Sunday, November 30, 2008
Saturday, November 29, 2008
Lembrando Alves Redol
QUADRAS
Se me vires de pau e manta,
não cuides que sou pastor:
sou da vila de Samora,
das Lezirias guardador.
(Samora Correia)
Não m'importo ser soldado,
contando que o batalhão
traga sempre na bandeira
bordado o teu coração.
(Benavente)
O meu amor disse à mãe
que me havia de deixar.
Agora deixo-o eu;
tome lá, vá-se gabar!
(Samora Correia)
Alves Redol
(29 de Dezembro de 1911 - 29 de Novembro de 1969)
(Cancioneiro do Ribatejo)
Se me vires de pau e manta,
não cuides que sou pastor:
sou da vila de Samora,
das Lezirias guardador.
(Samora Correia)
Não m'importo ser soldado,
contando que o batalhão
traga sempre na bandeira
bordado o teu coração.
(Benavente)
O meu amor disse à mãe
que me havia de deixar.
Agora deixo-o eu;
tome lá, vá-se gabar!
(Samora Correia)
Alves Redol
(29 de Dezembro de 1911 - 29 de Novembro de 1969)
(Cancioneiro do Ribatejo)
Friday, November 28, 2008
Hoje, outra vez!
Ao meu Partido
Deste-me a fraternidade para com o que não conheço.
Acrescentaste à minha a força de todos os que vivem.
Deste-me outra vez a pátria como se nascesse de novo.
Deste-me a liberdade que o solitário não tem.
Ensinaste-me a acender a bondade, como um fogo.
Deste-me a rectidão de que a árvore necessita.
Ensinaste-me a ver a unidade e a diversidade dos homens.
Mostraste-me como a dor de um indivíduo morre com a vitória de todos.
Fizeste-me edificar sobre a realidade como sobre uma rocha.
Tornaste-me adversário do malvado e muro contra o frenético.
Fizeste-me ver a claridade do mundo e a possibilidade da alegria.
Tornaste-me indestrutível, porque, graças a ti, não termino em mim mesmo.
(Pablo Neruda)
Thursday, November 27, 2008
SPARTACUS
Em cada hora
Em cada dia
Século após século
os homens arremessam o teu nome ao vento
e dele saem dardos, punhais, espadas
e dele saem pombas e flores ensanguentadas
De cada letra um filho
De cada som um eco
Teu nome-profecia
Teu nome vinho-novo
que ao terceiro dia há-de ressuscitar
nas veias do meu povo
Teu nome
que mil vezes tem sido agrilhoado
Teu nome sangue-mel
nos lábios do carrasco uma esponja de fel
Teu nome-escravo
Teu nome-espectro
fantasma de terror na noite de algozes
temido como as vozes que clamam no deserto
Teu nome-salmo
escrito em cada corpo morto
em cada cruz erguida
Teu nome-espiga
que se transforma em pão
Teu nome-pedra
da construção do mundo
que será o fruto do teu gesto
Teu nome
em cada gesto do esvoaçar das asas
da gaivota presa
Teu nome
vela-acesa na catedral da esperança
do altar-homem
Teu nome
em cada grito
em cada mão
Teu nome-sinfonia
que há-de explodir com a alegria
de um átomo liberto
Spartacus!
Teu nome-irmão.
Maria Eugénia Cunhal
(retirado do Cravo de Abril)
Em cada dia
Século após século
os homens arremessam o teu nome ao vento
e dele saem dardos, punhais, espadas
e dele saem pombas e flores ensanguentadas
De cada letra um filho
De cada som um eco
Teu nome-profecia
Teu nome vinho-novo
que ao terceiro dia há-de ressuscitar
nas veias do meu povo
Teu nome
que mil vezes tem sido agrilhoado
Teu nome sangue-mel
nos lábios do carrasco uma esponja de fel
Teu nome-escravo
Teu nome-espectro
fantasma de terror na noite de algozes
temido como as vozes que clamam no deserto
Teu nome-salmo
escrito em cada corpo morto
em cada cruz erguida
Teu nome-espiga
que se transforma em pão
Teu nome-pedra
da construção do mundo
que será o fruto do teu gesto
Teu nome
em cada gesto do esvoaçar das asas
da gaivota presa
Teu nome
vela-acesa na catedral da esperança
do altar-homem
Teu nome
em cada grito
em cada mão
Teu nome-sinfonia
que há-de explodir com a alegria
de um átomo liberto
Spartacus!
Teu nome-irmão.
Maria Eugénia Cunhal
(retirado do Cravo de Abril)
Wednesday, November 26, 2008
*
Tuesday, November 25, 2008
Algas
Monday, November 24, 2008
Flor
Sunday, November 23, 2008
Meu último filho
Este é o meu último filho,
um filho feito como os outros.
Com o conhecimento
de duas almas.
Com paixão...
Com a união da poesia
Este é o meu último filho,
um filho feito de palavras,
como o nosso amor.
Um filho feito
da habilidade dos sentimentos
com o calor de um peito
afogueado.
Com duas mãos quentes
húmidas de desejo.
Este é o meu último filho,
um filho gerado como os outros.
É menino,
chama-se Poema... e é teu.
Vanda Paz
(http://www.nectardaspalavras.blogspot.com)
Conheço a Vanda desde (antes de ser) bebé. Lança hoje o primeiro livro, de que deixo o poema acima, e espero que seja o primeiro de outros, não digo muitos, mas de outros livros que se seguirão a este.
Parabéns, Vanda, pelo sonho concretizado.
Até já!
Saturday, November 22, 2008
Friday, November 21, 2008
Arame
Que nunca se cale a ternura das palavras
e nunca se desfaçam os sonhos que trazes nas mãos
que das lágrimas que te escorrem se façam sementes
que ao cairem no chão possam ser fecundadas
pelas águas dos rios que te trespassam
e de novo possam surgir as árvores de verde folhagem
para abrigarem todos os pássaros quando chegar a primavera
não haverá mais gritos nem medos nem espadas
todas as crianças voltarão a brincar nas ruas
e a Natureza voltará em todo o seu esplendor
como se nunca tivesse havido um arame…
Thursday, November 20, 2008
Arre porra que é teimosa!
Obrigada, Licínia
Beira-Mar
Os olhos das mulheres
cavalgam as praias desertas
e a acalmia das ondas.
Ficam verdes os olhos das mulheres
no seu afã de adivinhar os peixes.
Águas-marinhas crescem-lhes nos dedos
longos, longos.
Há estrelas-do-mar a rematar
as tranças de meninas
que chegaram do longe, longe.
Debruçam-se serenas
sobre a caligrafia andarilha das gaivotas
a ler histórias que os netos lhes contaram.
Antes que a tarde as envelheça,
acendem nas areias fogos altos
e pintam as cores do sol poente
e cantam líquidas melopeias
e cantam e cantam
as mulheres da beira-mar.
Licínia Quitério
(in De Pé Sobre o Silêncio)
Os olhos das mulheres
cavalgam as praias desertas
e a acalmia das ondas.
Ficam verdes os olhos das mulheres
no seu afã de adivinhar os peixes.
Águas-marinhas crescem-lhes nos dedos
longos, longos.
Há estrelas-do-mar a rematar
as tranças de meninas
que chegaram do longe, longe.
Debruçam-se serenas
sobre a caligrafia andarilha das gaivotas
a ler histórias que os netos lhes contaram.
Antes que a tarde as envelheça,
acendem nas areias fogos altos
e pintam as cores do sol poente
e cantam líquidas melopeias
e cantam e cantam
as mulheres da beira-mar.
Licínia Quitério
(in De Pé Sobre o Silêncio)
Wednesday, November 19, 2008
Debaixo da pele
Tenho na garganta um nó que me sufoca e que eu desfaço
quando a tua voz me sussurra ao ouvido
palavras tão bonitas e tão suaves
como são as palavras de amor que me dizes
Tenho nos olhos um mar imenso, azul e profundo
onde tu mergulhas sempre que eu quiser
depois de um chuto na bola ou de uma corrida
na praia e vens molhado ter comigo
Tenho nos braços e no peito uma enorme ternura
e um grande amor para te dar. Em troca, só quero
agora esse beijo salgado que me prometeste
e onde escondes todo o desejo que eu te adivinho
debaixo da pele.
Tuesday, November 18, 2008
Percorri todos os caminhos
Percorri todos os caminhos de todos os cheiros de todas as cores
palmilhados em tempos idos nos tempos de todos os amores
Percorro-te outra vez num sim e não de todas as forças abandonada
e de todos os poros me sai a solidão de nada ter e me teres rasgada
Percorro-me em todo o teu corpo decorado como um mapa de mim
sei-te como mais ninguém. És sopro que caminha a meu lado, sim!
Monday, November 17, 2008
Para descontrair.....
AULAS DE SUBSTITUIÇÃO?
A Ministra da Educação entra na clínica onde tinha marcado uma consulta de cardiologia.
Após cerca de uma hora de espera é chamada ao consultório, dizendo-lhe o médico de imediato:
- Por favor dispa-se e abra as pernas.
Espantada, a Ministra da Educação responde:
- Mas, Sr. Dr. ... eu marquei uma consulta de cardiologia.
E o médico esclarece-a de imediato:
- Eu sei, minha senhora, mas eu sou o médico de substituição e sou ginecologista.
(recebida, fresquinha, por mail...)
Boa semana a todos!
A Ministra da Educação entra na clínica onde tinha marcado uma consulta de cardiologia.
Após cerca de uma hora de espera é chamada ao consultório, dizendo-lhe o médico de imediato:
- Por favor dispa-se e abra as pernas.
Espantada, a Ministra da Educação responde:
- Mas, Sr. Dr. ... eu marquei uma consulta de cardiologia.
E o médico esclarece-a de imediato:
- Eu sei, minha senhora, mas eu sou o médico de substituição e sou ginecologista.
(recebida, fresquinha, por mail...)
Boa semana a todos!
Sunday, November 16, 2008
Procuro-me
Saturday, November 15, 2008
Música para o fim de semana
Sabiam que o famoso My Way cantado por Sinatra foi feito a partir desta cantiga?
Bom fim-de-semana!
Friday, November 14, 2008
Para bom entendedor...
"O Tubarão queria devorar peixe. Os peixes, por seu lado, sabendo das intenções do Tubarão, rapidamente se organizaram em cardume e assim se mantiveram em movimentos constantes. O Tubarão ficou baralhado pois só via uma enorme "massa" a movimentar-se, não lhe sendo possível distinguir nenhum peixe que pudesse caçar. Os peixes, inteligentemente, nunca se separaram, pois sabiam no que momento em que o fizessem todos passariam a ser alvos fáceis do Tubarão. Os peixes sabiam que, enquanto estivessem assim organizados e unidos, estariam em segurança e que o Tubarão acabaria por ir para outros mares."
(recebido por e-mail, e não resisti...)
(logo, logo eu volto)
Tuesday, November 11, 2008
Porque me apetece Joaquim Pessoa
Amor Combate
Meu amor que eu não sei. Amor que eu canto. Amor que eu digo.
Teus braços são a flor do aloendro.
Meu amor por quem parto. Por quem fico. Por quem vivo.
Teus olhos são da cor do sofrimento.
Amor-país.
Quero cantar-te. Como quem diz:
O nosso amor é sangue. É seiva. É sol. É Primavera.
Amor intenso. amor imenso. amor instante.
O nosso amor é uma arma. É uma espera.
O nosso amor é um cavalo alucinante.
O nosso amor é pássaro voando. Mas à toa.
Rasgando o céu azul-coragem de Lisboa.
Amor partindo. Amor sorrindo. Amor doendo.
O nosso amor é como a flor do aloendro.
Deixa-me soltar estas palavras amarradas
para escrever com sangue o nome que inventei.
Romper. Ganhar a voz duma assentada.
Dizer de ti as coisas que eu não sei.
Amor. Amor. Amor. Amor de tudo ou nada.
Amor-verdade. Amor-cidade.
Amor-combate. Amor-abril.
Este amor de liberdade
Joaquim Pessoa
(eu vou ali. depois volto logo, logo)
Meu amor que eu não sei. Amor que eu canto. Amor que eu digo.
Teus braços são a flor do aloendro.
Meu amor por quem parto. Por quem fico. Por quem vivo.
Teus olhos são da cor do sofrimento.
Amor-país.
Quero cantar-te. Como quem diz:
O nosso amor é sangue. É seiva. É sol. É Primavera.
Amor intenso. amor imenso. amor instante.
O nosso amor é uma arma. É uma espera.
O nosso amor é um cavalo alucinante.
O nosso amor é pássaro voando. Mas à toa.
Rasgando o céu azul-coragem de Lisboa.
Amor partindo. Amor sorrindo. Amor doendo.
O nosso amor é como a flor do aloendro.
Deixa-me soltar estas palavras amarradas
para escrever com sangue o nome que inventei.
Romper. Ganhar a voz duma assentada.
Dizer de ti as coisas que eu não sei.
Amor. Amor. Amor. Amor de tudo ou nada.
Amor-verdade. Amor-cidade.
Amor-combate. Amor-abril.
Este amor de liberdade
Joaquim Pessoa
(eu vou ali. depois volto logo, logo)
Monday, November 10, 2008
Miriam Makeba
Com Miriam Makeba (Mama Africa ou "primeira-dama da música sul-africana", como lhe chamou Nelson Mandela) também aprendi a crescer.
Voou ontem, após um concerto contra a mafia, em Itália.
Fica a sua música, e a memória de uma lutadora militante contra o apartheid na África do Sul.
Manta
Sunday, November 09, 2008
Porque a LUTA continua!
Podem dizer que não viram!
Podem dizer que não sabem!
Podem dizer o que quiserem!
Mas não podem ignorar!
POEMA "emprestado" do Cravo de Abril
O BICHO
Vi ontem um bicho
na imundície do pátio
catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
não examinava nem cheirava:
engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
não era um gato,
não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
Manuel Bandeira
Vi ontem um bicho
na imundície do pátio
catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
não examinava nem cheirava:
engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
não era um gato,
não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
Manuel Bandeira
Saturday, November 08, 2008
Música para o fim de semana
Fala do Homem nascido - um dos melhores discos que, na minha opinião, se fez em Portugal.
(retirado do Cravo de Abril)
Friday, November 07, 2008
Inquietação
Não deixes sepultar o amor. Não podes sepultar o amor. Porque o amor, se é amor, renasce todos os dias. Quando acordas. Quando respiras. Quando choras. Quando ris.
De nada serve esconder o amor debaixo de uma qualquer pedra. O amor tem asas e não se deixa prender. O amor é livre, só assim é amor.
A minha inquietação é outra. A minha inquietação é ter tanta coisa ainda para fazer e já não ter tempo suficiente. A minha inquietação é querer que tu me entendas e eu não conseguir explicar melhor.
A minha inquietação não tem limite, nem eu me limito.
(imagem oferecida por uma amiga)
Thursday, November 06, 2008
Cântico negro
"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!
"Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí!
Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!
(José Régio)
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!
"Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí!
Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!
(José Régio)
Wednesday, November 05, 2008
Outono
Tuesday, November 04, 2008
Violentaram-me o silêncio
Abordaram-me como quem aborda
Uma criança, rebuçado na mão
Olhos meigos e sorriso triste
E eu calei-me
Andaram por caminhos ínvios
O pensamento atravessado
Com voltas e voltas e mais voltas
E eu nada disse
Fizeram todas as perguntas
As que quiseram e as
Que tinham para fazer
E eu não respondi
Finalmente
Violentaram-me o silêncio
E isso não tem retorno.
Por isso os meus olhos estão tristes!
Uma criança, rebuçado na mão
Olhos meigos e sorriso triste
E eu calei-me
Andaram por caminhos ínvios
O pensamento atravessado
Com voltas e voltas e mais voltas
E eu nada disse
Fizeram todas as perguntas
As que quiseram e as
Que tinham para fazer
E eu não respondi
Finalmente
Violentaram-me o silêncio
E isso não tem retorno.
Por isso os meus olhos estão tristes!
Monday, November 03, 2008
Para descontrair.....
Estória de dois transfronteiriços:
Dois putos, um Português e um Espanhol.
O puto espanholito tinha a mania de chegar ao pé do Portuga e dizer-lhe:
- Eu como chocolate e tu comes broa!
O Portuga, farto de ouvir aquilo (e de comer broa), quando o espanhol chega e lhe diz novamente:
- Eu como chocolate e tu comes broa!
responde:
- Ah é ? Mas eu tenho um governo do PS e tu não tens!
O Espanholito, apanhado de surpresa, vai para casa e pergunta à mãe o que é que há-de dizer para responder ao cabrão do Tuga.
A mãe diz-lhe:
- Quando ele te disser isso, diz que não tens... Mas que vais ter!
Então, quando se encontram novamente, o puto Espanhol diz:
- A minha mãe disse-me que não temos um governo do PS mas que vamos ter!
Responde o Tuguinho:
- Ai sim ? Então vais passar a comer broa que te lixas !!!
(recebida por email, como é hábito...)
Boa semana, se possível!
Dois putos, um Português e um Espanhol.
O puto espanholito tinha a mania de chegar ao pé do Portuga e dizer-lhe:
- Eu como chocolate e tu comes broa!
O Portuga, farto de ouvir aquilo (e de comer broa), quando o espanhol chega e lhe diz novamente:
- Eu como chocolate e tu comes broa!
responde:
- Ah é ? Mas eu tenho um governo do PS e tu não tens!
O Espanholito, apanhado de surpresa, vai para casa e pergunta à mãe o que é que há-de dizer para responder ao cabrão do Tuga.
A mãe diz-lhe:
- Quando ele te disser isso, diz que não tens... Mas que vais ter!
Então, quando se encontram novamente, o puto Espanhol diz:
- A minha mãe disse-me que não temos um governo do PS mas que vamos ter!
Responde o Tuguinho:
- Ai sim ? Então vais passar a comer broa que te lixas !!!
(recebida por email, como é hábito...)
Boa semana, se possível!
Sunday, November 02, 2008
Saturday, November 01, 2008
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