Monday, June 21, 2010

Mar ou Vento


Perco-me a olhar a ilha, vazia de mim
Não sei contar quanto tempo é o tempo
Desato o nó e deixo-me chorar assim
Por não te ter, nem ao mar nem ao vento

Ficou comigo o teu cheiro no meu leito
Desfeito pelas mãos do amor no momento
Sangra ainda de dor este meu peito
Por não te ter, nem ao mar nem ao vento

De tudo o que guardei e já não quero
Fica o canto das ondas como um lamento
Que me acolhe e leva para onde te espero
Para depois te ter, seja no mar ou no vento.


(vou ali e depois volto. logo)

35 comments:

Cristina Caetano said...

Há sentimentos que o tempo e a ausência não mudam.

Beijinhos, Maria

Ana said...

Que o mar e o vento te tragam conforto, em vez de amargura...

Até já.

Beijinho

Leticia Gabian said...

Há marés que nos trazem ao porto e há ventos que nos espalham em mil pedaços.
É assim...


Beijo imenso, AICeT!

Pitanga Doce said...

Eu queria dizer mas não posso.

boa noite Maria.

Licínia Quitério said...

Bebe o mar, Maria, bebe o vento. E volta para nós.

beijo.

Manuela Freitas said...

Querida Maria,
Gosto de ti pela sensibilidade e generosidade que encontro nas tuas palavras. És uma mulher que tens muito para dar e o meu desejo é que encontres o que precisas, que o vento e o mar te afaguem o quanto precisas e mereces.
Beijinhos,
Manuela

Ricardo Silva Reis said...

Não encontro palavras com a grandeza necessária para comentar este POEMA.
Deixo-te alagada de beijos que transbordam do nosso mar
Ricardo

Cristina Caetano said...

7, Maria, 7! Número lindo... hehe e minha mãe acertou, a danada só não acerta os números da loteria. ;)

Beijinhos

Ana Echabe said...

Na brisa mansa
Conduz o tempo
O que é do tempo

Enquanto atenuas
imersa sob lentes da mente
hj onda salgada
umedece tua face
logo o sol aquece
gotas de cristal.

Bjinhos

GR said...

Palavras tão belas.
Lindo!

Gd BJ,

GR

Fernanda Ferreira - Ná said...

Olá Maria!

Venho da Tité e a curiosidade trouxe-me até aqui.
A curiosidade e Saramago...afinal o nosso amado amigo merece que nos unamos e revelemos tudo de bom que ele fez e que algumas pessoas nem sequer tentaram ler, agora de repente há por aí uma onde que parece que se envergonha de todo o sofrimento que causaram aos nosso melhor escritor do século XX.

Este não é o assunto para comentar, mas sim o belíssimo poema de amor que escreveu.
Sinto um coração partido, mas que aspira o reencontro que virá com o mar ou com o vento...virá!

Beijinhos

Na Casa do Rau

Natália Bravo said...

Na ilha por vezes habitada


Na ilha por vezes habitada do que somos, há noites,
manhãs e madrugadas em que não precisamos de
morrer.
Então sabemos tudo do que foi e será.
O mundo aparece explicado definitivamente e entra
em nós uma grande serenidade, e dizem-se as
palavras que a significam.
Levantamos um punhado de terra e apertamo-la nas
mãos.
Com doçura.
Aí se contém toda a verdade suportável: o contorno, a
vontade e os limites.
Podemos então dizer que somos livres, com a paz e o
sorriso de quem se reconhece e viajou à roda do
mundo infatigável, porque mordeu a alma até aos
ossos dela.
Libertemos devagar a terra onde acontecem milagres
como a água, a pedra e a raiz.
Cada um de nós é por enquanto a vida.
Isso nos baste.

Saramago

(in PROVAVELMENTE ALEGRIA, Editorial CAMINHO, Lisboa, 1985, 3ª Edição)

Um beijo
Talinha

Maria P. said...

Ohh...até logo

Beijinho, minha Maria*

joão marinheiro said...

Obrigado por mais um olhar da nossa ilha, do meu farol de outros tempos...
abraço

mdsol said...

Vai ee volta bem

:))))

João P. said...

Maria:

Gostei muito. Os teus textos são belos

beijo

João

Fernando Samuel said...

E enquanto vais e voltas, vai escrevendo mais coisas destas...

Um beijo grande.

clic said...

Volta... :)

anamar said...

bom abraço, e aonde quer que estejas, fica bem...
:))

tulipa said...

Há muito que não vinha visitar-te.

Escreveste: vou ali e depois volto,logo...e eu digo:

Estive ausente 10 dias e regresso hoje, com o post da blogagem colectiva sobre o S. João.
A minha intenção neste post é mostrar-vos um verdadeiro GUIA DE SOBREVIVÊNCIA, nestes dias de grande reinação. Chegaram os santos populares e com eles foi-se o sossego. Renda-se às tradições e junte-se à festa, seja ela em honra de que santo for. Mas como nem tudo são rosas, ou manjericos, é sempre bom saber uns truques de sobrevivência para que se possa divertir até de manhã sem nenhum tipo de chatices.
Antes de sair de casa - A prevenção para uma noite bem passada começa em casa. Primeiro que tudo, pense na roupa que vai vestir. Lembre-se que está calor, que vai para o meio da confusão, que vai ser uma entre milhares de pessoas e que se vai fartar de andar e dançar. Sendo assim, nada melhor que roupa simples, leve e fresca. Nos pés nem pense em pôr saltos altos ou chinelos! Depois vai passar o tempo todo a queixar-se das bolhas. Por isso não arrisque. Sapatos confortáveis e fechadinhos.

Abraços sanjoaninos.

A.S. said...

Querida Maria,

Depois de uns dias de férias, chego e encontro aqui este belissimo poema!!! Ahhhh....

Beijos
AL

Nilson Barcelli said...

Não se suportaria morar numa ilha.
Acho que treparia pelas paredes do mar ou do vento...

Achei o teu poema magnífico.
As tuas palavras encantam.

Beijos.

Manuel Veiga said...

Poema dolente. sentido e belo.
muito bonito.

beijos

M. said...

Estás sempre tão atenta ao PPP... Obrigada, eu que ando ultimamente num desatino de vida ocupada que me deixa pouco tempo livre para a net.
E que bonito este poema!

Justine said...

Apetece-me brincar um pouco contigo, apesar da beleza do poema: mar e vento tivemos nós até demais no Algarve - podemos dispensar um bocadinho:))))
Abraços

Rosa dos Ventos said...

Vento no Algarve?!
Já nada é como era, Justine...

Desculpa, Maria, esta intromissão com a Justine...
Como sempre os teus poemas transmitem uma enorme emoção!

Abraço

Ana said...

Seja no mar ou no vento. Mas sempre com a poesia que é tua.

Um beijo, Maria, e volta logo .

Duarte said...

Quantos sentimentos embebidos em pétalas de vida.

Comprovo que os teus verso levam una profunda carga de emoções... mas belos!

Abraços de vida

mariam [Maria Martins] said...

Maria,

lindo! ... perco-me naquilo que tão bem escreves...

gostei muito :)

um sorriso meu e um grande abraço :)
mariam

JIM said...

Maria

Sabes que eu gosto de te ler. Este é lindo, como outros que escreveste.
Eu escrevi no JIM, aquilo que, penso, o José Saramago agora poderia dizer. Sff. vai lá, lê e diz aquilo que achas. Se entenderes, sugere modificações.
Obrigado.

Paz e Luz no teu caminho.

Sunshine said...

Muito bonito Maria!
Posso guardá-lo?
O canto e o embalo das ondas ficam sempre comigo...
beijinhos com raios de sol, desta outra ilha

Maria said...

De regresso a casa, agradeço a todos que passaram por aqui.

Bom fim de semana.
Beijos.

JIM said...

Maria

Não sei se conheces....
Mas no Google coloca Jose Saramago...depois clica em José Saramago poemas...na página que aparecer procura..Jornal de Poesia-José Saramago....Lê um ensaio poético de Soares Feitosa dum fragmento do "Evangelho...."
Lê depois tb. alguns comentários...
Vale a pena.
Obrigado

Bom fim de semana...

Paz e Luz no teu caminho

Filoxera said...

Repouso o olhar na extensão desta areia
Deixo-me recuar no meu pensamento
Ao dia em que foste pirata, e eu sereia
Numa história de amor, entre mar e vento

Sorrio para o azul que me prende os sentidos
Na maresia sinto o cheiro do nosso momento
No ritmo das ondas, o nosso, perdidos,
Em viagem de ir e vir, como o mar e o vento

Estendo esta saudade até ao horizonte
Reinvento-nos, sedentos, num compasso lento
Faço das memórias a minha ponte
Para o tempo em que fomos mais que mar, mais que vento

Luis Eme said...

ao ler as tuas bonitas palavras, recordei-me que não visito a tua "Ilha", há uns dezoito anos...

beijinho Maria