Monday, March 26, 2007

Indignaçao

Acabo de assistir ao final do "passatempo" da RTP1 sobre o maior português de sempre.
Como é possível?

26 comments:

B. said...

Como é possível? Fiquei parvo! :O

TG said...

não fiquei surpreendido, nem admirado, o reflectir da actualidade, da sociedade portuguesa, o discurso que antes é que era bom, o caminho mais fácil de enterrar a cabeça na areia....poderia dizer que a memoria é curta, mas nem isso posso dizer, o que me apetece dizer é que a estupidez é muita....

abraço
Tiago

Anonymous said...

realmente, como é que é possível!INDIGNAÇÃO é o mais baixo que se pode dizer...
o único comentário para uma pais cheio de gente, mas tão poucas pessias, é simplesmente vergonhoso!
VIVA O 25 DE ABRIL SEMPREEEEEEEEEEEE

Ana M. said...

Relax, baby.
Não passa de um concurso que não merece, sequer, indignações...
O homem não se vai levantar do túmulo e amanhã ninguém mais se lembrará da noite de ontem...
Beijinhos

Luís Galego said...

é possivel, porque é o voto de um protesto....eu gostaria que tivesse ganho Camões ou Pessoa, mas este resultado é elucidativo do que temos apostado em educação: ignorância. Talvez seja bom todos pensarmos porque? talvez seja bom pensarmos que tipo de esquerda foi eleita? talvez seja bom pensar que fomos muito enganados...contra mim falo...

Myllana said...

Tb não entendi!

Maria said...

Pois como é possível, mas acho que por detrás existe muita revolta das pessoas visto que estamos sendo liderados por muita falsidade muita injustiça.
De cadela a cão pouca diferença faz.

Unknown said...

Não creio que as pessoas tenham votado em consciência... penso que ao votarem estavam completamente absorvidas pela triste situação actual... e no momento foi esta a mais simples forma de manifestarem esse desagrado!

No entanto, estou certa que não é de todo o maior português!

Entre todos eles, talvez eu aplaudisse de pé a Camões ou Pessoa!

Mas claro, não passa disso... Um simples concurso, e como já foi dito... amanhã já ninguém se lembra!

Pitanga Doce said...

Olhem só, fiquei sabendo por um programa matutino que os telefonemas dados para a emissora só eram computados se fossem para votar no referido ganhador. Será?
Isto assim é pior que Big Brother.

beijinhos e continue poetisando (se existir esse verbo)

Meg said...

Mas isto é para levar a sério?
Só vi o primeiro "episódio" e, ali, estava um jovem actor (será actor? dos tais Morangos...
Ver mais para quê?
Não liguem... afinal é tudo uma questão de audiências...

Paúl dos Patudos said...

Se estes senhores que votaram nesse FDP fossem turturados como algumas pessoas que eu conheci (porque já morreram)ou outros que ainda estão vivos,mas as marcas nunca se apagarão, não falavam sequer dessa pessoa.
O nosso dinheiro é que saiu dos bolsos para este tipo de concursos que não levam a nada.
INVESTISSEM ELES O DINHEIRO QUE FOI GASTO NISTO , MAS EM LIVROS , EM ESCOLAS, EM FORMAÇÃO PARA OS JOVENS SEM EMPREGO, EM MELHORAR O SISTEMA DE SAÚDE...
QUE TRISTEZA...

BEIJOS AMIGA
ANA PAULA

G. said...

Acho que devemos o maior respeito à História! neste caso de Portugal, o nosso País!
Quanto a Oliveira Salazar ganhou pelo simples facto de ter provocado polémicas... neste País ganham as polémicas, a decisão de abrir um museu em tempo de votação e toda a cobertura que se deu ao assunto, deu-lhe mais uma vitória!
É este o País que temos! Nem sei porque se admiram vocês tanto e ainda ficam indignados! Já pensaram que se calhar todos nós fizemos para que isso de forma indirecta acontecesse??!!! a esta hora Salazar RI de prazer, porque quem ri por último ri sempre melhor!

Maria P. said...

Concordo com o Luís Galego, é um voto de protesto sem dúvida.

Maçã de Junho said...

Não existe desculpa que encubra a vergonha que todos aqueles que, anónimamente ou não, deram a cara para enaltecer alguém que fez deste pais o atraso que, como se pode ver, ainda é.
Mais de 30 anos depois do fim do fascismo tenho vergonha também de assistir a este triste espectáculo que impunemente entra pelas nossas casas!
Agora é que Sta Combadão vai ter o museu do PEQUENO grande português.

Haja vergonha

PS: Não é o pais que temos é o pais que fazemos...

PS2: A democracia é o pior de todos os sistemas com a excepção de todos os outros...

boa semana

Maçã de Junho

Moura said...

Acho alguma graça só se falar da indignação de Salazar estar no lote dos finalistas...mas porque não existe indignação em relação ao Álvaro Cunhal estar nesse mesmo grupo? Eu encontro uma relação directa entre o dito vencedor e o dito vencido aqui referido...
Ao contrário do que muitos pensam o passado, a memória curta e as distorções acabam por dar em indignações.
Bjo

Bia said...

Porque se calhar tudo é possivel...
um beijo e uma boa semana

Nota: eu não conheço esse passatempo....

Claudia said...

Eu soube só hoje. E confesso, pela primeira vez, e por muito que me custe dizê-lo, tive vergonha de ser portuguesa... Não há desilusão nenhuma com a democracia, com a economia, com a política em geral, que justifique nomear um ditador o melhor português de sempre. Alguém que retirou a liberdade às pessoas, o valor primordial de uma sociedade, e com ela o direito de voto. Alguém que condenou à morte e torturou inocentes por diferenças e querelas edoilógicas... Em suma, alguém sem valor.
Resta-me o conforto de saber, que ele não é o melhor português.

Beijo

Unknown said...

Que vergonha, minha amiga... Depois do que tanto lutaram pela democracia... Mas isto é apenas um voto de oposição... Espero...

Beijinhos

João JR said...

a mim já muito pouca coisa me surpreende neste mundo...infelizmente!
Mas indignada..fico sempre, isso é que pergunto: como ainda é possivel???
Mil beijos para ti

Maria said...

A todos quantos passaram por aqui, e que se indignaram, ou não, o meu

Muito Obrigada
É este o País que estamos a construir, e que deixaremos aos nossos filhos e netos!

joão marinheiro said...

Sabes Maria, hoje estive a falar da ilha em família, coisa rara na minha vida dispersa. Chego aqui e deparo com o teu post, sobre o melhor português de todos os tempos que foram, e os outros que ande vir, e de todos os outros esquecidos, e os outros que não sabemos. Descendo de uma família de militares, não sei se deva falar estas coisas aqui, ou ocupar o teu espaço com as minhas reflexões a esta hora tardia, às vezes apetece-me conversar com alguém. Converso aqui virado para o monitor.
Volto à ilha. A nossa ilha. A Peniche. Aos gritos das gaivotas. Ao cheiro a sardinha. Às escamas que brilham no cais. Às redes a concertar. À fortaleza. Ela teve sempre em mim um fascínio especial. Misto de medo e de mistério. Que tem a ver com o maior português de todos os tempos. Quase nada. Afora os homens que eu vi algumas vezes a trabalharem a arranjar as estradas, vestidos com uma espécie de farda cinzenta, uns fatos-macacos. Guardados por guardas armados de espingardas Mauser. Aquilo nos meus sete anos metia-me confusão, até porque a única espingarda que conhecia era a do farol de matar coelhos, uma antiga com coronha pintada de verde, pois foi o pai que a pintou. Perguntei ao pai um dia que vim a terra no Berlenga, quem eram aqueles homens ali guardados por outros homens armados. Disse-me que eram comunistas perigosos, que estavam presos no forte de Peniche. Na altura aceitei a explicação. O pai era o pai, o pai sabia tudo. Anos mais tarde descobri que afinal o pai não sabia tudo. Ou não podia falar tudo. Mas nessa altura já vivia na serra de São Mamede em Portalegre. O homem tinha pisado a lua e o tal português virtuoso, o melhor de todos, tinha caído abaixo da tal cadeira milagrosa.
Sabes às vezes sinto-me mais galego que português, mas isso é outra história… As historias avivam-se em mim nos últimos tempos, prenuncio de algo. Prefiro acreditar que tudo não passou de um passatempo.
- Pobres dos pobres de espírito!
Abraço-te com o meu sincero pedido de desculpas pelo desabafo aqui.

Maria said...

joão marinheiro

Não me peças desculpa depois de uma conversa tão bonita que tivemos.
Revivi nas tuas as minhas memórias de infância, com as justificações mais ou menos idênticas.
Fala comigo sempre que te apetecer, eu gosto de te ouvir.
Prefiro também pensar que amanhã haverá um outro passatempo qualquer, mas que me preocupa, lá isso é verdade.

Um abraço

susi said...

ola gostei mt do teu blog, quanto a esta questão tb não quis acreditar, como é possivel depois de tudo ainda á quem queira voltar ao tempo que esse srº mandava, bjs

bettips said...

Maria e João Marinheiro, tão bonito o vosso dicorrer. Tão verdadeiro! Eu fiz TUDO o que podia para que não fosse assim: isto é o que cada um de nós deve ter em mente. Não que merecemos, que isto que aquilo...não, não merecemos ser representados pelo mais retrógrado provinciano que nos fez parar no tempo mais de 40 anos (porque alguns destes, depois, ainda contam como o tal passo atrás). Mas acima de tudo, os nossos filhos não foram para a guerra, não foram presos em Peniche. Beijinhos a ti e espero a tua volta à ilha...avisa!

Maria said...

as minhas criações

Há-de vir outro passatempo para nos fazer esquecer este...

O pior são os que estão cá, vivinhos, alguns no poder, e que ainda o defendem...

Bjs

Maria said...

bettips

Nós teremos feito TUDO, mas não foi o suficiente...
As mentalidades levam tempo a alterar, o aparecimento do tal Homem Novo não é para já.
Não falemos mais dele, para que os nossos estômagos continuem a gostar de nós.
Mas não nos esqueçamos que há por aí uns tantos, vivinhos da costa, prontos a lançar as garras.

O regresso à ilha aqui, em forma de "reportagem", será lá para Maio...
Beijos