Aqui cantaste nua.
Aqui bebeste a planície, a lua,
e ao vento deste os olhos a beber.
Aqui abandonaste as mãos
a tudo o que não chega a acontecer.
Aqui vieram bailar as estações
e com elas tu bailaste.
Aqui mordeste os seios por abrir,
fechaste o corpo à sede das searas
e no lume de ti própria te queimaste.
Eugénio de Andrade
(retirado do Cravo de Abril)
Wednesday, March 04, 2009
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31 comments:
Na varanda de Eugénio de Andrade é sempre bom reler...
A brisa nas searas, o quente das estações, as mãos calosas que trabalham, para que não falte o pão...
Ainda bem que aqui o partilhas.
Beijinho, minha Maria*
(Só às 20.00 h!!!! Ohhh...) he he he :)
Continua tão fantástico como estava, lá, onde ambos o lemos há dias... :-)
Abreijos
Só o título já seria um poema...
Abreijos.
Lindo.
Bj.
EA
"abandonaste as mãos
a tudo o que não chega a acontecer"...
e fico a pensar... o tanto que é assim...
o sonho que se entrega... as mãos que acordam vazias...
e nem saber... se alguém se riu... desse abandono ou lume breve...
(quanto às tuas asas... mesmo que tentem... nascem de novo e sempre fortificadas...)
Abraço
Aqui me cultivo um pouco mais,
lendo poemas que desconhecia...
Obrigada.
Beijinho
Imaginei, o Eugénio a recitar este seu bonito poema.
Beijinhos
Aqui deixo minha emoção...
Lindissimo!
beijinhos deste lado da Ilha, Maria
Aqui eu leio todos os dias palavras que me deixam extasiada.
Beijo grande
Querida Maria...
Nada melhor que ler Eugénio logo pela manhã. Obrigado!
Eugénio de Andrade continuará SEMPRE entre nós através da sua poesia!...
Um beijo...
E é no meu lume... que me queimo!
Obrigada pelo Eugénio de Andrade, nesta manhã cinzenta!
Beijinho
belíssimo, maria.
beijo
lindo, lindo, lindo, amiga-irmã!!!
Beijo imenso
Belo! Belíssimo!
Um beijo grande.
Olá bom dia!
Quando te for possivel, vai ao sentido...
Eu sei dos imensos mimos que tens...
Um bom dia para ti.
Abraço
gosto bastante de Eugénio de Andrade
Estou cá, ainda que em breves aparições.
Beijos.
Eugénio de Andrade parecia saber muito mais do que escreve no poema. Havia uma loucura na inquietação de Florbela... em que bailou, se abandonou, se mordeu e se queimou. Num abrir e fechar constante, permanente... de janelas da vida que, como daria para prever a devorou... já inanimada!
Contemporânea meus amigos, há memórias.
Bem-hajam!
oh Ilha Maria....
que amanheces sempre clara e lúcida cheia de searas....que vais semeando....
e eu...
só posso agradecer.TEEEEEEEEEEEEEE.
gosto dos seus poemas (dele) ...mas gosto muito de te ler ...coisas TUAS!
Um beijo meu para ti, Maria!
Ps: acredita mesmo que a minha 1ª leitura do titulo foi:
"na varanda de FLORIBELA"
:)))))))
SORRiiiiiiiiiiiiii!
Que lindo! Desconhecia. *
E Florbela ainda dança em searas
de olhos de vento.
Corpo aberto ao céu...
Assim é importante viver!
Florbela...
...
"Olhos a arder em êxtases de amor,
Boca a saber a sol, a fruto, a mel:
Sou a charneca rude a abrir em flor!"
E Eugenio de Andrade a sabê-la de olhos no infinito e mão estendida à frescura da chuva para acalmar a sede e a febre.
Beleza de poema, essa Maria sabe muito bem das coisa!
Ai Deus! kkkk
bjs
O Sibarita
Obrigada por terem passado aqui.
Beijos a todos.
Belíssimo este poema do Eugénio de Andrade
Beijinho
A sensual (castidade) pureza destes dois poetas, comove-me.
Bj
...na varanda...no muro...no telhado...é sempre bom ler Eugénio :))
..." e no lume de ti própria te queimaste"...grande verdade.
abraço*
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