Friday, February 27, 2009

Joelho

Ponho um beijo
demorado
no topo do teu joelho

Desço-te a perna
arrastando
a saliva pelo meio

Onde a língua
segue o trilho
até onde vai o beijo

Não há nada
que disfarce
de ti aquilo que vejo

Em torno um mar
tão revolto
no cume o cimo do tempo

E os lençóis desalinhados
como se fosse
de vento

Volto então ao teu
joelho
entreabrindo-te as pernas

Deixando a boca
faminta
seguir o desejo nelas


Maria Teresa Horta

34 comments:

Vera said...

Adoro este poema :)
Passe no Vekiki e recolha para si uma frase de Mia Couto. É o meu presente para todos os blogers que gosto de ler, neste dia em que o Vekiki completa um ano de vida :)

Anonymous said...

Grande mulher, ela e mais as outras duas.

Abreijos.

samuel said...

Poderosa Teresa Horta...

Goldfinger said...

Olá Maria!

Não conhecia este poema mas gostei. Maria Teres Horta embora conhecida, penso que será pouco divulgada.

Um abraço e que o fim de semana te traga coisas boas.

GOLDFINGER

BlueVelvet said...

Este estava a lê-lo e a dizer: mas isto é Maria Teresa Horta...Era!
Não que não fosses capaz de escrever assim, já to disse uma vez.
Beijinhos

João Paulo Proença said...

Maria:

Com tanto puritanismo
Com tanta falta de cultura

Ao estado a que este país chegou ainda te fecham o Blogue.

Beijo

João

mfc said...

Que delícia!
A palavra tem que ser entendida de forma abrangente.

Unknown said...

Ainda vais para a prisão de Torres Vedras.
Beijos.
EA

PreDatado said...

Um das marias de quem gosto. Este poema é excelente.

alex said...

Amiga
poema delicioso
de ler e de sentir.
É bom voltar aqui
para sentir
sempre o cheiro
a liberdade
da ilha
Grandes Marias


um abraço

zmsantos said...

Até tem mar, e tudo.
Podia ser teu. Assim. é nosso.

Beijos

A CONCORRÊNCIA said...

Forte e arrojado poema.
Não conhecia, adorei conhecer.

Beijo grande

Vera said...

Maria, esta frase que escolheste também é muito verdadeira na minha forma de ver/viver a vida :)

Maria Inácio said...

Olá Maria!
Um belo poema que nos deixas..com muita sensualidade.
Barcelona será o meu destino de férias preferido, sem duvida.

Deixo-te um beijo e um desejo de um excelente fim de semana!

LuNAS. said...

Delícia! As coisas que esta mulher escreve!
Beijinhos

Amaral said...

Poema enorme e delirante!
Um beijo só... no mais puro dum gesto!
Onde a sensualidade é criada a partir da inocência dum carinho!
Muito bem!!!

Rosa dos Ventos said...

Belo poema!

Abraço

Aprendiz de Poeta said...
This comment has been removed by the author.
fj said...

muito Sensual este poema!!

Um beijo meu para ti Maria.
Um Bom fim de semana...e deixai que a boca siga o seu caminho!

A.S. said...

Beleza, sensualidade, desejo!
Os poemas de MTH, tocam-nos como suaves caricias...


Um beijo!

Agulheta said...

Maria!Excelente o poema de Mia Couto,só a pouco tempo começei a ler mais sobre ele,adorei.
Beijinho e bfs Lisa

Valsa Lenta said...

Belo!!!

Felicidades

Parapeito said...

..Gosto da Teresa e das palavras feitas SEDA...Gosto de a ler e sentir nascer a SEDE de mais e mais :))
Maria um fim se semana suave :)

Maçã com Canela said...

Olha não tem nada a ver mas lembrei-me da lengalenga:
Pelo muro acima vai uma formiga
Uma mão na testa outra na barriga.
Pelo muro abaixo vai um escaravelho
Um mão no ombro outra no joelho.

LOLOL

Beijo linda maria!!!!

Filoxera said...

Também escolhi esta :-)

Artur Gonçalves Dias said...

belo poema..
prazer visitar estes espaços de magia da palavra

Saudações

Anonymous said...

há momentos assim, Teresa Horta descreve-os como ninguém, uma intimidade "aberta" a quem tiver a capacidade de a entender.

Excelente escolha Maria
(Mais um lado teu)

Beijos meus

Anonymous said...

Vi agora o post debaixo deste :)

Vês como eu tenho razão :))
Tenho de estar sempre apaixonada para não morrer.

beijos

Maria P. said...

Tinha de ser uma "Maria" a escrever assim!:)

Beijinho, minha Maria*;)

bettips said...

Essas meninas do furor púdico que se instalou! Até a pobre Soror Mariana foi esquecida.
Bispos e polícias tremiam de apoplexia.
Em contrapartida o Santo Condes, pilhava espanhóis e está no papo. Um ricaço valente ao contrário do que existe agora.
***

Um poema de paixão, belíssimo, Maria. Gostei de o lembrar.
Bj

Maria said...

Muito obrigada a todos que passaram aqui.

Beijos e bom fim-de-semana

Manuel Veiga said...

que excelência de Maria(s)!...

beijos

O Sibarita said...

Valha-me Deus! Que me matar é dona moça? kkkkkkkk

Poemaço!

bjs
O sibarita

Cristina Caetano said...

Obrigada. Adoro esse poema. Adoro Maria Teresa Horta.

Beijinhos