Sunday, January 19, 2025
sem título
Friday, January 17, 2025
SPARTACUS
Wednesday, January 15, 2025
Os olhos das crianças
bem para trás das grades do silêncio imposto
as crianças de olhos de espanto e de medo transidas
as crianças vendidas alugadas perseguidas
olham os poetas com lágrimas no rosto.
Olham os poetas as crianças das vielas
mas não pedem cançonetas mas não pedem baladas
o que elas pedem é que gritemos por elas
as crianças sem livros sem ternura sem janelas
as crianças dos versos que são como pedradas.
Sidónio Muralha
Wednesday, January 01, 2025
Ode à Paz
Thursday, December 26, 2024
50 anos volvidos sobre a formalização da legalização do PCP
Tuesday, December 24, 2024
“Um Natal em Almada"
Tuesday, December 10, 2024
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Sunday, December 08, 2024
Saturday, December 07, 2024
Fado Lezíria
Friday, December 06, 2024
Voto de pesar pela morte de Celeste dos Cravos aprovado por unanimidade
Celeste Caeiro, também conhecida carinhosamente por Celeste dos Cravos, faleceu no passado dia 15 de Novembro, aos 91 anos. Nascida em Lisboa a 2 de Maio de 1933, «oriunda de uma família humilde, e viveu grande parte da sua vida em Lisboa», Celeste ficou na história por ter sido a pessoa que começou a distribuir cravos, batizando a Revolução e tornando-se numa cara de Abril.
«Enfrentou uma vida de dificuldades com perseverança. Mulher trabalhadora, de fortes convicções, e militante comunista até ao fim da sua vida, a sua generosidade e afabilidade ficará na memória de todos os que com ela conviveram», podia ler-se na iniciativa apresentada pelo PCP.
O voto de pesar dos comunistas descreveu também o dia em que Celeste ficou na história, relembrando que o restaurante onde trabalhava fazia um ano a 25 de Abril de 1974 e por essa razão comprou flores para oferecer aos clientes. Com o alvoroço e incerteza, o restaurante acabou por não abrir nesse dia e os cravos foram distribuídos pelas trabalhadoras. Celeste não foi para casa, juntou-se aos populares no Chiado e tendo sido informada por um dos soldados de que estava em curso uma revolução, ofereceu-lhe um cravo que o militar colocou no cano da espingarda.
Aprovado por unanimidade, de seguida as bancadas bateram palmas de pé aos familiares presentes nas galerias, à exceção do Chega e CDS-PP, cujos deputados permaneceram sentados.
Thursday, November 28, 2024
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Thursday, November 21, 2024
A25A
Monday, November 18, 2024
Balada das onze e meia
Saturday, November 16, 2024
Friday, November 15, 2024
Celeste dos cravos
Faleceu a Celeste, que distribuiu os cravos que acabaram no cano das espingardas
Celeste Caeiro, que fez dos Cravos sinónimo de Abril, faleceu hoje, aos 91 anos. Mulher trabalhadora e militante comunista, teve uma vida marcada pelo seu compromisso com os valores de Abril.
A Celeste dos Cravos, apesar da idade avançada, não recusava solicitações para partilhar a sua história, para participar em comemorações da Revolução de Abril. Foi assim até este ano, quando se celebram os 50 anos de Abril: esteve no mar de gente que desceu a Avenida da Liberdade, na sua cidade de Lisboa, mas também fez questão de estar na Festa do «Avante!», a realização anual do seu partido, o PCP.
Celeste Caeiro nasceu em Lisboa, em Maio de 1933, cidade onde trabalhou viveu grande parte da sua vida. De origens humildes, na manhã de 25 de Abril de 1974, com 40 anos, saiu de casa no Chiado, onde vivia, com a sua mãe e a filha ao seu cuidado, rumo ao restaurante onde trabalhava, no edifício Franjinhas, na Rua Braancamp. Nas palavras de Celeste, «a casa fazia um ano nesse dia, os patrões queriam fazer uma festa e o gerente comprou flores». Com as operações dos capitães de Abril em curso ali ao lado, o restaurante não chegou a abrir e Celeste levou os cravos no caminho de volta a casa.
Foi já no Chiado que se deparou com os veículos militares que rumavam ao Quartel do Carmo, para deter Marcelo Caetano. Foi isso que lhe explicou o jovem militar (que, para seu desgosto, Celeste nunca voltou a encontrar) a quem perguntou o que se passava. «Isto é uma Revolução!», acrescentou, no relato da própria Celeste, a que se seguiu o pedido de um cigarro. Celeste não fumava, a tabacaria estava fechada, mas a sua gratidão para com aqueles jovens que protagonizavam a libertação de 48 anos de fascismo levou a oferecer-lhes o que tinha: os cravos vermelhos que acabaram nos canos das espingardas. Com o seu gesto carregado de simbolismo, Celeste Caeiro deu expressão à adesão popular às acções do Movimento das Forças Armadas, naquele mesmo dia, e que viria a ser sintetizado na fórmula «Aliança Povo-MFA».
«Correu tudo muito bem. Tinha de correr, pois os cravos estavam nas espingardas e elas assim não podiam disparar...», contou sobre o dia em que o País se libertou da ditadura fascista. Celeste Caeiro faleceu hoje, aos 91 anos.
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