Wednesday, February 19, 2014

Abismo



De tanto cerrar os dentes trinquei o coração.
Que sangra sem parar, como um rio.
Quando nos perdemos. Porque deixei de te ver.
Não sei dos trilhos que caminhas nem das árvores que te abrigam.
Sei de um rio, verde-sangue. Mas não sei da foz nem da fonte.
Perdi-me no meio do nada e não encontro o caminho.
Não sei regressar-me. Os meus passos levam-me à falésia.
E à vertigem. O abismo. O sim e o não.
O silêncio é total e ensurdeço. Nem te oiço.
Mas cheiro-te. E tu salpicas-me de lágrimas. O mar em frente.
Deixo-me cair devagarinho e adormeço.
Sei que quando a maré começar a subir virás lamber-me os pés…

10 comments:

Licínia Quitério said...

Muito bonito, Maria. Parabéns!

Cristina Caetano said...

Tão lindo...

Beijinhos, Maria

Manuel Veiga said...

beijo Maria,

belo o teu poema. gostei muito

Mar Arável said...

Não há morte nem princípio

Bj

Elvira Carvalho said...

Um belo poema pese a dor que perpassa por ele.
Um abraço e bom fim de semana

Maria said...

Obrigada por terem passado por aqui.

Beijos a todos.

joão marinheiro said...

Sempre o nosso mar ...Gosto da Foto.
beijo

joão marinheiro said...

Sempre o mar nas mãos.
Beijo Maria

Parapeito said...

Tão bonito doce Maria...dá vontade de ficar à espera que o mar venha...abraço e brisas doces***

joão marinheiro said...

Abraço.