Wednesday, September 11, 2024
Requiem por Salvador Allende
Saturday, September 07, 2024
Almoço com neto Branco
Almoço com o neto mais velho dos 3 mais novos. Chegados ao restaurante, 'ataca' as azeitonas, o queijo, o chouriço. Chega a lista. Lê tudo e diz-me 'quero costeletas de borrego'. Deito-lhe água no copo, continua a comer, desta vez melão e presunto. E pega no prato do paio. E no pão, onde põe manteiga. E mais azeitonas. E eu, deliciada a vê-lo comer com prazer. O pai diz-lhe que tem ainda as costeletas para comer, ao que ele responde 'eu sei'. E zás, pega na casca do melão e 'rapa' o que resta a dente. O dono do restaurante mete-se com ele e ri-se.
Friday, September 06, 2024
O monte e o rio
Saturday, August 31, 2024
Discurso de Aquilino Ribeiro
“Meus queridos camaradas, olhem sempre em frente, olhem para o sol, não tenham medo de errar sendo originais, iconoclastas, o mais anti que puderem, e verdadeiros, fugindo aos velhos caminhos trilhados de pé posto e a todas as conjuras dos velhos do restelo. Cultivem a inquietação como uma fonte de renovamento. E, enquanto vivermos, façamos de conta que trabalhamos para a eternidade e que tudo o que é produção do nosso espírito fica gravado em bronze para juízes implacáveis julgarem à sua hora”.
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— AQUILINO RIBEIRO (Sernancelhe, Viseu, 13 de Setembro de 1885 — Lisboa, 27 de Maio de 1963), escritor, no discurso que proferiu aquando da homenagem que lhe foi prestada pelos seus 50 anos de vida literária.
Sunday, August 25, 2024
Wednesday, August 21, 2024
Amiga
Sunday, August 18, 2024
Alma ausente
Saturday, August 17, 2024
Amar
entre criaturas, amar?
amar e esquecer, amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?
Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal,
senão rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?
Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o cru,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e
uma ave de rapina.
Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.
Amar a nossa falta mesma de amor,
e na secura nossa amar a água implícita,
e o beijo tácito, e a sede infinita.
Carlos Drummond de Andrade
31.10.1902 - 17.8.1987
Wednesday, August 07, 2024
Memória da Mísia
Saturday, August 03, 2024
Princípio do fim de Salazar
Diário Digital / Lusa
Sunday, July 28, 2024
o caminho
porque os suaves não tinham sequer início
talvez a lonjura do possível
voe nas asas desse pássaro quase negro
no ardor sob o peito que prende ao diafragma o pulmão
e faz temer o colapso do amor-abismo
de onde todos queremos precipitar-nos
em salto de fé
o mapa não está revelado
mas sabemos que há demasiadas fortificações pelo caminho
assaltá-las-emos de exércitos unidos
derrubando os monarcas de todo o continente um-por-um
e espalhando cactos que, mesmo sem água séculos,
florescerão em jardim.
Miguel Tiago
Sunday, July 14, 2024
Plateia
Monday, July 01, 2024
Fausto Bordalo Dias
O PCP manifesta o seu pesar pelo falecimento de Fausto Bordalo Dias, um dos nomes marcantes da música portuguesa.
O PCP salienta o papel de Fausto Bordalo Dias, o compositor e cantor, criador de muitas das mais belas canções portuguesas ao longo de toda a sua carreira artística.
O PCP jamais esquecerá o facto de Fausto Bordalo Dias ter aceite o convite, em 1985, para fazer o arranjo musical da Carvalhesa, música popular portuguesa, originária de Trás-os-Montes que acompanha a actividade política do PCP em sucessivas campanhas eleitorais e na Festa do Avante!, que desperta de forma viva e entusiástica a alegria e confiança no futuro.
Neste momento difícil, o PCP endereça à família as mais sentidas condolências.
Sunday, June 23, 2024
Canção da minha tristeza
Wednesday, June 19, 2024
Nos 80 anos de Chico
Hoje o amigo Chico Buarque completa 80 anos de vida.
Muitos parabéns ao artista brasileiro!
Lanzarote, 19 de março de 1997
Meu caro Chico,
Acabámos de ouvir a belíssima música e as belíssimas palavras de Levantados do Chão. Ouvimo-las emocionados, como se as estivessem cantando todos os homens e mulheres sem terra desse dorido Brasil. Graças ao teu talento e ao teu coração generoso, a gente sofredora do campo tem agora o seu hino. Oxalá ele venha a ser cantado e ouvido em todas as partes do mundo onde falta a justiça e o direito é negado. Quanto a mim, ficar-te-ei para sempre agradecido por teres dado à tua canção o título de um livro meu. Podes imaginar a alegria que isso me dá. E também o orgulho.
Recebe o nosso fraterno abraço,
José Saramago
In "Saramago, os seus nomes" (Porto Editora e Companhia das Letras, 2022)