Wednesday, January 11, 2012

A casa


Deixaste-me num dia de outono quase inverno. Sem avisares e sem que pudesse prever. A casa fortaleza ficou igual um tempo. Igual por fora e gelada por dentro.

Os dias passaram e tudo mudou. Da casa restam as paredes, ainda altivas, mas no chão só existem pedras. Entre as pedras o teu coração.

Mais tarde percebi que a casa eras tu. E apressei-me a ir buscar, entre as pedras, o teu coração, que voltei a colocar no meu peito. Para te aquecer.

Foi então que saíste de mim e voaste...



27 comments:

Vítor Fernandes said...

A saudade é tão boa e tão má.

salvoconduto said...

E por que não pegarmos nessas pedras e fazermos uma intifada?

Abreijos.

Delfim Peixoto said...

Sôdade... Sõdade...! Como te entendo
Bjs

Sérgio Ribeiro said...

Que coisas doridas e bonitas estás a escrever!

Um grande beijo

Luis Eme said...

apesar de triste, muito bonito.

beijinho Maria

Rosa dos Ventos said...

Lindo mas de fazer doer!

Abraço

trepadeira said...

Por vezes só fica um amor dorido.

Um abraço,
mário

Anonymous said...

Vi cada passo. senti o frio da casa, e como tu dirias.. agora chovo...

um grande beijo

Era uma vez um Girassol said...

Que liiiiiiinnnndo....!
Vê lá, dei por a ter saudades de tantos amigos da blogosfera que foram desistindo...Teriam ido para as redes sociais? Que pena...
Beijinho da flor

Justine said...

Que belo e triste o teu texto, amiga!

Filoxera said...

Fecho os olhos, tentando inspirar o ar que me
foge. Sufoco na mágoa que me obriga a viver, hoje.
Dispo-me como se o teu sorriso me tivesse
brindado, Deito-me na sintonia memorável do amor celebrado.
Percorro-me, com dedos saudosos do teu corpo
despido, Inventando razões para, sem ti, a vida fazer sentido.
Choro a dor da ausência, num buraco negro
medonho. Porque perder-te, meu amor, é abortar um sonho.

Como eu gosto destes, entre nós ;-)
Beijos.

Fernando Samuel said...

Grande texto!

Um beijo grande.

Cristina Caetano said...

Este eu tenho de roubar... diz tanto...

Beijinhos, Maria...

Agulheta said...

Querida amiga.Quem nunca sentiu amor não tem saudade,aqui as próprias pedras tinham essa saudade, é tão bonito.
Beijinho

Carminda Pinho said...

Tão bonito e tão triste!

Beijo, Maria.

Elvira Carvalho said...

Tão bonito e tão triste ao mesmo tempo.
Um abraço

mfc said...

A saudade tem esses dois lados... o que nos faz sorrir e o que nos faz sofrer!

Um beijinho para ti.

svasconcelos said...

Tão bonito, Maria...

beijo,

Pata Negra said...

Um texto que junta as palavras para reconstruir a casa que já foi de pedras! Mas as palavras podem ser mais sólidas que certas pedras!
Um abraço e que a tua casa te guarde do inverno até à nova estação

Branca said...

A casa são sempre as pessoas mais que as paredes...são sempre mais os corações que as pedras.
Eu vivia numa casa grande e bonita que era só paredes, agora vivo numa casa pequenina, onde habita o meu jardim interior.

Beijos para ti e calor para a tua casa interior.

C Valente said...

Prosa sentida e bonita
Saudações amigas e bom ano

Duarte said...

Que maravilha! Como escreves de bem...
Esta prosa poética, que tão bem dominas, tem-me enganchado.
Abraços

Maria said...

Obrigada a todos que passaram aqui.
Bom fim de semana.
Beijos.

Al Cardoso said...

Palavras bonitas, parabens.

Um abraco amigo dalgodres.

Rafael Castellar das Neves said...

Que delícia....e sou suspeito a falar quanto ao outono..

[]s

João P. said...

Maria:

Eu concordo com o Salvoconduto!

Intifada com elas. Queremos cá pedras dessas!

beijo

João

bettips said...

Andei hoje por aqui como uma alma penada, a sentir - o mar, a ausência, a morte, a luta, a poesia.
Obg
Bj