Meu glorioso Partido
Comunista Português,
ao dares-me à vida sentido,
deste-me a vida outra vez.
Na multidão já fui só.
Hoje, em mim, sou multidão.
Basta-me aceitar que sou
como os demais homens são.
O olhar antes estreito
em redor passou-me a ver.
Meu coração no meu peito,
oiço-te noutros bater.
A voz que isolada era
fundia-a numa maior.
Fez-se-me a dor primavera
e a desconfiança amor.
A própria pátria que eu tinha,
idêntica a não ter nada,
de alheia voltou a minha,
pelo teu dom reconquistada.
Meu glorioso Partido
Comunista Português,
ao dares-me à vida sentido,
deste-me a vida outra vez.
Armindo Rodrigues