vi os casarios coloridos da rua da Aurora lembrei que uma vez você fez um comentário que lembrava deles. Até comentei de você para os amigos portugueses.

Lendo e relendo o poema, apreciando, e repito, gosto quando escreves.

abraço

GR said...

Lindo demais.

Gd bj,

GR

Manuel Veiga said...

a poesia é isso também - a superação da realidade das escarpas. no desalinho do vento..

gostei muito.

beijos

Parapeito said...

:)) gostei mto
Brisas mansas para ti Maria**************

Anonymous said...

E quando o vento perpassa
os altos ramos do álamo generoso,
o tempo se dá por vencido,
a dor recolhe suas asas.

Lindo poema!

Deixo meu beijo,Maria

Nothingandall said...

O vento a preencher o vazio. A saudade... Excelente poema. Um bom fim de semana, com flores, sorrisos e ...poesia!

Ana Luar said...

Gosto tanto de vir apurar os sentidos a esta ilha onde os aromas das palavras dão um travo válido à vida.

UM BEIJO cheio de aromas lunares

Justine said...

Belíssima aprendizagem da solidão!

Rosa dos Ventos said...

Dizer o quê?!
Que o vento também é companhia...
Belo poema, cheio de emoção, de cadência, de sonoridade...

Abraço

Pedro Branco said...

Qual a cor do vento, Maria?
Branco de saudade ou vermelho de amor?
Azul de mar ou amarelo de flor?
Talvez saiba um dia. Um dia...
Qual o sabor do vento, Maria?
Verde de relva ou roxo de pintura?
Cinzento de angústia ou laranja de ternura?
Talvez saiba um dia. Um dia...
Qual o canto do vento, Maria?
Grenã como um pássaro ou castanho de terra?
Rosa de beijo ou negro de guerra?
Talvez saiba um dia. Um dia...
Diz-me, que os versos são dor em mim
Porque há tanto vento no meu peito
E mesmo sem saber a cor direito
O guardo aconchegado, em tons, sabor e voz de jasmim!

Manuela Freitas said...

OLá minha Maria,
As tuas palavras poéticas sempre me encantam, tens uma sensibilidade muito própria e o mar sempre está por perto!
Bom fim-de-semana!
Bjs,
Manuela

Valquíria Calado said...

Olá querida amiga, vim desejar-te um fim semana de muita alegria e descanso, convido-a a conhecer meu novo espaço: HANUKKÁ, deixo abraços e beijo no seu coração.


AMOR FEITO LUZ

MEU AMOR... HÁ MEU AMOR!
TRANSCENDE O OBSCURO
E REALIZA-SE EM LUZ!!!
LUZ... LUZ TEM MEU AMAR.
SALTITOS DE LUZ DA VALVESTA

Filoxera said...

Sem saber de ti, caminhei no escuro
Perdida, sem luz, na noite apenas breu
Pergunto-me se sabes que te procuro
Mas sinto que voltarás, vento meu

Sem saber de ti, percorri um deserto
Dorida da ausência do calor que é teu
Sabendo-te longe, sinto-te tão perto
E sei que voltarás, vento meu

Sem saber de ti, regressei a nós
Rendida à emoção que o tempo nos deu
Cheguei como um rio desagua na foz
Porque sei que voltarás, vento meu

Beijos.

Maria said...

Muito obrigado a todos que passaram por aqui.

Bom fim-de-semana.
Beijos.

mariam [Maria Martins] said...

Tão lindo! Maria.

um beijo
mariam

Ana said...

Abrir a cama ao vento. Abrir a alma a quem escreve como tu.

Saudades, Maria, e um beijinho.

Anonymous said...

Fico perplexa com o que escreves! também com os poetas que aqui deixam as suas tão belas palavras

estou muito emocionada

"De longe chegava-me o som de harpas/E abro a minha cama para que se deite o vento"

Bem, com esta, arrasaste-me

snif

bj