Sunday, December 27, 2009

Porque me apetece Ary dos Santos...

Tu que dormes a noite na calçada de relento
Numa cama de chuva com lençóis feitos de vento
Tu que tens o Natal da solidão, do sofrimento
És meu irmão amigo
És meu irmão

E tu que dormes só no pesadelo do ciúme
Numa cama de raiva com lençóis feitos de lume
E sofres o Natal da solidão sem um queixume
És meu irmão amigo
És meu irmão

Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher

Tu que inventas ternura e brinquedos para dar
Tu que inventas bonecas e comboios de luar
E mentes ao teu filho por não os poderes comprar
És meu irmão amigo
És meu irmão

E tu que vês na montra a tua fome que eu não sei
Fatias de tristeza em cada alegre bolo-rei
Pões um sabor amargo em cada doce que eu comprei
És meu irmão amigo
És meu irmão



Ary dos Santos

29 comments:

Anonymous said...

"Natal é quando nasce uma vida a amanhecer".

A poesia dele é belíssima!



Um beijo

Carminda Pinho said...

Este poema é lindíssimo, Maria.

Beijinhos.

margusta said...

Querida Maria,

...sempre bom ler Ary....e então logo ao acordar :)


Amiga, espero que tenhas passado estes dias com Paz, Saúde e muito Amor.

Um Abraço muito apertadinho em ti!
Com carinho,
Margusta

viajantes said...

soube-me bem o ary.
um abraço.

Leticia Gabian said...

É isso aí, Ary!
É isso aí, Maroca!
É isso aí, meu irmão!

Beijo enorme, AICeT

Fernando Samuel said...

Por que é que quando te apetece apetece-te bem?...

Um beijo grande.

Licínia Quitério said...

Ary é quando cada um quiser. Sempre.

Beijinho.

Monte Cristo said...

Quando o cristianismo morreu, em Niceia, 325 anos depois de Cristo ter nascido, nasceram também todos os Papas, paridos - vê lá bem! - por um homem chamado Constantino e que era, ao momento, Imperador de Roma.

Milagre? Nem por isso. Talvez a compra mais valiosa que o poder (económico e político) fez até hoje.

Um abraço.

Violeta said...

Ary dos Santos tinha poesia para todos os momentos.

Rosa dos Ventos said...

Ele ficou-nos em cada poema que escreveu!

Abraço

zmsantos said...

Por onde andas?
Tenho saudades....

mfc said...

Para ti, de quem aprendi a gostar ao ler-te, ao apreciar as tuas escolhas, ao ver que gostas de seres e de te dares ao que vale a pena... aqui vai um beijo enorme.

Filoxera said...

Escolheste bem.
Beijos.

samuel said...

Fica-se logo a cantar, não é?

Abreijo.

Anonymous said...

a tristeza ás vezes mora ao lado...
se olharmos um pouquinho á nossa volta ajudando os que estão mais perto, talvez diminua significativamente o sofrimento de alguns...

como sempre acertas em cheio!
"Pões um sabor amargo em cada doce que eu comprei"...

Um Grande Beijo Maria!

BlueVelvet said...

Excelente escolha.
Ary está sempre actual e vem sempre a propósito.
Beijinhos

rosa dourada/ondina azul said...

Ary, sempre oportuno, portanto uma boa escolha!


Feliz ano 2010!


Beijo p ti,

OUTONO said...

Sempre Ary...Obrigado pela partilha!
Caros amigos(as)

A "PARAGEM"...parou. Na carruagem do meu caminhar, encontrei uma passageira amiga e sedutora. Disse-me o seu nome em segredo...não percebi...e repetiu a sua vontade:
-Digo-te quem sou...se me escreveres de novo...
Na estação da vida, com os frios de Inverno brancos...olhei-a frontalmente...beijei-a com a minha sede de palavra e, disse-lhe:
- Ficas proibida de me fugir, fingindo-te cansada...
- Prometo...
Saí primeiro da carruagem, logo atrás um salto traquinas, felicidade "infantil", deu-me a mão ...e ofereceu-me um dizer...
Partilho-o, neste recomeço.
Um sincero obrigado, pelo apoio, ao ignorarem a "PARAGEM" do Pretexto-Clássico com a vossa presença.
Sintam-se bem, permitam-me que os brinde com um chá de amizade....e um abraço de simpatia.
Já agora, um 2010 pleno de concretizações!

vieira calado said...

Olá, amiga!

Passei para deixar saudações nesta quadra festiva.

Beijinho

Teresa Durães said...

Gosto de ver o teu gosto por Ary dos Santos. Conheço pouco ms vou aprendendo contigo

Arábica said...

Não sei quando deixamos de ver nos rostos estranhos o rosto de um irmão, mas decerto a indiferença, agora tão debatida, começou aí.
Seria o preconceito?
Seria a distância?
Um abraço, Maria.

Anonymous said...

Bom dia...
Vim visitar o seu blog e gostei muito...
Parabénsssssssssssss.
Um feliz Ano Novo regado de muita paz e de muito amor...
Um beijo grande.

Meg said...

Maria,

Agora lembrei-me de um comentário que me deixaste no ano passado, nestes dias...

E tu que vês na montra a tua fome que eu não sei
Fatias de tristeza em cada alegre bolo-rei
Pões um sabor amargo em cada doce que eu comprei
És meu irmão amigo
És meu irmão
.

UM FELIZ ANO NOVO!

Um beijo deste lado

ausenda hilário said...

Fraterno será sempre o encontro das nossas mãos!
Sempre a verdade na essência de Ary!

Beijo

BOM ANO 2010

amigona avó e a neta princesa said...

Este ano estive perto deste Natal...depois conto...beijos...

Nilson Barcelli said...

Escolheste um poema soberbo. Dos bons que o Ary fez.
Querida amiga, desejo-te um bom Ano Novo.
Beijos.

Maria said...

Este Zé Carlos enche-me de tanto...
Obrigada por terem passado.

Beijos a todos

Manuel Veiga said...

beijo e beijo

grato

Parapeito said...

..e com o Ary deixo o desejo que o teu natal tenha sido quentinho e doce..e que 2010 seja um ano em que as pessoas sejam mais atentas e acreditem que vale a pena...
Um abraço****