Friday, December 04, 2009
Porque é tempo de Ary dos Santos IV
Um Homem na Cidade
Agarro a madrugada
como se fosse uma criança
uma roseira entrelaçada
uma videira de esperança
tal qual o corpo da cidade
que manhã cedo ensaia a dança
de quem por força da vontade
de trabalhar nunca se cansa.
Vou pela rua
desta lua
que no meu Tejo acende o cio
vou por Lisboa maré nua
que se deságua no Rossio.
Eu sou um homem na cidade
que manhã cedo acorda e canta
e por amar a liberdade
com a cidade se levanta.
Vou pela estrada
deslumbrada
da lua cheia de Lisboa
até que a lua apaixonada
cresça na vela da canoa.
Sou a gaivota
que derrota
todo o mau tempo no mar alto
eu sou o homem que transporta
a maré povo em sobressalto.
E quando agarro a madrugada
colho a manhã como uma flor
à beira mágoa desfolhada
um malmequer azul na cor.
O malmequer da liberdade
que bem me quer como ninguém
o malmequer desta cidade
que me quer bem que me quer bem!
Nas minhas mãos a madrugada
abriu a flor de Abril também
a flor sem medo perfumada
com o aroma que o mar tem
flor de Lisboa bem amada
que mal me quis que me quer bem!
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19 comments:
Os poemas para canções , este em especial que escolheste é lindo!
Assinalei esta estrofe que me emocionou:
"Nas minhas mãos a madrugada
abriu a flor de Abril também
a flor sem medo perfumada
com o aroma que o mar tem
flor de Lisboa bem amada
que mal me quis que me quer bem!
Obrigada!
Um beijo
Um hino! Só Ary para o escrever.
Abreijos.
É sempre tempo para Ary dos Santos.É sempre tempo para quem sabe cantar a liberdade.
Obrigada, Maria , e bom fim de semana.
Um beijo.
Você e Ary me levaram a passear por Lisboa, da forma mais bela, a forma poética.
beijo, bom final de semana.
Lindo o poema. E minha amiga é sempre tempo de lembrar um poeta como Ary, mesmo que alguns queiram esquecer a mensagem dos seus poemas.
Um abraço e bom fim de semana
"...um homem que transporta
a maré povo em sobressalto".
Isto é...Ary!
beijo
Ary, Ary, Carlos... palavras... e tu, Maria, que aqui as foste trazendo.
Beijinhos
Ele é o Poeta da Revolução e o Poeta de Lisboa.
Um beijo grande.
Olá Maria,
Ary dos Santos, foi realmente em todo o contexto nosso conhecido, um homem muito carismático, que marcou e está bem vivo nas minhas recordações. Só é pena que não tenha deixado discípulos, bem precisavamos de uma pessoa com o seu sarcasmo e ironia que désse voz a muita indignação e revolta, com que vivemos!...
Beijinhos e bom-fim-de-semana,
Manuela
Se bem me lembro, aprendi a ver o outro lado do fado... e adoro! *
E eu tenho ido quase todos os dias à minha cidade...
Beijos.
Ary e Carlos dois imortais das palavras...
Deixo um abraço na beira do mar...
Querida Maria,
...lindo o poema, e mais lindo ainda cantado pelo Carlos do Carmo.
Deixo-te um beijo com muito carinho, e votos de um Excelente fim de semana!
Margusta
Hoje não vou rimar.
Faço minha a estrofe assinalada por "Memória de Elefante"
Gosto de tudo que Carlos do Carmo canta...
Grande homem
BJO
Áurea
Um belo poema para o fim de semana.
bjs
Maria,
aplauso desta mulher da cidade!
Dificil é cantar de manhã cedo... :)
Sou mais de cantar tarde da noite (baixinho porque desafino)
Um abraço, bom fim de semnana
Maria:
Obrigado. Esta é uma das canções da minha vida da qual nunca, mas nunca me canso.
Imagino que tenhas ido ao Coliseu! que inveja e que sorte.
Eu, desta vez, decidi poupar uns cobres que o orçamento está igualzinho ao do estado
beijo
João
João
Fui ao Coliseu. Estava cheio e a Homenagem foi linda!
Beijo
Muito obrigada por terem passado por aqui.
Beijos a todos
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